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Deputado sugere jogos dos grandes de BH, com torcida, em Sete Lagoas

Cidade que fica a 74km de BH permitiu 600 pessoas em jogos na Arena do Jacaré, que está com gramado em péssimas condições, segundo Democrata-SL

22/08/2021 23:14 / atualizado em 22/08/2021 23:30
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Laudo da FMF permite 10.066 pessoas na Arena do Jacaré, mas liberação de público feita pela prefeitura é limitada a 600 torcedores devido à pandemia da COVID-19
foto: FMF/divulgação

Laudo da FMF permite 10.066 pessoas na Arena do Jacaré, mas liberação de público feita pela prefeitura é limitada a 600 torcedores devido à pandemia da COVID-19



Tão logo a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou o novo veto aos jogos com torcida na capital por 'ruptura de protocolos' nos dois eventos-teste realizados no Mineirão, o deputado estadual Douglas Melo (MDB) sugeriu que Atlético, Cruzeiro e América mandem suas partidas em Sete Lagoas. O município localizado a 74km de BH liberou recentemente a presença de até 600 torcedores na Arena do Jacaré nas partidas do Democrata-SL pelo Módulo II do Campeonato Mineiro.

O estádio comporta 20.020 torcedores, mas, no momento, tem laudo que permite apenas 10.066 pessoas, conforme consta no site da Federação Mineira de Futebol. A liberação para o público de 600 pessoas corresponde a 5,9% da capacidade.

"Falei agora com os presidentes do Cruzeiro, América, e tentarei contato com o Atlético. Com as proibições das torcidas nos estádios de BH, é o momento de tentarmos atrair os jogos para Sete Lagoas, seguindo as normas de segurança. Isso é importante para nossa economia. (...) Em relação ao Cruzeiro, o gramado será avaliado pela diretoria, que deseja ter jogos na cidade, mas vê a questão como preponderante para o retorno. Vamos aguardar e acompanhar de perto a situação", postou o deputado estadual em sua conta no Twitter.


Democrata-SL alerta que gramado está um 'caco'


Neste domingo, ao saber da sugestão feita pelo deputado, o Democrata-SL alertou que o gramado da Arena do Jacaré está 'um caco' devido à realização de muitas partidas pelo Módulo II e também por campeonatos de categorias de base.

"Tá cheio de gente conversando goma aí! Estamos de portas abertas, mas nosso gramado tá um caco de tanto jogo. Que venham com grana pra resolver a bronca. Sinceridade é tudo. Aqui não tem hipocrisia. O Cruzeiro (base) já joga aqui e sabe do que estamos falando. Não é petulância, é realidade. É preciso recuperar o gramado e o estádio. A Arena do Jacaré serve pro Democrata, mas não pra time grande. Isso é reconhecer a realidade", escreveu o clube em sua conta oficial no Twitter.

Cruzeiro estudará estádios fora de BH


Dos clubes de Belo Horizonte, apenas o Cruzeiro decidiu realizar jogos por torneios nacionais com torcida amparado por uma decisão favorável no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Como havia liberação da Prefeitura de Belo Horizonte para ocupar o Mineirão com 30% da capacidade (pouco menos de 18 mil torcedores), o clube recebeu torcedores na vitória por 1 a 0 sobre o Confiança, na sexta-feira, pela Série B.

Diante do novo veto de jogos com torcida em Belo Horizonte, o clube informou, em nota, que estudará novos locais para receber a partida contra a Ponte Preta, em 7 de setembro, às 16h, pela 23ª rodada da Série B.

"Mesmo entendendo e respeitando a preocupação das autoridades locais neste momento, o Cruzeiro reforça sua crença na segurança dos protocolos adotados e a serem seguidos nesta volta gradativa dos torcedores aos estádios e se reservará ao direito de estudar a viabilidade da realização dos próximos jogos em outras praças, onde a presença de público esteja liberada.
 
O Clube não medirá esforços para que os protocolos sejam aplicados, oferecendo segurança e bem-estar ao seu torcedor no acesso aos jogos, e informa que novos locais já estão sendo avaliados para que a partida diante da Ponte Preta, dia 7 de setembro, seja realizada com a presença do torcedor cruzeirense".

América e Atlético aguardam CBF


No caso de América e Atlético, os clubes decidiram respeitar a decisão do Arbitral da Série A e só vão receber público a partir de autorização da CBF, que ainda não ocorreu. Para o Galo, o mesmo critério vale para jogos da Copa do Brasil.

O Atlético enfrentou o River Plate com torcida, na última quarta-feira (18/8), no Mineirão, pelas quartas de final da Copa Libertadores, porque a Conmebol autorizou jogos com público nos municípios que tivessem liberação de suas autoridades executivas. Era o caso de Belo Horizonte até aquele momento.

Kalil convoca entrevista para falar de veto


O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), marcou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (23/08), às 10h, para falar sobre o veto à presença de público nos estádios da capital e as partidas de futebol que serviram de evento-teste na última semana. O encontro ocorrerá no Salão Nobre da Prefeitura.

A coletiva foi anunciada depois que a reportagem do Superesportes adiantou que o Executivo municipal reprovou os dois eventos-teste na cidade na última semana e vai voltar a proibir a realização de jogos e outros eventos esportivos com público. A decisão será publicada nesta segunda-feira (23/08) no Diário Oficial do Município (DOM).

As diversas aglomerações registradas no Mineirão nos partidas entre Atlético e River Plate, pela Copa Libertadores, e Cruzeiro e Confiança, pela Série B, sobretudo no momento da entrada dos torcedores ao estádio, motivaram nova proibição da Prefeitura de Belo Horizonte ao comparecimento do público.

Em entrevista ao Superesportes e ao Estado de Minas, o infectologista Carlos Starling, que compõe o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da PBH, afirmou que "houve rupturas de protocolos" nas partidas do Atlético, na última quarta (18/8), e do Cruzeiro, na sexta (20/8).

"Por terem sido jogos-teste, o comitê tem que analisar, a Secretaria Municipal (de Saúde) tem que analisar os resultados. A princípio, houve várias rupturas de protocolos. Portanto, é importante que essas rupturas sejam analisadas do ponto de vista sanitário, epidemiológico. Não é anormal (voltar atrás), porque foram jogos-teste. E testes têm que ser analisados antes de se dar sequência", afirmou.

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