Cruzeiro e Atlético: decisão fechou Mineiro com 'chave de ouro'
Deu tudo certo. Depois de mais de cinco anos de espera, finalmente a população de Minas Gerais voltou a acompanhar um clássico entre Atlético e Cruzeiro com 50% de cada torcida no Mineirão. E foi uma verdadeira festa, com show de atleticanos e cruzeirenses nas arquibancadas e poucos incidentes, fora e dentro do Gigante da Pampulha. No fim, comemoração do lado alvinegro, que vibrou com a conquista do tricampeonato mineiro.
A organização para o clássico começou dias antes do jogão no Mineirão. A Polícia Militar se reuniu com membros das torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul com intuito de "selar a paz" entre elas - neste ano, alguns confrontos aconteceram, inclusive em um jogo da Seleção Brasileira contra o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Nas ruas, o efetivo da corporação para ações da partida foi cerca de 8 vezes maior do que o que é deslocado em partidas corriqueiras.
Obviamente, nem tudo sai como o esperado. Algumas ocorrências aconteceram, mas o mapeamento da Polícia Militar, que acompanhou o deslocamento de algumas das organizadas foi importante para evitar conflitos nas ruas.
"Tivemos a prisão de alguns brigões, o que é comum em jogos dessa envergadura, mas nada que tivesse uma ofensa grave à vida das pessoas", destacou o assessor de imprensa da PM, tenente-coronel Flávio Santiago.
Flávio Santiago disse ainda que esse mapeamento da Grande BH possibilitou a apreensão de armas e drogas em grupos de torcedores. Durante o sábado, integrantes da Máfia Azul foram pegos com porretes, facas e até um coquetel molotov.
Dentro do estádio, algumas pequenas ocorrências chegaram até a delegacia da Polícia Militar e a maioria foi resolvida sem grandes problemas.
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Organização
A Federação Mineira de Futebol (FMF) se organizou para transformar a final do Estadual em um verdadeiro espetáculo. Antes do início do jogo, a banda de pagode Pixote fez um show para as duas torcidas. Eles também voltaram a tocar no intervalo.
Com o evento no gramado, muitos torcedores entraram cedo no estádio, facilitando o trabalho da organização e evitando confusões perto do horário da partida.
Por volta das 16h, enquanto os dois times faziam o aquecimento em campo, mais de 45 mil torcedores já estavam dentro do Mineirão. Desta forma, tivemos poucas filas para entrada no estádio minutos antes do início do jogo. No total, 53.572 pessoas estiveram no Gigante da Pampulha para uma renda de R$ 4.851.600,00.
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Show das torcidas
Deu, e muito, para matar a saudade de assistir um clássico com as duas torcidas no Mineirão. Foi uma verdadeira guerra (saudável) entre atleticanos e cruzeirenses nas arquibancadas, com muitas músicas, provocações e festa durante os 90 minutos.
E as torcidas foram alternando em quem cantava mais alto. Enquanto atleticanos aumentavam o tom, os cruzeirenses respondiam mais alto. E vice-versa. A festa foi linda.
Os atleticanos vibraram mais. Afinal de contas, o Galo venceu por 3 a 1 e conquistou o tricampeonato mineiro. Mas a torcida celeste não ficou para trás e cantou o tempo inteiro, apoiando a sua equipe até mesmo com o resultado adverso e aplaudiu os atletas ao fim do clássico, demonstrando estarem fechados com a equipe em busca do retorno à Série A.
O clássico desse sábado ficou marcado. Não sabemos ainda quando será (e se teremos) outro jogo entre Atlético e Cruzeiro com torcida dividida. Mas uma coisa é certa: quando for acontecer de novo, os exemplos desse jogo devem ser seguidos para uma nova grande festa acontecer no Gigante da Pampulha.