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CLÁSSICO

Povão, Mineirão dividido, sinalizadores: Cruzeiro x Atlético perdeu a festa no estádio

Verdadeira cultura das arquibancadas foi sendo substituída no clássico mineiro

postado em 31/03/2017 13:50 / atualizado em 31/03/2017 15:44

Não se trata de uma visão saudosista. Basta puxar pela memória, rever fotos antigas, assistir a vídeos do passado. O clássico entre Atlético e Cruzeiro já foi uma festa das arquibancadas. Faixas, bandeiras, sinalizadores, estádio dividido entre as torcidas alvinegra e celeste.

Hoje, regras de segurança e desentendimentos entre dirigentes ofuscam o brilho deste que é o maior jogo do mundo para cruzeirenses e atleticanos.

Embora a partida deste fim de semana prometa ser um embate de dois times promissores em formação, com ótimos jogadores e com expectativa de bom público, os clássicos do passado, com a verdadeira cultura das arquibancadas, já não existem mais.

Confira imagens exclusivas do arquivo do Estado de Minas da festa que certamente você não verá no jogo deste sábado, às 16h, no Mineirão, pela 10ª rodada do Campeonato Mineiro.

Povão em campo


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


A geral representava o acesso do povão ao Mineirão. Não havia conforto, porque inexistia cadeira, obrigando o torcedor a ficar em pé o jogo todo. A visão também não era das melhores – a noção de profundidade ficava comprometida. Mas nada que incomodasse os fanáticos por futebol, que vibravam em um lugar verdadeiramente popular. Até a década de 2000, o espaço era muito usado. O preço já chegou a ser de até R$ 5 em certos clássicos. O bilhete mais barato para esta partida de sábado é de R$ 20 para os não associados do Cruzeiro.

Estádio dividido


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS

ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


Por causa da falta de acordo entre as diretorias – o Atlético prefere mandar seus jogos no Independência -, o clássico estará majoritariamente pintado de azul e branco. Ao todo, são 51.300 lugares destinados aos cruzeirenses. No passado, a disputa entre as torcidas era um espetáculo à parte. Quem perde é o futebol mineiro, um dos poucos estados no Brasil onde, em um passado recente, o maior jogo se disputava com estádio dividido em todas as oportunidades antes da construção do novo Independência.

Sinalizadores


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


Por questões relacionadas à segurança, os torcedores não podem portar sinalizadores. Essas luzes geravam um efeito visual lindíssimo e deixava a festa das arquibancadas ainda mais bonitas. Vale ressaltar que esses sinalizadores que eram vistos no Mineirão não eram do tipo naval, que matou um boliviano em jogo do Corinthians em Oruro, na Bolívia.

Festa da torcida do Atlético


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


O Mineirão sempre foi a casa do Atlético. Nos últimos anos, no entanto, o clube preferiu mandar a maioria dos clássicos no Independência – inclusive a final da Copa do Brasil de 2014. Com isso, a torcida alvinegra não pode mais fazer a festa do passado em dias de clássico. Nesta foto acima, a torcida alvinegra sustenta bandeiras, sinalizadores e faixas. Na partida deste sábado, pouco mais de cinco mil torcedores estarão no Mineirão. 

Mais de 100 mil no Mineirão


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


Por motivos óbvios, o Mineirão não comporta mais tanta gente. O maior público de um clássico ocorreu em maio de 1969, com 123.351 pessoas. Aquele período representou a era de ouro do futebol brasileiro, que ganharia o tricampeonato mundial no ano seguinte, em 1970. O Cruzeiro tinha um time de craques, com Raul, Piazza, Dirceu Lopes e Tostão, entre outros, e confirmaria o quinto título estadual seguido. A Raposa ganhou o jogo por 1 a 0, gol de Natal. Na foto, um mundo de gente.

Mascotes


ARQUIVO / ESTADO DE MINAS


O Cruzeiro proibiu a entrada do Galo Doido, mascote do Atlético, para o clássico deste sábado. A Raposa se justifica com o "princípio da reciprocidade", já que o Raposão não entra no Independência. No passado, a figura do Galo sempre foi presente. Em foto de arquivo do Estado de Minas, um funcionário do clube segura o mascote, que também está em bandeiras nas arquibancadas.

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