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MP solicitará vídeo de briga de torcidas no Mineirão para estudar 'atuação'

Polícia Militar identificou e prendeu 21 integrantes da torcida organizada Galoucura, do Atlético, no anel superior do Mineirão

02/02/2022 20:57 / atualizado em 02/02/2022 21:15
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Momento em que integrantes da Galoucura foram presos no Mineirão
foto: Reprodução/Internet

Momento em que integrantes da Galoucura foram presos no Mineirão


O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta quarta-feira (2) que solicitará ao Mineirão imagens da briga generalizada entre torcedores organizados de Atlético e Cruzeiro, durante jogo do Brasil contra o Paraguai, na terça (1/2), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, para estabelecer eventual punição aos envolvidos. O confronto ocorreu no setor amarelo superior do estádio logo no começo do primeiro tempo.

"O MPMG vai requisitar imagens e analisar os documentos com as informações sobre os fatos ocorridos ontem para estabelecer a forma de atuação", informou o MP ao Superesportes.

Após a briga, a Polícia Militar identificou e prendeu 21 integrantes da torcida organizada Galoucura, do Atlético, no anel superior do Mineirão. Eles foram delatados por torcedores e também por seguranças privados. Entre os brigões estava o presidente da organizada do Galo, Josimar Júnior, conhecido como Josias.



Ao fim da partida da Seleção Brasileira, o tenente-coronel Juliano Trant, da PM, informou à imprensa que, inicialmente, tratou-se de um confronto entre integrantes da Galoucura e da Máfia Azul, principal torcida organizada do Cruzeiro. Apesar disso, apenas integrantes da organizada atleticana foram identificados e presos. Cinco deles, inclusive, responderão por tentativa de homicídio. Os demais seriam enquadrados nos crimes de rixa e provocação de tumulto.

A briga aterrorizou pessoas que estavam no anel superior, atrás de um dos gols. Pessoas que não tinham nenhuma relação com o conflito ficaram encurraladas. Cadeiras do Mineirão foram arrancadas e atiradas entre os rivais. Um torcedor do Cruzeiro foi levado ao Hospital Municipal Odilon Behrens ao receber pancadas na cabeça. Segundo a PM, ele teve um quadro de confusão mental.

Torcedores registraram parte das prisões dos integrantes da Galoucura por meio de vídeos postados nas redes sociais. Os 21 detidos foram encaminhados após o jogo a uma delegacia na região da Pampulha.

Uma das linhas de investigação é de que se tratou de uma emboscada organizada pela Galoucura no anel superior para um 'acerto de contas' com alguns diretores da Máfia Azul que acompanham a partida do Brasil contra o Paraguai.

Máfia Azul foi banida dos estádios a pedido do MP em novembro


Em 29 de novembro do ano passado, o MP recomendou e teve o pedido atendido pela Federação Mineira de Futebol para banimento da Máfia Azul dos estádios no estado por seis meses devido a uma emboscada que resultou na morte de um integrante da Galoucura. 

O banimento ocorreu devido à interceptação, por integrantes da Máfia Azul, de um ônibus do Move (linha 6350) com torcedores do Atlético, no bairro Novo Indústria, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, em 28 de novembro de 2021. O ato de violência contou com arremessos de paus, pedras, barras de ferro e bombas do tipo coquetel molotov. Um ocupante do ônibus, Mateus de Freitas Ferreira, integrante da Galoucura, morreu um dia depois da emboscada. Outras sete pessoas ficaram feridas dentro do coletivo. O crime ocorreu no Anel Rodoviário.

Depois, o grupo fugiu em carros. Uma blazer branca, lotada de suspeitos, acabou interceptada por militares do 41° Batalhão da Polícia Militar. 

O ônibus do Move não transportava apenas torcedores. Havia inclusive crianças no veículo.

Por meio da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, o MP recomendou à FMF que, nos dias de jogos, em todos os estádios do país e num raio de cinco mil metros de seus respectivos entornos, integrantes da Máfia Azul não tenham acesso dentro do período de banimento de seis meses. 

À época, a entidade que rege o futebol no estado atendeu prontamente a recomendação do MP.

De acordo com o documento, o "banimento temporário consiste na proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical, ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida organizada". 

Logo depois daquela emboscada, a diretoria do Atlético chegou a se reunir com integrantes da Galoucura na sede do clube, em Lourdes, para evitar uma represália. 

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