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Presidente do Ipatinga rebate declarações de Tchô sobre estrutura do clube

Nicanor Pires, presidente do Tigre do Aço, se posicionou sobre as declarações do jogador a respeito da estrutura do clube e falta de pagamento dos atletas

27/10/2022 15:49 / atualizado em 27/10/2022 16:35
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Nicanor Pires esteve no Conselho Técnico do Campeonato Mineiro de 2023
foto: Reprodução/Instagram

Nicanor Pires esteve no Conselho Técnico do Campeonato Mineiro de 2023


O presidente do Ipatinga, Nicanor Pires, rebateu as declarações do meia Tchô, ex-Atlético, que conquistou o acesso ao Módulo I do Campeonato Mineiro com o Tigre do Aço este ano. O dirigente confrontou o jogador sobre a falta de estrutura médica no CT e disse que não sabe por qual razão ele decidiu passar uma imagem negativa do clube. 

Em contato com o Superesportes, Nicanor Pires classificou como 'inverdade' o depoimento de Tchô ao 'Cachorrada Podcast' sobre a falta de apoio do clube ao jogador após a lesão no tendão de Aquiles. No podcast, o meia relatou que a entidade não arcou com o procedimento cirúrgico e ofereceu apenas 20 sessões de fisioterapia para a sua recuperação. 

"Não sei com qual intuito o Tchô fez isso. Existem vários desencontros de informação, várias inverdades, principalmente em relação à assistência médica. Ele operou sim pelo plano dele, mas foi uma situação que ele nos trouxe e falou que o clube não precisava pagar a cirurgia, porque ele tinha plano." 

"A fisioterapia do Tchô está paga até o dia 31 de outubro. Não sei informar quantas sessões ele já fez, mas é bem provável que tenha sido em torno de 40. A gente poderia ter colocado ele para tratar no departamento médico em Ipatinga, mas eu falei que ele poderia ficar em Belo Horizonte e que a gente arcaria com essa despesa em BH", falou o presidente.
 

Falta de médico em treinos 


O meia também disse que o Ipatinga não tinha médicos disponíveis no CT todos os dias para prestar apoio em caso de alguma emergência. Nicanor admitiu que o clube não tem profissionais diariamente.

"Nós temos dois ortopedistas, um cardiologista e um cirurgião geral. Não temos médicos presentes todos os dias nos treinamentos, mas eu desafio qualquer clube do interior que consiga ter médico no dia a dia. Mas nunca deixamos de ter assistência", disse.

Além disso, Tchô contou que não teve seu contrato renovado. Conforme a Lei Pelé, em caso de lesão, o clube deve prestar apoio para o atleta por mais um ano. O presidente do Ipatinga disse que manteve conversas com o jogador para tranquilizá-lo sobre a renovação.

"A gente estava conversando para agir dentro da Lei Pelé. (O contrato) Não foi renovado de imediato, porque com a transformação da SAF, não justificaria naquele momento renovar um contrato com o clube para depois ter que fazer tudo com a SAF."
 

Atraso de salário 


Por fim, o atleta revelou que já havia entrado na Justiça contra o clube em função do descaso da instituição em relação a falta de assistência médica e ao não pagamento do salário. Segundo Nicanor, o Ipatinga ainda não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a audiência. 

"O clube deve o último salário de todos os atletas e comissão técnica que disputaram o Módulo II. Por causa dos problemas de documentação da SAF isso ainda não foi pago, mas estamos no processo final e dentro de 15 dias deve concluir tudo", rebateu. 
 

Queixas de funcionários 

 
No início do mês de setembro, os atletas e funcionários do Ipatinga emitiram uma 'nota de indignação' revelando que estavam com os salários atrasados. Na nota, eles afirmam que o dono da SAF do clube, Marcos Ferraz, havia prometido quitar os pagamentos até 20 de agosto. Não aconteceu.
 
Ao Superesportes, em setembro, o clube se posicionou e disse que os salários seriam pagos apenas quando o processo de SAF estivesse completo. Com isso, o prazo prometido foi de mais 30 dias para que a situação fosse solucionada. 
 
No entanto, a nova promessa também não foi cumprida e os funcionários continuam sem receber os pagamentos pendentes referentes ao mês de julho. 

Denúncias do Betim


Em setembro, o Betim acionou o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) novamente e apontou que o Ipatinga teria falsificado as assinaturas das carteiras de trabalho de todos os atletas que disputaram o Módulo II. Caso o time seja punido, o Betim ficará com a vaga de acesso à elite do Mineiro.
 
O presidente do Ipatinga disse que o clube trata a denúncia com tranquilidade. 
 
"A gente está muito tranquilo com essa investigação. Recebi ontem a intimação para apresentar a versão do Ipatinga. Vamos acatar qualquer decisão que for tomada pelo Tribunal. Mas, a vaga é do Ipatinga, que foi conquistada dentro de campo", finalizou. 


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