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VIOLÊNCIA NO FUTEBOL

Nutricionista do Figueirense desabafa e chora após agressão de torcedores ao elenco

Cerca de 30 torcedores invadiram o estádio e partiram para cima dos atletas

postado em 06/09/2020 00:44 / atualizado em 06/09/2020 01:19

(Foto: Reprodução/Twitter)
A nutricionista do Figueirense, Cíntia Carvalho, fez um desabafo nas redes sociais neste sábado ao relatar as agressões físicas e verbais sofridas pelo elenco durante invasão de torcedores a um treino no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis.



Chorando e bastante revoltada, ele destacou que cobranças violentas por parte de torcedores precisam acabar no futebol. 

Depois da derrota em casa para o Paraná, por 1 a 0, na sexta-feira, os jogadores do Figueirense voltaram ao trabalho neste sábado. Em dado momento, cerca de 30 torcedores invadiram o estádio e partiram para cima dos atletas com fogos de artifício. A Polícia Militar só controlou os vândalos depois de alguns minutos.




“Nós estávamos trabalhando. Quem está no futebol trabalha, não é vagabundo. Trabalha sábado, domingo, feriado. Trabalha para ter resultado positivo que nem sempre a gente consegue. Quem está no futebol, em todos os clubes, tem dignidade, família, tem pai, mãe, e merece respeito. E covardemente o estádio foi invadido, a gente ser agredido, fisicamente, moralmente, porque um bando de desocupados se acha no direito de nos agredir, de nos bater e de quebrar o nosso patrimônio, de nos desmoralizar como pessoas e como profissionais”, desabafou Cíntia.

“Tem atletas machucados, como se não fôssemos seres humanos que merecêssemos respeito. Isso tem que acabar. Essa história de torcedor e qualquer um achar que pode botar o dedo na cara de quem trabalha no futebol e dizer como as coisas têm que ser, tem que acabar. É um trabalho como o de todos e ninguém do futebol bota o dedo na cara de ninguém”, prosseguiu Cíntia Carvalho.

“O que eu presenciei hoje eu nunca vi na minha vida. Eu choro de dor moral, de amor pelos atletas, eu choro pelo carinho que tenho por esse esporte, que não é isso. Não somos nós que fazemos isso”, concluiu a nutricionista do Figueirense.

Na tarde deste sábado, o Figueirense emitiu uma nota de repúdio.

“O Figueirense Futebol Clube, através de seu Conselho Administrativo, repudia de forma veemente os lamentáveis fatos ocorridos na tarde de hoje no Estádio Orlando Scarpelli.

Resultados esportivos ou problemas administrativos de qualquer natureza, não justificam qualquer tipo de atitude que ameace a integridade física dos atletas e profissionais de comissão técnica.

Diante dos fatos, não resta alternativa que não seja procurar as autoridades competentes, para que medidas enérgicas sejam tomadas.”

Em suas redes sociais, o Atlético se solidarizou com o Figueirense.



O presidente do Galo, Sérgio Sette Câmara, ainda escreveu em sua conta no Twitter.  "Absurdo que no mundo de hoje ainda exista esse tipo de coisa!"



Cruzeiro


Na manhã deste sábado, torcedores da organizada Máfia Azul também fizeram um protesto na porta da Toca da Raposa II, centro de treinamento do clube. Jogadores e profissionais foram intimidados quando chegavam para trabalhar.

Apesar do ocorido, integrantes da Máfia Azul foram recebidos pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues, pelo diretor de futebol Ricardo Drubscky, pelo diretor técnico Deivid e pelo supervisor administrativo Benecy Queiroz.

Por meio de nota difundida nas redes sociais, a Máfia Azul ressaltou que a manifestação foi feita de forma pacífica, “longe de qualquer agressão física ou patrimonial”. O grupo se mostrou insatisfeito com a sequência de cinco partidas sem vitória (dois empates e três derrotas) e a falta de evolução sob o comando do técnico Enderson Moreira.

Apesar disso, vídeos divulgados na internet mostram que jogadores foram intimidados e xingados na chegada ao treino na Toca da Raposa II.



Máfia Azul foi a mesma torcida que invadiu a Toca da Raposa II em 1º de outubro de 2019, durante treino do Cruzeiro. À época, o clube estava ameaçado de rebaixamento. A queda acabou se confirmando na última rodada da Série A.



Curiosamente, a torcida tinha uma equipe de reportagem dentro do centro de treinamento do Cruzeiro, autorizada pelo clube, e cobriu a invasão de seus pares em tempo real.


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