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Cruzeiro SAF: fotos da votação que aprovou venda de até 90% a investidores

Com a alteração aprovada, o novo texto permitirá que o Cruzeiro seja titular de pelo menos 10% das ações

Mudança do Estatuto do Cruzeiro foi aprovada por 95,8% dos votos
foto: Marcos Vieira/EM/D. A Press

Mudança do Estatuto do Cruzeiro foi aprovada por 95,8% dos votos



A Assembleia Geral do Cruzeiro aprovou na noite desta sexta-feira a alteração do Artigo 1º, parágrafo 5º, do Estatuto do clube. Com a decisão de conselheiros e associados, fica autorizada a venda de até 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), constituída no início de dezembro.

SAF: Assembleia Geral do Cruzeiro aprovou mudança do Estatuto


SAF: torcida do Cruzeiro durante votação de mudança do Estatuto


Com a alteração aprovada, o novo texto permitirá que o Cruzeiro seja titular de pelo menos 10% das ações. Ou seja, dará flexibilidade para que o clube negocie a maior parte das ações. A diretoria acredita que, desta forma, conseguirá atrair mais investidores já no curto prazo.



A partir de agora, a XP Investimentos e a consultoria Alvarez & Marsal, que cuidam da captação de recursos, passarão a negociar qual o percentual da SAF será negociado com investidores. Embora exista autorização para vender até 90%, não há obrigação para que tal percentual seja alienado de uma só vez.


O que mudou no Estatuto do Cruzeiro?

Na Assembleia Geral, conselheiros e associados concordaram, por maioria de votos, a alteração na redação do artigo 1º, parágrafo 5º, do Estatuto Social do Cruzeiro Esporte Clube, que trata da possibilidade de a instituição se tornar empresa. O texto original permitia a negociação de até 49% do capital social. Agora, o investidor terá a opção de adquirir 90%.

“O Cruzeiro Esporte Clube será acionista obrigatoriamente e de modo permanente na sociedade empresária ou sua sucessora que vier a constituir para explorar a atividade do desporto profissional, titular de pelo menos 10% (dez por cento) do capital social, sendo vedado o registro da sociedade sem a aprovação, pelo Conselho Deliberativo, do contrato social”.

Por que o clube criou a SAF?

O Cruzeiro constituiu a Sociedade Anônima do Futebol no fim de novembro com base na Lei nº 14.193, de 6 de agosto de 2021. A expectativa é captar recursos que ajudem no pagamento de dívida calculada em R$962,5 milhões e possibilite a formação de um time competitivo que retorne à Série A do Campeonato Brasileiro.

Como será aplicado o dinheiro do investidor?

O aporte inicial do investidor deverá ser aplicado tanto no pagamento de dívidas da associação civil quanto na qualificação da equipe de futebol. Exemplo: se um grupo comprasse 80% das ações da SAF por R$200 milhões, R$200 milhões abateriam débitos e R$200 milhões seriam utilizados na atividade desportiva com o objetivo de gerar novas receitas.

Qual a obrigação da SAF em relação à associação civil?

Concluída a transação, a SAF terá de destinar 20% das receitas para quitar débitos da associação civil, além de 50% do lucro proporcionado pela operação do futebol. Se em seis anos 60% do passivo original for liquidado, o prazo para a extinção dos 40% restantes é prolongado por mais quatro anos. Ou seja, em uma eventual operação fechada em 2022, o Cruzeiro SAF teria até 2032 para “zerar” as pendências do CNPJ antigo.

O que ficará com a associação civil?

O investidor do Cruzeiro comprará somente a operação do futebol. Patrimônios como a sede administrativa do Barro Preto, os clubes sociais e as Tocas da Raposa I e II permanecem em propriedade da associação civil.




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