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Salum, do América, analisa venda de SAF do Cruzeiro a Ronaldo

Dirigente destacou dois pontos positivos do negócio da Raposa com Fenômeno, mas fez um adendo ao que pode ocorrer em longo prazo

13/05/2022 15:35 / atualizado em 13/05/2022 15:39
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Salum analisou a venda da SAF do Cruzeiro a Ronaldo Fenômeno
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Salum analisou a venda da SAF do Cruzeiro a Ronaldo Fenômeno

Marcus Salum, presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do América, analisou a venda de 90% das ações da SAF do Cruzeiro a Ronaldo por R$ 400 milhões. De acordo com o dirigente que conduz as negociações do Coelho, o clube celeste não tinha outra opção que não fosse a venda para o ex-jogador da Seleção Brasileira. 
 
 
Em participação no podcast Superesportes Entrevista, nessa quinta-feira (12), Salum destacou dois pontos positivos do negócio da Raposa com Fenômeno. No entanto, ele também fez um adendo ao que pode ocorrer em longo prazo com o Cruzeiro em caso de má gestão.  

"Vou falar duas coisas sobre isso: o Cruzeiro não tinha opção, mas pelo menos foi para uma pessoa do ramo e que está provando isso. São as duas coisas boas que eu diria. O que tem de ruim não vou falar, até porque não conheço o contrato, mas de bom é que o Cruzeiro não tinha outra opção. O que ele iria fazer?", comentou. 

"A segunda coisa é que foi para uma pessoa que é do ramo, trouxe pessoas que conhecem, tão demonstrando, mas vão sofrer muito ainda. O Cruzeiro vai sofrer o que eu pretendo que o América não sofra: a contaminação da dívida", alertou. 

Ronaldo assinou a intenção de compra de 90% das ações do Cruzeiro em 18 de dezembro, mas exigiu um prazo de 120 dias para realizar uma diligência no clube. A negociação só foi concluída em 8 de abril

O acordo vigente prevê investimento de R$ 400 milhões nos próximos cinco anos, seja com recursos próprios do empresário e/ou receitas incrementais geradas pela atividade do futebol (vendas de atletas, direitos de TV, premiação, bilheteria, sócio e patrocínios) acima da média apurada de 2017 a 2021 (em torno de R$ 220 milhões).

Discussão sobre moldes da venda


No entanto, antes de dar certo, a proposta de Ronaldo foi discutida pelos conselheiros do clube, que se dividiram sobre os moldes da venda feita pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues.

Durante as negociações, o empresário também exigiu que as Tocas da Raposa I e II fossem incluídas na aquisição da SAF. Em troca, comprometeu-se assumir a dívida tributária do clube, à época calculada em R$ 180 milhões e com parcelas superiores a R$ 1 milhão até 2032. 

Depois da 'contraproposta', alguns conselheiros se posicionaram de maneira favorável aos anseios de Ronaldo, ao passo que outros entenderam que a associação correria o risco de perder definitivamente os patrimônios e não teria condições de arcar com o restante do passivo em dez anos. 

A Mesa Diretora do Conselho Deliberativo também questionou as condições iniciais do negócio. Sendo assim, marcou uma votação para concluir a venda sob os novos moldes. 

Porém, após muitas polêmicas, a proposta foi aprovada por aclamação no Parque Esportivo do Barro Preto. Dos conselheiros presentes, nenhum se opôs à conclusão do negócio. 

Obrigações de Ronaldo


De acordo com a lei da SAF, o clube-empresa também repassará 20% de seu faturamento para abatimento das dívidas da associação civil.

O prazo de pagamento é de seis anos, prorrogáveis por mais quatro se o clube liquidar 60% do passivo original. O valor de R$ 1 bilhão pode ser reduzido em negociação direta com credores.

Com Ronaldo ativo na gestão desde 18 de dezembro de 2021, o Cruzeiro quitou mais de R$ 38 milhões em débitos na Fifa e manteve salários em dia para atletas e funcionários.

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