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Transfer ban e Rodriguinho: Cruzeiro terá de pagar R$ 50 milhões na Fifa

Presidente Sérgio Santos Rodrigues detalhou obrigações do clube nos próximos meses

26/12/2021 06:00 / atualizado em 26/12/2021 11:20
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Rodriguinho jogou 22 partidas e marcou oito gols pelo Cruzeiro
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Rodriguinho jogou 22 partidas e marcou oito gols pelo Cruzeiro


O presidente Sérgio Santos Rodrigues afirmou que o Cruzeiro terá de pagar R$ 50 milhões de dívidas na Fifa nos próximos meses. A soma corresponde aos valores de três negociações - Arrascaeta e Riascos, em 2015, e Rodriguinho, em 2019. Segundo o dirigente, o ex-jogador Ronaldo, que adquiriu 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol, comprometeu-se a solucionar os problemas.

“R$ 20 milhões de transfer ban é ele (Ronaldo) quem vai pagar. Em tese, essa é uma dívida da associação, mas, se não pagar, não tem futebol. Ano que vem vamos ter de novo uma grande, do Rodriguinho, que foi comprado e mais uma vez não foi pago. Se não me engano, é mais de R$ 30 milhões”, disse Rodrigues, em entrevista à TV Máfia Azul.

Os débitos referentes a Arrascaeta e Riascos são com Defensor, do Uruguai, e Mazatlán (antigo Monarcas Morelia), do México. Por causa das pendências, o clube foi punido pela Fifa com o transfer ban, que impede o registro de jogadores no Boletim Informativo Diário da CBF. No caso de Rodriguinho, o dinheiro é devido ao Pyramids, do Egito.

Todos os clubes que disputarão a Série B em 2022



Na operação para ter Rodriguinho, em janeiro de 2019, o Cruzeiro precisava desembolsar US$ 7 milhões (R$ 26 milhões na época) ao longo de três anos: US$ 1 milhão de entrada, US$ 500 mil em novembro de 2019, US$ 500 mil em fevereiro de 2020, US$ 500 mil em maio de 2020, US$ 500 mil em agosto de 2020, US$ 500 mil em outubro de 2020 e US$ 3 milhões em janeiro de 2022.

O passivo de R$ 50 milhões é apenas uma pequena parcela da dívida de R$ 1 bilhão da associação civil. Por causa disso, Sérgio Rodrigues defendeu que o aporte de R$ 400 milhões de Ronaldo nos próximos anos foi um bom negócio para o Cruzeiro. Segundo o presidente, o Fenômeno se tornou responsável solidário às obrigações do CNPJ antigo.

“Qual o preço do Cruzeiro? É difícil para nós que amamos o Cruzeiro falar o preço. Não tem preço para nós. Temos que ver o que o mercado entende que o Cruzeiro vale de acordo com duas coisas: o que precisa ser investido e o que o clube tem de dívidas (...). É um investimento de R$ 400 milhões, mas uma responsabilidade de R$ 1,5 bilhão”.

“É isso que a gente tem que pensar. Não é uma operação de compra de venda igual você compra um carro, e sim um investimento que precisa ser feito para atingirmos um objetivo. Eu como torcedor do Cruzeiro e atual presidente, o Ronaldo como investidor e vocês como torcedores queremos garantir uma boa operação no ano que vem, sem atrasos de salários e punições na Fifa. É o investimento feito ao longo do tempo que garantirá o nosso desempenho esportivo em 2022”.

A Lei Federal nº 14.193, que instaurou a SAF no Brasil, determina que o investidor destine 20% de suas receitas mensais, além de 50% do lucro, para abatimento das dívidas da associação civil. O prazo pode chegar a 10 anos, desde que 60% do passivo original seja quitado nos seis primeiros anos.

Ainda sem definir o futuro do técnico Vanderlei Luxemburgo e dos reforços anunciados para 2022, o Cruzeiro estreia no Campeonato Mineiro contra a URT, no Mineirão, na quarta-feira, 26 de janeiro. O time ainda jogará a Copa do Brasil e a Série B, na qual tentará o retorno à primeira divisão nacional.

Paralelamente, haverá nos próximos quatro meses a atuação do comitê de transição coordenado por dois executivos do Valladolid, da Espanha, outro clube de Ronaldo: o diretor de negócios Gabriel Lima e o diretor de estratégia desportiva Paulo André Benini. O clube passará por auditoria contábil, financeira e jurídica, a fim de confirmar as premissas que embasaram o acordo.

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