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DE CRAQUE A DIRIGENTE

Palhinha critica atuação do governo brasileiro contra pandemia e defende Raí

Ex-América, São Paulo e Cruzeiro é proprietário de clube em Portugal

postado em 22/06/2020 20:19 / atualizado em 22/06/2020 20:40

(Foto: Reprodução/Instagram)
Ex-jogador de América, São Paulo e Cruzeiro nos anos 90, o ex-armador Palhinha, mesmo de longe, em Portugal, onde reside, se preocupa com o momento delicado do Brasil diante da pandemia do novo coronavírus. A COVID-19 avança pelo país, o segundo em número de mortos (mais de 51,2 mil) e infectados (mais de 1,1 milhão), e ele cobra atuação mais efetiva do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ainda que a volta do futebol brasileiro representa um grande risco para a saúde dos envolvidos. 

Palhinha concedeu entrevista ao blog Drible de Corpo, do jornalista Marcos Paulo Lima, do Correio Braziliense, e comentou polêmica recente entre antigos companheiros de clube: Raí, que é o diretor de futebol do tricolor, e Caio Ribeiro, comentarista nas plataformas de mídia da Rede Globo. Os dois entraram em rota de colisão depois que o ex-armador e atual dirigente criticou com veemência o governo de Jair Bolsonaro, e acabou rebatido pelo ex-atacante.  

Raí desaprovou o retorno das competições de futebol no Brasil e atacou o governo do presidente Jair Bolsonaro. Ao defender o ex-parceiro de São Paulo – comandados pelo técnico Telê Santana conquistaram o bi da Libertadores e do antigo Mundial Interclubes no Japão, em 1992 e 1993, Palhinha considera que Caio Ribeiro, até por viver realidade diferente no futebol, já que veio de família estruturada até no lado financeiro, exagerou nas críticas. 

“O Raí é um cara inteligente, morou muitos anos fora. A revolta dele, a ponto de pedir para o presidente renunciar, é porque, com certeza, ele pode ter tido problema com esse coronavírus na família. O Raí, por ter vivido muito tempo na França, vivido problemas de verdade no Brasil, com instituições que são beneficiadas por aquele projeto dele, o Gol de Letra, viu a realidade das pessoas como é. E aí, ver gente tratando esse vírus desse jeito. Imagina: até hoje, o mundo todo está buscando fazer a vacina e não consegue”, declarou Palhinha.

“Ele (Raí) falou com propriedade. Não tem que jogar, cara. Estão brincando com coisa séria. Não é gripezinha nem tem essa história de que brasileiro que bebe água do córrego tem que ser estudado. O Caio sempre foi tratado a pão de Ló. Vem de uma família boa. Gosto dele também. Não tem culpa se ele nasceu num berço diferente. Os eventos do Caio são para a elite; os que o Raí faz são para os meninos de rua, que não têm condição de comer. Eu estou do lado Raí. Se um jogador do São Paulo for contaminado e morrer, como é que faz?”, acrescentou o mineiro de Carangola.

Aos 52 anos, Palhinha é dono do União Almeirim, de Portugal, que na temporada 2020/2021 disputará a terceira divisão nacional. Conhecedor do futebol europeu, o ex-armador disse que os técnicos do Velho Continente, como o português Jorge Jesus, campeão brasileiro e da Copa Libertadores com o Flamengo em 2019, estão muito à frente dos profissionais brasileiros em relação aos métodos de trabalho. 

“Eles são inteligentes. Estudam, investigam tudo sobre os adversários, procuram melhores métodos, têm uma cultura refinada. A grande maioria jogou futebol, ou seja tem o cacoete. Por exemplo, o Jorge Jesus. Aí, todo mundo gosta dele, aqui também todo mundo gosta dele. Ele participa de tudo. É o cara que dá bronca, mas faz o carinho. Chama atenção, mas mostra como se deve fazer. Veja o (José) Mourinho. Todo mundo diz que ele é polêmico, mas aqui todos gostam dele. Eles frisam muito a parte tática, o posicionamento do jogador, colocam no quadro para o cara ver. Eles têm essa paciência de ficar fazendo vídeo, colocar no telão, repetir, coisa que os treinadores brasileiros não estão preocupados", opinou.

Palhinha começou a carreira no América, onde atuou como profissional entre 1988 e 1991. Indicado por Telê Santana, o ex-meio-campo foi contratado pelo São Paulo e fez sucesso ao lado de Raí, Zetti, Cafu e outros ídolos do clube tricolor. Sob o comando do ‘mestre’, apelido do treinador mineiro, o grupo conquistou duas edições seguidas da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes no Japão, em 1992 e 1993). O mineiro de Carangola também alcançou êxito no Cruzeiro, contribuindo para o bi da Libertadores, em 1997. Pela Seleção Brasileira, ele foi campeão da Copa América, em 1993, no Equador.

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