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Cubanos de Cruzeiro e Minas revelam sentimentos fraternos que os mantêm unidos

Leal e Simón no Cruzeiro e Bisset no Minas serão atrações do Mundial de Vôlei

postado em 31/08/2016 10:00 / atualizado em 31/08/2016 08:59

ORLANDO BENTO / DIVULGAÇÃO
Pela primeira vez, o vôlei mineiro terá três cubanos defendendo seus times de uma só vez. Leal e Simón no Cruzeiro e Bisset no Minas serão atrações do Campeonato Mundial de Clubes Masculino de Vôlei, que ocorrerá de 19 a 23 de outubro, no Ginásio Divino Braga, em Betim. Haverá patrocínio conjunto das duas equipes mineiras, numa parceria histórica. O lançamento oficial da competição foi feito ontem, na sede do clube celeste, no Barro Preto.

Os três são amigos. O ponteiro Leal e o meio de rede Simón se conhecem há 15 anos, e o fato de se reencontrarem no Cruzeiro é a realização de um sonho. O oposto Bisset está chegando agora ao Minas. Para poder deixar Cuba, conseguir o visto de saída, ele ficou dois anos sem jogar, um dos pré-requisitos do governo local para liberar atletas. De qualquer maneira, já formam um trio de amigos e frequentam as casas uns dos outros.

Bisset, o mais novo, com 21 anos – completará 22 em outubro –, diz que um de seus desafios é deixar uma marca em sua nova agremiação. “Quero ser um ídolo da torcida. Fazer história aqui, num clube que respira esporte.” Integrante da Seleção Cubana desde os 15 anos, ficando até 2014, ele diz que competições como o Campeonato da Northeca (América do Norte e Central) e Olimpíada estavam em seus planos, mas a chance de disputar um Mundial Interclubes o surpreende. “Eu tenho um prazer enorme em jogar no Minas. Pouco a pouco vou conhecendo a história do clube e fico fascinado. É uma história bastante interessante.”

Ele vê de uma forma especial a oportunidade de duelar com referências cubanas. “Quanto a jogar contra Leal e Simón, que são ícones em Cuba, fico feliz em poder enfrentá-los. Vamos estar em lados opostos e cada um tentará fazer o seu melhor e vencer.”

Já Simón relembra quando passou a ter Leal como companheiro. “Eu tinha 17 anos, e ele, 16. Estávamos na Seleção Cubana. Depois nos separamos ao sair de Cuba. Eu fui primeiro, indo para a Europa. Ele veio direto para o Cruzeiro. Ele me escrevia dizendo como eram as coisas aqui. Uma torcida fanática, impressionante, algo que já pude viver na pele. Nos amistosos contra a Polônia, a gente estava perdendo um set e eles não paravam de cantar. Nos incentivaram. Viramos e vencemos.” E diz ainda que sua mulher, Maura, apesar do pouco tempo (ele chegou em junho à capital mineira), se apaixonou por Belo Horizonte.

Leal, que está em BH desde 2012, concorda com o amigo e lembra o começo da carreira e os sonhos de se tornarem campeões juntos, por Cuba, mas agora o objetivo é vencer pelo Cruzeiro. “Nosso time está modificado, mas continua forte, ainda mais que chegarão agora, depois de ser campeões olímpicos, William e Evandro. Queremos ser favoritos em todos os torneios que disputarmos e lutaremos para ganhar todos.” E fala sobre a amizade entre eles. “O povo cubano é assim. Todo mundo é amigo de todo mundo. Aqui, nos encontramos fora de quadra. Nos falamos. Ajudamos uns aos outros. É importante sermos amigos.”

TORNEIO
O Mundial será disputado por seis equipes. O campeão sul-americano, o Cruzeiro; um clube patrocinador, o Minas; o campeão europeu, Zenit Kazan (Rússia); o asiático, o Taichung (Taipé), o africano, Tala’es El Gaish (Egito), além do campeão da Northeca, cujo título ainda não foi disputado. Quando for confirmada a sexta equipe, as duas chaves da fase de classificação serão definidas.

A fórmula de disputa prevê que os times joguem todos contra todos dentro de cada uma das duas chaves, com os dois melhores se classificando para a fase final. Nas semifinais haverá o cruzamento olímpico (1º de A x 2º de B e 1º de B x 2º de A). Os vencedores desses confrontos decidirão o título.