Vôlei
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Xô, bruxa!

Equipes mineiras sofrem com o fantasma das contusões no início do ano. Técnicos são obrigados a driblar desfalques na rodada

postado em 10/01/2013 08:27

JANEY
“Yo no creo en brujas pero que las hay, las hay”, é uma velha frase escrita por Miguel de Cervantes, acabou se tornando um adágio espanhol e depois, ganhou o mundo, inclusive o Brasil e a Argentina, que serve bem para explicar o momento pelo qual passa o vôlei mineiro, com a série de contusões inexplicáveis que colocam atletas de Minas, Uberlândia e Cruzeiro no estaleiro, desfalcando as equipes num momento importante da Superliga Nacional de Vôlei, que se aproxima do fim do turno da fase de classificação.

O número é tão grande que interfere diretamente na escalação dos times para seus jogos da rodada – Cruzeiro x Campinas-SP, às 19h, no Poliesportivo de Contagem; Minas x Vôlei Futuro-SP, às 19h30, na Arena JK, pelo torneio masculino, e Minas x Campinas-SP, amanhã, às 20h, também em BH, e Praia x Rio do Sul, também nesta sexta, às 19h, em Uberlândia –, é preciso falar das contusões que aconteceram por atacado, nos últimos 15 dias.

O caso mais comentado nos últimos dias foi o da ponteira cubana Herrera, do Praia, que se contundiu sozinha, ao torcer o joelho depois de atacar uma bola na vitória de seu time sobre o Campinas, por 3 a 0, na casa do adversário, no dia 21 de dezembro.

Até aí era apenas um caso, mas o que aconteceu esta semana é assustador e traz a impressão de que a imagem das “bruxas” está associada aos fatos. Folga de final de ano. Na reapresentação do time do Minas, no dia 2, uma baixa: o ponteiro Lucas Lóh se apresentou com um olho roxo. Ele sofreu uma queda e bateu com o rosto. Quebrou dois dentes, além de exibir um grande hematoma.

O fato mexe com o técnico Horacio Dileo, que ficará por 20 dias sem o jogador, que vinha se destacando. Ele recorda a sequência de contusões no time. Primeiro, o oposto tcheco Filip Rejlek, que sofreu um estiramento muscular nas costas e praticamente não jogou no segundo semestre do ano passado. Depois, o ponteiro argentino Rodrigo Quiroga teve de fazer uma cirurgia de menisco, no joelho direito, e outros dois jogadores, os ponteiros Lucarelli e Samuel, também tiveram problemas. Isso valeu um comentário do treinador: “Na Argentina, a gente diz que temos de chamar uma bruja (bruxa) para solucionar isto.”

FEMININO
Essa semana, o fantasma das contusões passou para o time feminino. No treino de segunda-feira à noite, a levantadora Claudinha, ao saltar para um bloqueio, caiu sobre o pé de uma companheira, a meio de rede Raquel, e torceu o tornozelo direito. Os exames mostraram que foi uma torção forte e que ela fica sem jogar por 15 dias. No mesmo treino, a ponteira Thaís sentiu uma contratura muscular e também fica de fora, por pelo menos uma semana.

O Cruzeiro também passou por um problema semelhante no início da temporada. O oposto Wallace, ao voltar dos Jogos Olímpicos de Londres, com a prata no peito, sentia forte dor no joelho, tamanha a carga de exercícios na Seleção. Menos mal, pois um tratamento o curou. Na véspera do Sul-Americano, cujo título foi conquistado pelo clube mineiro, o meio de rede Rogério sofreu um estiramento no músculo do braço direito, quando fazia musculação, e ficou de fora.

Diante de um quadro como esse, não seria nada mal usar um adágio brasileiro, para afastar o mal olhado: “Esconjuro pé de pato, mangalô três vezes”.