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Médico do Cruzeiro defende departamento de críticas e passa quadro de atletas a limpo

Sérgio Freire Júnior concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira

01/08/2017 17:40 / atualizado em 01/08/2017 19:31
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Sérgio Freire Júnior conversou com os jornalistas na tarde desta terça-feira, na Toca da Raposa II
foto: Rafael Arruda/Superesportes

Sérgio Freire Júnior conversou com os jornalistas na tarde desta terça-feira, na Toca da Raposa II

Como virou quase praxe, um médico do Cruzeiro voltou a conceder entrevista nesta terça-feira, na Toca da Raposa II. Sérgio Freire Júnior defendeu o departamento médico das críticas pelo elevado número de jogadores machucados e apresentou um levantamento nacional, realizado pelo portal Globoesporte.com, com o número de lesões dos principais clubes em 2016. Conforme esses dados, a Raposa contabilizou 39 contusões musculares, ficando abaixo de clubes como Atlético-PR (68), Atlético (56) e Grêmio (54).

Antes do pronunciamento de Sérgio, o diretor de comunicação Guilherme Mendes pediu a palavra e também saiu em defesa do corpo clínico do Cruzeiro. “O departamento médico do Cruzeiro anda muito estigmatizado, jogador machuca e a culpa é do departamento médico. Quando a gente olha no cenário nacional, a gente percebe que os números do Cruzeiro são normais”, afirmou.

Henrique comenta elevado número de lesões no Cruzeiro neste meio de temporada:


Hoje, estão entregues ao departamento médico do Cruzeiro o zagueiro Dedé, os volantes Hudson e Ariel Cabral, o meia Arrascaeta (que voltou ao time após 60 dias, atuou em dois compromissos e teve uma reação por estresse na tíbia esquerda que o manterá fora por 10 semanas), além do atacante Judivan. Sérgio Freire Júnior explicou que houve um aumento anormal de casos entre os meses de abril e maio, mas que o número está melhor do que a média estipulada pela UEFA (União das Associações Europeias de Futebol).

“Em abril e maio, fugiu um pouco, por conta de lesões traumáticas, que foram um pouco maiores. Essas lesões não são previsíveis ou evitáveis. Com essas lesões houve esse aumento maior, mas, em junho, voltaram curvas de anos anteriores. Estamos chegando numa ocasião do ano, entre setembro e outubro que, pelo decorrer da temporada, vamos observar um aumento no número de lesões. Não estou sendo específico do Cruzeiro”, disse. “É normal ter 1,6 ou 1,7 lesão por jogador no elenco, o Cruzeiro está com 1,06”, complementou.

Depois das justificativas, Freire Júnior detalhou a situação de cada um dos jogadores que estão no departamento médico.

Veja cada uma das análises:

Arrascaeta (depois de sofrer torção no joelho direito e ficar dois meses longe dos gramados, participou como suplente de dois jogos e teve constatado uma lesão por estresse na tíbia esquerda que voltará a afastá-lo dos compromissos – desta vez por até dois meses e meio).

“Existe uma relação muito clara de jogadores que retornam de lesões às atividades. Eles têm até seis vezes mais chance de ter nova lesão em relação aos outros atletas que vêm em atividade. Mesmo com os cuidados, retorno progressivo às atividades, cuidados preventivos, o atleta ainda passa por um processo para voltar ao jogo mesmo”.

“Sempre que o atleta tem uma lesão seja inicial ou voltando de alguma lesão, a gente se reúne para tentar descobrir a possível causa da situação. E uma lesão por estresse numa perna contrária à perna cometida há aspectos que temos de relevar. Primeiro a própria reação inconsciente do atleta em jogar mais carga ao outro membro, e segundo a evolução física nos treinos, junto com toda a carga de recondicionamento físico que gerou essa nova lesão. Positivo é que foi visto essa lesão numa fase inicial. Quando se identifica mais à frente poderia haver uma fratura e um afastamento maior. Esse prazo que a gente coloca é variável”

Manoel (após se recuperar de cirurgia, precisou ser substituído no empate por 1 a 1 com o Vitória, no último domingo, em função de dor na região do pé)

“Manoel teve uma dor na região lateral do pé esquerdo, onde foi operado. Fizemos radiografias, análise bem profunda. Do ponto de vista ortopédico foi positiva, nada em relação à cirurgia, um esforço maior mesmo que fez, houve uma tração dos tendões sobre a região que foi mexida. Agora é controle da dor, não vai demorar não. Ainda que não vá para o próximo jogo, no próximo fim de semana poderá ficar à disposição”

“Sofreu uma entorse forte no tornozelo esquerdo, nos procurou depois do jogo. Fizemos exame para avaliação de imagem e nos mostrou reações na região lateral do tornozelo esquerdo. Requer cicatrização para não promover reação no futuro. Precisa ser afastado por dez dias sem atividades (poderá voltar em até três semanas, ficando fora dos compromissos contra Vasco e Botafogo pelo Brasileirão e possivelmente da semifinal da Copa do Brasil, contra o Grêmio, na Arena)”.

Rafael Galhardo (anunciado como reforço pelo Cruzeiro, só assinará vínculo até o fim da temporada quando se recuperar de cirurgia de reconstrução dos ligamentos do joelho, realizada em fevereiro).

“Galhardo vem de um procedimento cirúgico, de fevereiro, no ligamento cruzado do joelho. O tratamento está avançado, mas ainda na fisioterapia. Poucos dias para ser liberado à preparação física. E depois condicionamento físico”.


“O Dedé é uma situação mais conhecida por todos no joelho direito, repercutiu uma série de complicações e abordagens, e reagiu a perna esquerda. Vem recuperando, esperamos que totalmente. O processo é lento para que não tenha momentos de altos e baixos. Está sendo cuidado. Tem tolerado um certo grau na fisioterapia. Então a gente segue intensificando até seu retorno”.


“Judivan está quase liberado. Sofreu uma lesão extremamente grave, teve complicações no pós-operatório, precisou de mais cirurgias. Mas agora está se recuperando para o retorno no esporte”.

Elber (precisou ser substituído depois de pancada na cabeça no empate por 1 a 1 com o Vitória, no último domingo, em função de pancada na cabeça)

“O Elber teve um trauma muito forte. Ficou um pouco incomodado, muito tonto, mas foi intensidade leve. É bem provável que possa jogar quinta”

Hudson (sofreu lesão muscular na coxa direita no dia 9 de julho, na vitória por 3 a 1 sobre o Palmeiras. Tempo de recuperação foi estipulado em seis semanas)

Sérgio Freire não foi perguntado sobre a situação do jogador na coletiva. Porém, em conversa informal, o médico afirmou que nos próximos dias o meio-campista passará por novo exame de imagem na coxa direita. Dependendo do resultado, Hudson pode ser liberado para preparação física a tempo de enfrentar o Grêmio pela Copa do Brasil.

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