A panela de pressão do Vasco parece estar perto de explodir. Depois da goleada sofrida para o Flamengo, na última segunda-feira, no Maracanã, o clima ficou entre a expectativa de possíveis mudanças e a tensão vista em São Januário, com o protesto violento da torcida, que atirou fogos de artifíico no estádio, pedindo a saída o técnico Maurício Barbieri e de dirigentes do clube.
Enquanto isso, ainda no Maracanã, o treinador deu entrevista reforçando suas convicções. Um sorriso no rosto no fim da coletiva irritou os torcedores.
Barbieri já vinha pressionado pela torcida há pelo menos duas semanas, quando começou a série que hoje é de quatro derrotas seguidas. Mas, além dos resultados, as atuações abaixo do esperado, mesmo com semanas livres para treinos, intensificaram as cobranças externas. O momento fez até o diretor esportivo do Vasco, Paulo Bracks, que costuma pouco falar, conceder uma longa entrevista coletiva na última semana.
Um grupo de torcedores do Vasco desceu para a mureta do setor Sul para protestar. A segurança foi reforçada no local. @SuperesportesMG pic.twitter.com/AjuFy2tnkW
%u2014 Gabriel Rodrigues (@gabrielcsr) June 6, 2023
Barbieri não tratou de possível saída
Na coletiva de Bracks, o dirigente reforçou a "total confiança" no trabalho de Maurício Barbieri. Da mesma forma, na última segunda, depois da goleada sofrida pelo Vasco para o maior rival, o treinador também ressaltou a convicção de que é possível reverter a situação do time, que ocupa apenas a 19º colocação do Brasileirão, com seis pontos conquistados em nove jogos.
Além da confiança no próprio trabalho, Barbieri também mantém a convicação nas suas opções no comando técnico do time. De acordo com ele, não há "incoerência" ao se mudar um esquema tático ou fazer mudanças bruscas na escalação. O treinador também reforçou que não houve conversa da direção nesse sentido. Barbieri tem, de fato, liberdade e o voto de confiança da diretoria.
Apesar das repetidas falas sobre confiança e convicções, tanto por parte de Barbieri, como de Paulo Bracks, o clima pode ficar insustentável para o treinador. O time já é o penúltimo colocado do Brasileirão.
A diretoria segue com a esperança de que a janela de transferências do meio do ano, que abre em julho, será transformadora para o time. No entanto, até lá, o Cruz-Maltino tem mais quatro jogos. O próximo desafio é contra o Inter, no Beira-Rio, onde o Vasco historicamente tem dificuldades. A ver se Barbieri manterá o voto de confiança da diretoria para se segurar no cargo até a chegada dos reforços.