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Os planos de Desimpedidos, Passa a Bola e CazéTV para a Copa do Mundo

A um mês da estreia do Brasil na Copa do Mundo Feminina, canais gigantes da internet brasileira comentam planos para a cobertura do torneio

24/06/2023 06:00 / atualizado em 23/06/2023 20:06
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Falta um mês para a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina de 2023
foto: Iconsport

Falta um mês para a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina de 2023

 
Copa do Mundo Feminina de 2019 foi um marco para a modalidade em todos os aspectos. Falando especificamente de transmissão, 993,5 milhões de pessoas no mundo todo assistiram aos jogos realizados na França pela TV, de acordo com a Fifa. O Brasil foi o país com o aumento de audiência mais significativo: foram 81 milhões de pessoas a mais que na última edição, realizada em 2015, no Canadá. 

Para a Copa de 2023, na qual o Brasil estreia daqui exatamente um mês, a promessa é de uma repercussão ainda maior com a chegada de duas empresas gigantes da internet brasileira para fortalecer a transmissão e os conteúdos online sobre o campeonato, pensando principalmente no público mais jovem. São elas a NWB, produtora dos canais Passa a Bola e Desimpedidos, e a CazéTV, comandada pelo streamer Casimiro Miguel.

Futebol feminino já tem histórico no Desimpedidos e no Passa a Bola 

 
Os canais Passa a Bola e Desimpedidos enviarão seus apresentadores para a Oceania para cobrir o evento com informação e entretenimento, que são a grande marca da NWB. Juntos, os dois têm mais de 9,6 milhões de inscritos no Youtube.

Vanessa Costa, gerente executiva de marketing da NWB, contou ao Superesportes que os apresentadores Fred, Marília e Bianca, do Desimpedidos, e Ale Xavier e Luana Maluf, do Passa a Bola, estarão na Austrália e na Nova Zelândia para produzir vídeos para os canais e conteúdos para as redes sociais.

— Vai ser uma cobertura bem interessante porque serão dois países. É um desafio. Então, vai mostrar todos os perrengues, vai ter a parte de leveza, de entretenimento. Não só a cobertura do futebol, mas também do entretenimento, da leveza, que a gente é expert em fazer - comenta Vanessa.
 
A NWB já tem experiência na produção de conteúdo sobre futebol feminino. Tudo começou em 2017, quando Ale chegou ao Desimpedidos, mas o vínculo com a modalidade se fortaleceu em 2019, com a criação do Passa a Bola. O conteúdo do canal é focado no esporte visto e praticado por mulheres.

— O PAB é um lugar de posicionamento, um lugar de visão da mulher no esporte, não só no futebol, mas da mulher do esporte. O lugar dela, a segurança dela para que ela consiga praticar o esporte com outras meninas - relata a gerente executiva.

Junto com a produção de conteúdo em si, há a experiência com a cobertura dos jogos. Desde 2021, em parceria com a "Centauro", loja que pertence ao mesmo grupo da NWB, os canais da produtora transmitem jogos de campeonatos femininos.

Em 2023, o Passa a Bola está fazendo a retransmissão e cobertura de jogos de todas as rodadas do Campeonato Paulista Feminino pelo Youtube. E ao contrário do que se imagina, a audiência não se restringe ao público feminino. 

Dados da equipe de Inteligência da NWB, obtidos pelos Superesportes, mostram que nas seis primeiras rodadas do torneio, foram mais de 190 mil visualizações nas transmissões e mais de 27 mil horas assistidas. Além disso, 83% do público é masculino. 

— Isso é um dado interessante porque mostra que os meninos estão interessados na modalidade e que a gente tem que gerar mais visibilidade por meio da voz deles, né? - relata Vanessa.
 

A gerente executiva explica que um dos grandes desafios da cobertura será lidar com o fato de que os horários dos jogos no Brasil, já que a Austrália e a Oceania estão de dez a 13 horas na nossa frente devido ao fuso horário.

— São horários difíceis de assistir, né? Então, a gente vem nesse espaço entre jogos, trazendo entretenimento e os melhores momentos dos jogos, que eu acho que é muito importante porque comunica direto com a geração Z, que é o nosso público primordial. É um público que quer ver quem foi o melhor e o destaque. Ele não quer ver o jogo inteiro, ele quer ver só a melhor jogada - analisa a expert.

A ideia é que a equipe de talentos se divida para mostrar a Copa em todas as frentes. Fred deve ficar focado como uma figura de força no entretenimento, Luana Maluf e Ale Xavier mostrando as questões culturais da Oceania, Marília fazendo toda a cobertura dos jogos dentro dos campos e Bianca trazendo o olhar da da torcida tanto aqui no Brasil, quanto lá.

O apresentador Fred conta que está animado para o projeto da Copa e que essa é uma das coisas para a qual está dando mais importância neste ano, após sua saída do reality show Big Brother Brasil.

— O meu foco mesmo este ano é a Copa do Mundo Feminina. Quero muito ir para a Austrália para acompanhar nossa seleção brasileira - relata o influenciador.

Copa do Mundo será transmitida online por canal brasileiro pela primeira vez


Assim como em 2019, a Copa do Mundo Feminina será transmitida na televisão pelos canais da Rede Globo. Porém, desta vez a Globo e o Sportv terão como concorrentes a CazéTV, que irá mostrar os jogos pelo Youtube e pela Twitch. O canal conta com mais de 11,9 milhões de sguidores nas duas plataformas.

Apesar de não ter tradição na transmissão de futebol feminino, a Cazé vem com a bagagem da Copa masculina, que foi transmitida pela produtora pela primeira vez no ano passado também. Além disso, o canal estreou na modalidade transmitindo com equipe própria a final da Champions League feminina, no início de junho.

— Transmitir uma Copa do Mundo sempre foi um sonho para a CazéTV. Transmitir duas Copas do Mundo em menos de um ano é mais do que realizar esse sonho - relata Felipe Tebet, head de Plataformas Digitais da LiveMode, empresa parceira do streamer Casimiro Miguel e que cuida das transmissões ao vivo do canal.

A estreia do canal em copas já foi um sucesso. No último jogo da seleção brasileira em 2022, quando o Brasil foi eliminado pela Croácia nos pênaltis, o canal registrou um pico de 6,2 milhões de aparelhos ligados simultaneamente.

Para 2023, Felipe espera que a audiência feminina do canal permaneça engajada como no ano passado. Ele dá como exemplo o fato de que naquela partida de audiência recorde, mais de 2,5 milhões de mulheres assistiram simultaneamente ao jogo. "A CazéTV já possui uma base relevante de mulheres assistindo e torcendo pelas nossas seleções", conta o profissional.
 
 

Os detalhes da cobertura ainda não foram abertos ao público, mas Felipe adianta que haverá cobertura in loco na Oceania, conduzida pela jornalista Fernanda Gentil, e programas e conteúdos originais diários para as plataformas da produtora, gravadas tanto no Brasil como na Austrália.

E a promessa é de manter a "irreverência, autenticidade, intimidade com o público e entretenimento" com os quais o canal têm trabalhado nas transmissões de eventos esportivos.

— A Copa do Mundo Feminina se mostra um fenômeno de audiência, em amplo crescimento, a cada edição. Temos certeza que os fãs de futebol viverão intensamente a Copa do Mundo Feminina com a cobertura da CazéTV - finaliza Felipe.

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