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Tite fala em 'dívida de gratidão', mas teme rejeição da torcida no Atlético

Treinador, que deixará Seleção Brasileira após a Copa do Mundo, não descartou eventual retorno, mas admitiu que fracasso de 2005 preocupa

18/08/2022 19:28
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Tite não descartou assumir o Galo em 2023, mas mostrou receio com rejeição
foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tite não descartou assumir o Galo em 2023, mas mostrou receio com rejeição


Em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta quinta-feira, o técnico Tite comentou sobre um eventual convite para assumir o Atlético em 2023, quando o clube vai inaugurar a Arena MRV e o treinador, conforme anunciou há alguns meses, já terá deixado o comando da Seleção Brasileira. Ele voltou a falar em uma dívida antiga com o Galo, desde que dirigiu a equipe alvinegra, em 2005, iniciando a fatídica campanha que culminou no rebaixamento à Série B do Brasileiro. 

Tite se despedirá da Seleção Brasileira depois da Copa do Mundo no Catar, entre novembro e dezembro deste ano, independentemente do resultado. O treinador avisou que pretende ter um período de descanso com a família, mas não descartou avaliar algum convite de trabalho. Ao mesmo tempo, questionado sobre a possibilidade de retornar ao Galo, ele não fechou as portas, mas admitiu certo temor pela rejeição de parte da torcida, ainda por causa do rebaixamento. 

"Não tenho nada definido e não admito falar nada agora. Quando estou organizando algum trabalho não fico abrindo possibilidades, senão eu fico pensando em gastar energia em outra situação", disse o comandante da Seleção, deixando claro que só vai estudar convites de clubes depois da Copa do Mundo. 

Sobre a possibilidade de assumir o Atlético no ano da inauguração da Arena MRV, caso Cuca, atual comandante, não permaneça no comando na próxima temporada, Tite admitiu que o fracasso de 2005 pode ser um fator que dificulte o retorno à Cidade do Galo. Ele demonstrou certo receio de reação negativa de parte da torcida e admitiu que poderia haver rejeição. 

"Em relação ao Atlético, eu tenho uma dívida de gratidão sim. Mas eu sei que é um momento em que o torcedor atleticano ficou bastante machucado. Eu sei disso, tenho plena consciência. Então eu sei que há uma dificuldade em função de um passado que não foi exitoso. E o atleticano quer o Cuca, o cara que ganhou, um técnico identificado", frisou o treinador.

"Não digo que não, mas é normal, natural, às vezes ter um rejeição em relação ao meu nome. Eu tenho essa consciência. Mas tenho acima de tudo o respeito e digo o tanto que o Tite melhorou, buscou se aperfeiçoar também em função daquele momento que não foi exitoso. E que eu gostaria, se olhasse para trás, que fosse de uma outra forma. Se vai ser ou não, aí é o futuro que pode definir", comentou o técnico gaúcho, que não descartou avaliar qualquer proposta futura para assumir o Galo.

Tite foi aposta da diretoria do Atlético para a temporada de 2005, depois de um ano muito ruim em 2004, quando o time se livrou do rebaixamento na última rodada do Brasileiro. Entretanto, ele não conseguiu engrenar a equipe, que só venceu quatro das 21 partidas sob seu comando. O técnico pediu demissão após a derrota por 3 a 1 diante do Goiás, mas a diretoria o manteve. Três dias mais tarde, na rodada anterior do Brasileiro, o empate por 2 a 2 com o Paysandu, no Mineirão, resultou na saída do clube.    


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