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FUTEBOL PERNAMBUCANO

Milhares de fênix: Entenda como o Retrô Brasil conseguiu tanta torcida em um ano

Clube concede transporte e ingressos para torcedores como forma de cativar público, além de incentivar famílias e alunos a irem ao estádio

postado em 08/11/2019 17:50 / atualizado em 08/11/2019 17:54

(Foto: Paulo Paiva/DP)
Colocar mil pessoas na Arena de Pernambuco não parece um grande feito, mas se tratando de um clube em seu primeiro ano como profissional, disputando a Série A2 do Campeonato Pernambucano, isso é uma marca. O desafio, porém, é entender de onde vem essa torcida ostentada pelo Retrô FC Brasil, que se estrutura, majoritariamente, em dois pólos, a Unibra, centro universitário do mesmo dono, e as famílias dos 452 atletas da base do clube.

Caracterizada pelas camisas amarelas estampadas com o escudo, que são distribuídas pela diretoria nos jogos na Arena, a torcida do Retrô é embalada durante todos os noventa minutos pelo batuque da torcida Febre Amarela, da qual faz parte Alan Vinícius. Ele é paulista, torcia pelo São Paulo, se mudou para Recife e conheceu o Retrô através de amigos que trabalham no clube. Ele destaca o que dá toda essa torcida em sua visão.

“Fora o pessoal da Unibra, a gente chama a divulgação do boca a boca, amigos dos amigos, as comunidades aqui em volta, Aldeia, Camaragibe, no boca a boca, de fato. Nossos jogos são bem tranquilos, bem animados, sem violência, onde as famílias podem chegar cada vez mais, os pais com seus filhos e eu acho que o pessoal quer ver isso.”

O público não é composto só pelos pagantes. O clube dá ingressos e transfer como forma de cativar torcedores. Com o time sendo vendido como extensão da Unibra, alunos também são motivados a ir. No jogo do acesso, na última quarta, o Superesportes encontrou moradores de Camaragibe, entusiastas da estrutura do Retrô, fãs de futebol e familiares que vão a todos os jogos, ainda que seus filhos, netos e sobrinhos joguem na base.

“Boa parte são alunos da universidade que absorveram o projeto, identificaram como uma coisa extensiva à universidade, e aí a gente está conseguindo trazer a torcida para nossos jogos. Nós temos, hoje, 452 atletas, mais ou menos uma 350 famílias, isso já é uma base que a gente tem grande. Fora isso, a gente ainda tem os atletas e eu tenho perto de 1500 funcionários hoje, que também me ajudam nisso”, afirmou o presidente do Retrô Laércio Guerra.

O dono do Retrô também falou sobre o novo estádio, que deve ser construído a partir de janeiro, em Camaragibe ou Paudalho, negando ser pensado nessas cidades para evitar a concorrência de torcida com o Trio de Ferro.

“A gente precisa conquistar uma cidade. Eu acho a coisa mais simples disso tudo é conquistar a torcida. Eu sou um cara fundamentalmente voltado para a área de marketing, eu ganhei dinheiro em minha vida fazendo isso, então isso não é uma coisa complicada não. O torcedor, hoje, precisa ser bem tratado, e o meu estádio vai dar essa condição, ter museu, uma série de coisas, ter evento, show, trazer uma coisa para a família”, enumera, otimista.