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Sujeira aqui, churrasco lá

Copos espalhados pelas ruas e papéis de propaganda política viram um inferno para a comunidade, mas há quem transforme os dias de futebol em confraternização familiar

Jefferson da Fonseca Coutinho - Estado de Minas

| Tags: celular 

Publicação:

14/08/2012 08:22

 

Atualização:

14/08/2012 14:27

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Com restrição à cerveja no interior do estádio, residências se tornaram pontos de venda

No asfalto e nas calçadas, santinhos e estandartes de candidatos oportunistas ajudam a emporcalhar o espaço, já tomado por milhares de copos de plástico e papel. A falta de educação assombra. Os latões de lixo alaranjados neste domingo em que Atlético e Vasco se enfrentaram não são suficientes para tanta sujeira. De mão em mão, a propaganda política nem chega a esquentar os dedos de quem a recebe. O cidadão recebe o panfleto, caminha meia dúzia de metros e dispensa o papel no chão. O outro recebe num passo e dispensa no seguinte, sem ao menos ler o escrito. E a coisa se acumula. No final do dia é de fazer doer o jeito inconsolável do morador da Rua Pitangui. Inconformado, desabafa: “O sujeito vem aqui, suja a porta da minha casa e quer que eu vote nele? Ainda tem o cocô dos cavalos da polícia. Olha lá”, aponta o cenário incômodo a metros do portão de esquina.

Do outro lado da via, o contraste: família animada comanda o churrasco pelo Dia dos Pais. “Venham pra cá porque a casa é de vocês”, oferta o moço mineiro, torcedor do Cruzeiro, vestido com a camisa do Vasco. Gustavo César de Carvalho Marques, de 31, curte a família e aproveita o domingo para festejar o pai, Carlos Alberto, de 62. O gerente comercial, dono do imóvel com vista privilegiada para a Rua Pitangui fez o quintal de sacada para os colegas e amigos nos dias de jogo. Vê o movimento na região com alegria e diz gostar muito da “farra respeitosa” em torno do Independência. “Vejo muita gente insatisfeita nos dias de jogo, mas até o povo que está insatisfeito está dando um jeitinho de tirar proveito, vendendo feijão tropeiro e cerveja”, ressalta.

Gustavo, pai e marido de atleticanas, demonstra grande satisfação em receber visita para a tarde festiva pelo jogo do Galo. Para ele, o que vale é o prazer das amizades. “Na minha casa, o portão fica aberto”, sorri. Carlos Alberto, orgulhoso do filho de educação e boa esportiva, abraça a família e comanda a sacada. “É uma festa. A charanga para aqui, na esquina. É um mar de gente nos dias de jogos”, empolga-se. Com a carne na brasa, de cheiro bom, as moças dali se preparam para descer as escadas, caminhar meio quarteirão e entrar no estádio. Do dono da casa, uma só reclamação: “Para cada jogo, são três dias de evento. O que menos incomoda é o evento, quase sempre uma festa. Pior é o antes e o depois. A armação das placas, dos cones, a mudança no trânsito e a sujeira que fica”.

COM AS BÊNÇÃOS
Angela Maria de Jesus, de 59, e Jade Lorena, de 18, despertam a atenção à lateral do Independência. Angela gosta da movimentação dos últimos tempos e nada reclama. Jade, porém, não gosta do barulho. “Incomoda um pouco, especialmente por causa dos meus filhos pequenos”, diz. No térreo do prédio de cor verde clara, com três andares, Mãe Marlene do Gantois, de 72, avó da garota, prevê o alvinegro campeão brasileiro de 2012. “Neste ano, há uma luz muito forte em cima do Atlético Mineiro”.

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