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Mais de três décadas depois, família Lasmar volta a operar um astro da Seleção Brasileira em BH antes de Copa do Mundo

Responsável pela cirurgia de Neymar, Rodrigo Lasmar repete saga do pai, Neylor, que operou Zico

postado em 02/03/2018 09:02 / atualizado em 02/03/2018 10:25

Evandro Santiago/Arquivo EM

Mais de três décadas depois, a saga se repete. O árduo desafio do médico Rodrigo Lasmar de recuperar Neymar para a Copa do Mundo também foi vivido pelo pai, Neylor Lasmar. Em 1985, o então médico da Seleção Brasileira foi o responsável por operar Zico – principal esperança do país para o Mundial do México, no ano seguinte. Devido à falta de tempo satisfatório para a reabilitação, o procedimento foi considerado arriscado, mas teve sucesso e o camisa 10 foi para a competição.

Hoje, com mais de cinco décadas de profissão, Neylor lembra que ficou muito próximo de Zico depois dos problemas que o jogador enfrentou em sequência. “A primeira cirurgia do Zico foi feita nos Estados Unidos, pelo doutor James Andrews. Depois, ele teve uma sutura no menisco, que se rompeu. Ele veio para Belo Horizonte e eu refiz a cirurgia e ele voltou a jogar sem problemas. Em1987, ele teve a lesão no menisco do outro joelho, sendo necessária uma nova operação. E, volta e meia, ele vinha aqui para ver qual era a situação, o que me tornou próximo dele. Além de médico, ficamos amigos.”

Neylor lembra que o problema no joelho voltou a assombrar Zico justamente no ano da Copa. “Havia uma preocupação grande, porque no início de 1986 ele rompeu o ligamento cruzado quatro meses antes da Copa. O Telê Santana fazia questão de levá-lo. Mas quatro meses era pouco tempo para se jogar em plena forma. Fiz um tratamento conservador, com reabilitação muscular. Ele jogou sem problema. Depois da Copa, fez a reconstrução do ligamento.”

O experiente ortopedista revela que a saga de Zico há três décadas foi um dos motivos que levaram o filho Rodrigo a seguir a profissão: “Rodrigo esteve comigo na Copa de 1986, no México, quando tinha uns 15 anos. Ele me acompanhou e conheceu todos os jogadores, se envolveu muito com isso. Depois, fez medicina e ia muito comigo no Atlético. Ele gostou, se formou e a vida seguiu. Trabalhamos juntos hoje. E é gratificante para nós o fato de ele operar o Neymar, assim como operei o Zico. É uma coisa que se repete. É estranho, mas é a vida. É orgulho para nós operar um craque.”

Evandro Santiago/Arquivo EM

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