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Atlético busca renegociações para gerenciar dívida bilionária

Com dívida superior a R$ 1,3 bilhão, Galo realiza acordos com credores, ex-atletas e funcionários para reduzir montante; adesão ao PERSE gerou impacto

06/05/2022 06:00 / atualizado em 06/05/2022 08:39
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Presidente Sérgio Coelho, do Atlético, é figura máxima da diretoria que busca reduzir dívida bilionária
foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Presidente Sérgio Coelho, do Atlético, é figura máxima da diretoria que busca reduzir dívida bilionária


Durante o Galo Business Day, realizado na tarde desta quinta-feira (5), o Atlético divulgou o balanço financeiro de 2021 e detalhou o que chamou de "gestão de endividamento". Atualmente, a dívida do clube supera a casa de R$ 1,3 bilhão.
 
 

De acordo com o relatório de administração, a dívida do Atlético era de R$ 1,234 bilhão ao fim de 2020. Em dezembro de 2021, o valor subiu 6% e alcançou R$ 1,312 bilhão.

Para reduzir o endividamento, o Atlético descontou os valores devidos aos Supermercados BH e à família Guimarães (dona do Banco Bmg), no total de R$ 77 milhões (R$ 65 milhões com os Guimarães e R$ 12 milhões com o BH). O Galo também transformou a parte mais representativa da dívida em direito de uso de espaço publicitário.

Além disso, em abril deste ano, o clube desistiu do Profut (apenas da modalidade PGFN não previdenciários), aderido em outubro de 2015, e da Transação Tributária Excepcional (débitos previdenciários e não previdenciários), aderida em dezembro de 2020, para incluir os respectivos débitos na Transação Tributária do PERSE. Com esse movimento, reduziu a dívida tributária em R$ 51 milhões. 

Outras iniciativas importantes passam pela renegociação de débitos com agentes, ex-atletas e ex-funcionários. Com acordos, o Galo reduziu essas despesas em R$ 41 milhões. A partir dessa conjunção de medidas, a dívida líquida alvinegra será reduzida para R$ 1,184 bilhão.
 
Outro ponto crucial para corte significativo desse montante é a venda do restante (49,9%) do shopping center Diamond Mall. No balanço financeiro publicado nesta quinta-feira, o Atlético avalia esse percentual em mais de R$ 363,2 milhões. A receita da venda seria utilizada para "atacar" diretamente as dívidas onerosas, de curto prazo, que são as mais prejudiciais ao futuro do clube e geraram R$ 87 milhões de despesas financeiras em juros só no ano de 2021. 
 

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Gestão ativa do endividamento do Atlético


Negociações com foco em redução de passivos


-> Família Guimarães e Supermercados BH:
- Redução de R$ 18 milhões
- Transformação da parte mais representativa da dívida - R$ 77 milhões - em direito de uso de espaço publicitário

-> Agentes:
- Parcelamento de longo prazo e redução de dívidas no valor de R$ 5 milhões

Negociações com foco em redução de contingências


-> Ex-atletas:
- Valor pleiteado na Justiça: R$ 56 milhões
- Fecharam-se acordos com redução de passivos contingentes na ordem de R$ 31 milhões com parcelamentos

-> Ex-funcionários:
- Valor pleiteado na Justiça: R$ 13 milhões
- Fecharam-se acordos com redução de passivos contingentes na ordem de R$ 5 milhões com parcelamentos

Geral: R$ 59 milhões em renegociação que impediram o crescimento exponencial do passivo do clube;
R$ 77 milhões que reduziram a pressão no fluxo de caixa com a transferência da dívida em utilização do espaço publicitário.

Eventos subsequentes


R$ 51 milhões de redução na dívida registrada no PROFUT com a adesão ao PERSE - programa emergencial de retomada do setor de eventos.

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