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Cruzeiro reduz custos em R$ 55 milhões: 'Sobreviver e pagar salário em dia'

Diretor de futebol Pedro Martins afirmou ainda que clube não contratará 'jogadores de aeroporto' e nem fará grandes investimentos em reforços

16/04/2022 06:00 / atualizado em 16/04/2022 17:06
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Cruzeiro reduziu orçamento para 2022 em cerca de 60%, de acordo com diretor de futebol Pedro Martins
foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Cruzeiro reduziu orçamento para 2022 em cerca de 60%, de acordo com diretor de futebol Pedro Martins


O diretor de futebol Pedro Martins revelou que a gestão de Ronaldo Fenômeno cortou R$ 55 milhões de custos do departamento de futebol. Isso representa um orçamento 60% inferior ao que havia sido inicialmente estabelecido em 2022 - de R$ 91 milhões para R$ 36 milhões. Segundo o executivo, a economia não significa realização de grandes investimentos em curto prazo, e sim a garantia de sobrevivência e salários em dia.

“É importante a gente falar da redução de custos e dos valores envolvidos no processo. O clube conseguiu reduzir 60% dos custos da direção de futebol. Isso representa R$ 55 milhões no nosso orçamento anual. Quer dizer que vamos conseguir investir mais em atletas da equipe principal? Não. Isso vai fazer com que a gente consiga sobreviver, sobreviver e pagar salário em dia. Na nossa visão, clube grande é o que paga salário em dia”.

Martins também pediu paciência à torcida com relação ao peso dos jogadores contratados pelo clube. Segundo ele, não haverá nenhum atleta a ser buscado no aeroporto, nem tampouco investimentos vultosos em aquisições. O foco do departamento de futebol é monitorar nomes em ascensão profissional que se adaptem ao estilo de jogo do técnico Paulo Pezzolano e estejam dentro da realidade financeira do clube.

“Dentro desse processo, é necessário e importante que a torcida entenda que é uma reconstrução. Não iremos trazer jogadores de aeroporto e nem fazer grandes investimentos em contratações. Acreditamos sim que o trabalho e a dedicação e o esforço de todos que estão na Toca II fará o clube retomar o lugar de protagonista no futebol brasileiro. Isso não acontecerá em 100 dias e nem em 365. Mas estamos tentando acelerar ao máximo”.

O grupo de Ronaldo assinou a compra de 90% das ações da SAF do Cruzeiro na sexta-feira retrasada (8). O acordo prevê aporte de R$ 400 milhões nos próximos cinco anos, seja com recursos próprios do empresário e/ou receitas incrementais geradas pela atividade do futebol (vendas de atletas, direitos de TV, premiação, bilheteria, sócio e patrocínios) acima da média apurada de 2017 a 2021 - em torno de R$ 220 milhões.

Com o vínculo formalizado, a gestão do Fenômeno encerrou o transfer ban na Fifa e na CBF ao repassar R$ 12 milhões ao Independiente del Valle, do Equador, pela compra do zagueiro Caicedo, em 2016; e R$ 1,1 milhão ao Atlético-AC pelo empréstimo do atacante Careca, em 2017.

Em janeiro, o ex-atacante da Seleção Brasileira havia desembolsado R$ 26 milhões também na Fifa por dívidas com o Defensor do Uruguai e os mexicanos Mazatlán e Tigres pelos jogadores Arrascaeta, Riascos e Rafael Sobis.

Além de ser sócio majoritário do Cruzeiro SAF, Ronaldo terá a propriedade das Tocas da Raposa I e II. Em contrapartida, assumirá a íntegra da dívida tributária da instituição, na ordem de R$ 180 milhões e com parcelas mensais acima de R$ 1 milhão até 2032. A alienação dos patrimônios foi aprovada pelo Conselho Deliberativo em 4 de abril.

A lei da SAF determina que o clube-empresa repasse 20% de seu faturamento para abatimento das dívidas da associação civil. O prazo de pagamento é de seis anos, prorrogáveis por mais quatro se 60% do passivo original for liquidado. O valor de R$ 1 bilhão do Cruzeiro pode ser reduzido em negociação direta com credores.

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