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Lisca nega insatisfação com elenco e acredita que América vai se recuperar

Técnico explicou que novo treinador terá condições de fazer bom trabalho

14/06/2021 19:20 / atualizado em 14/06/2021 19:24
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Lisca garantiu que não estava insatisfeito com o elenco
foto: Mourão Panda/América

Lisca garantiu que não estava insatisfeito com o elenco

O técnico Lisca negou que tenha pedido demissão do América em razão de insatisfação com o elenco. A decisão de deixar o clube foi tomada após o acúmulo de maus resultados - derrotas nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro para Athletico (1 a 0), Corinthians (1 a 0) e Flamengo (2 a 0), e eliminação na terceira fase da Copa do Brasil diante do Criciúma.

“Não tenho nada a me queixar de elenco, de reforços. Meu trabalho sempre foi em conjunto com a diretoria e sempre entendendo as prioridades e como o América funciona. Não tenho queixa nenhuma, gosto muito do meu grupo, é um grupo qualificado”.

Segundo Lisca, o América precisa recuperar o empenho demonstrado na Série B de 2020, quando ficou em segundo lugar, com 73 pontos, e subiu à elite nacional.

“Nesse momento a gente não está conseguindo responder, mas com algumas alternâncias, algumas modificações, podemos buscar o melhor de cada jogador. Temos que jogar no limite, como foi no ano passado, com muito coração. Acho que isso está faltando neste momento, e eu não estou conseguindo equacionar tudo isso”.

Na opinião do agora ex-treinador americano, seu sucessor terá condições de implantar novas ideias e utilizar atletas recém-contratados. “Chegaram vários jogadores agora, que ainda não tiveram tantas oportunidades. É o momento que o novo treinador poderá saber disso, de oportunizar e colocar”.

Lisca ressaltou que todas as escolhas do departamento de futebol foram feitas em consonância com a direção. “Eu não tenho queixa nenhuma, pelo contrário: sempre fui aberto com o Salum, o Dower, o Euler, o Alencar, com o Paulo Bracks, quando esteve aqui, com o Armando, quando esteve aqui. Nunca foi tomada nenhuma decisão abruptamente, à revelia. Sei entender bem os objetivos e os processos que acontecem no futebol”.

Na visão dele, o motivo do insucesso da equipe no início da Série A foi a queda de sintonia entre comissão técnica e jogadores. Desta forma, Lisca acredita que seu substituto trará ânimo novo ao elenco, de modo que o América possa viver momentos semelhantes ao da temporada 2020.

“Não tenho queixa nenhuma, pelo contrário, só tenho que agradecer a todos aqui e assumir a responsabilidade de que neste momento não estou conseguindo extrair o melhor de cada jogador. Nosso rendimento caiu demais, e quando os jogadores não estão bem individualmente é uma questão coletiva do treinador. Tenho certeza que com essa mudança vamos conseguir resgatar a qualidade que demonstramos em outros momentos”.

O discurso de Lisca nesta segunda-feira foi diferente da entrevista coletiva de domingo, depois da derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no Maracanã. A partida teve amplo domínio do adversário, que exigiu defesas difíceis de Matheus Cavichioli e contabilizou 65% de posse de bola. Ao analisar o desempenho coletivo, o técnico adotou um tom de desânimo quanto ao objetivo do clube no campeonato.

“Essas três rodadas deixaram claro que a briga do América é somente essa: tentar permanecer na Primeira Divisão de todas as formas. São situações que vamos avaliar internamente. Externamente não é o momento de se falar. A gente vai tentando”.

Contratado em 30 de janeiro de 2020, Lisca permaneceu no América por mais de 500 dias. O trabalho de um ano e quatro meses rendeu aproveitamento total de 59,7%, com 40 vitórias, 27 empates e 15 derrotas em 82 jogos. O auxiliar Cauan de Almeida, um dos principais parceiros do treinador nesse intervalo, dirigirá a equipe no confronto com o Cuiabá, às 16h de quinta-feira, no Independência, pela quarta rodada do Brasileirão.

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