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Cruzeiro define prazo para pagar dívida na Fifa e encerrar transfer ban

De acordo com o diretor técnico Ricardo Rocha, presidente Sérgio Santos Rodrigues afirmou que o problema será resolvido até o fim do ano

03/12/2021 18:00 / atualizado em 03/12/2021 18:56
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Cruzeiro negocia o pagamento de mais de R$15 milhões em dívidas na Fifa
foto: FIFA/Divulgação

Cruzeiro negocia o pagamento de mais de R$15 milhões em dívidas na Fifa


O diretor técnico do Cruzeiro , Ricardo Rocha , afirmou que o presidente Sérgio Santos Rodrigues prometeu resolver o imbróglio do transfer ban na Fifa ainda este ano. Para isso, será necessário quitar de R$15 milhões a R$20 milhões junto a Defensor, do Uruguai, e Mazatlán (antigo Monarcas Morelia), do México, pelas contratações de Arrascaeta e Riascos, ambas em 2015. Essa, aliás, é a condição para que a renovação com o técnico Vanderlei Luxemburgo até dezembro de 2022 seja validada. A declaração de Rocha foi em entrevista ao podcast Flow Sport Club , no YouTube , nesta sexta-feira.

“Eles estão acreditando muito no trabalho do Vanderlei (...). Isso fez com que a gente renovasse, a princípio, por mais um ano. Está praticamente renovado. Por que praticamente? É uma coisa que vou falar aqui que precisa ser resolvida. O Cruzeiro não pode contratar. Está punido pela Fifa. Tem que pagar de R$15 milhões a R$20 milhões de dívida. Se não pagar, não pode contratar. E se não contratar, não tem como a gente ficar. É difícil. Mas o presidente garantiu que vai pagar, é para a gente ficar tranquilo, eles estão correndo atrás. Eu acredito que essa dívida será paga, a gente acredita muito no Sérgio e nas pessoas”.

Conforme Ricardo Rocha, Sérgio Rodrigues estipulou uma data entre 20 e 30 de dezembro para fechar os acordos. Deste modo, o Cruzeiro poderá registrar os reforços, casos dos zagueiros Maicon Roque, 33 anos, ídolo do Porto de Portugal, e Mateus Silva, 26, campeão da Série C de 2021 pelo Ituano. Outros nomes estão sendo discutidos e avaliados em constantes conversas com Vanderlei Luxemburgo e integrantes da comissão técnica - Maurício Copertino (auxiliar) e Antônio Mello (preparador físico) -, além do secretário geral André Argolo e de Alexandre Mattos, em vias de ser confirmado como diretor executivo da Raposa.

“Tem a promessa do presidente de, neste mês de dezembro, pagar para que a gente possa contratar. Já foi anunciado o zagueiro Maicon. Ele deu a palavra: ‘pode contratar o Maicon que vai pagar’. O presidente falou para a gente ficar tranquilo, que até o dia 20 ou dia 30 o clube vai se organizar para pagar o transfer ban. E a gente está se organizando. Está havendo contatos, contratações e daqui a pouco começamos a publicar. Vanderlei, Copertino, Mello e eu temos conversado bastante com o presidente, com o (André) Argolo e também com o Alexandre Mattos”.

Embora não tenha dito a fonte do recurso do Cruzeiro, Rocha mencionou em sua participação no Flow Sport Club o nome de Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH, como grande apoiador do clube. O empresário já auxiliou a Raposa em outras pendências na Fifa. A intenção da diretoria é conseguir uma composição com uruguaios e mexicanos a exemplo do  acerto que teve com o Independiente del Valle, do Equador, pela compra dos direitos do zagueiro Kunty Caicedo. Em agosto de 2020, ficou definido um pagamento de US$2,376 milhões em 18 parcelas iguais de US$132 mil.

Além de oferecer a Vanderlei Luxemburgo a possibilidade de buscar novos jogadores para o elenco e viabilizar o retorno à Série A, o Cruzeiro quer “organizar a casa” para receber os aportes na Sociedade Anônima do Futebol. Na sexta-feira, dia 17, haverá Assembleia Geral no parque esportivo do Barro Preto, na Rua dos Guajajaras, em Belo Horizonte, para alterar o Estatuto e permitir a venda de mais de 50% da participação no clube-empresa.

O Cruzeiro usará o valor da transferência das ações da SAF para abater parte da dívida de R$960 milhões, segundo o balanço do primeiro semestre de 2021. Além disso, o investidor que adquirir o controle do futebol do clube terá de repassar 20% das receitas anuais para a redução do passivo restante - exemplo: R$40 milhões de um total de R$200 milhões. A expectativa é que a instituição zere o débito em um prazo de 10 anos.

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