Além de se fazer presente atemporalmente nos corações dos amantes do futebol, uma outra memória do marco cravado pelo jogador está guardada na capital pernambucana, no bairro de Casa Forte. O apito. O assopro que inocentemente iniciava o pontapé para o milésimo gol de Pelé surgiu do já falecido árbitro alagoano Manoel Amaro de Lima. O juiz presenteou o cronista esportivo Jota Soares com o item de resina de plástico. O objeto chegou em 2008, em forma de doação, ao Museu do Homem do Nordeste (Muhne), que tem parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). “Ele (o apito) está em uma vitrine como parte da intervenção expográfica “40 Anos 40 Peças”, como peça de destaque. Ser responsável pela memória do milésimo gol é uma honra para o Museu”, destacou o coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste, Frederico Almeida.
Dentro de campo, a história começou com um lance do zagueiro Fernando, numa forte marcação em cima de Pelé dentro da área. Após o soar do apito, a cobrança do camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira foi o que garantiu a vitória paulista por 2 a 1, diante dos vascaínos. E, logo após a rede balançar, às 23h23 daquela noite, um cenário de contraste se instalou no Rio de Janeiro.
De um lado, o goleiro Andrada lamentando a bola escapar das mãos, com socos no gramado, e a imprensa invadindo o campo em busca de um ângulo capaz de representar fielmente aquela cena. Do outro, a imagem era da bola erguida pelas mãos do Rei, sendo assistida num ar de contemplação pelos companheiros do time, todos enfileirados.