None

PRIMEIRA LIGA

Marcação do Cruzeiro encurrala Atlético, que ainda busca 'estilo Roger Machado'

Equipe celeste levou a melhor no duelo dessa quarta-feira no Mineirão

postado em 02/02/2017 16:38 / atualizado em 02/02/2017 17:15

De um lado, uma equipe mais consistente, ‘louca’ pela bola e com linhas muito próximas. Do outro, um time que ainda busca o equilíbrio entre ataque e defesa prometido pelo treinador. Nessa quarta-feira, Cruzeiro e Atlético travaram, no Mineirão, um duelo marcado por equipes em estágios diferentes em termos táticos. E os números provam isso.

Cruzeiro

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Para além do 1 a 0 que garantiu a estreia vitoriosa na Primeira Liga, a equipe celeste se provou mais vertical que o rival. Apesar de ter a bola por menos tempo (48%), o Cruzeiro finalizou sete vezes mais - 12 contra cinco do Atlético.

A ordem de Mano Menezes no início do jogo era clara: perseguir os adversários, recuperar a bola já no campo ofensivo e atacar em bloco para finalizar em poucos toques na bola. Para isso, o Cruzeiro precisava marcar com linha alta, a fim de sufocar a saída de bola atleticana.

E os jogadores de frente seguiram à risca o pedido do treinador. Não à toa, o quarteto ofensivo titular foi responsável por um terço dos 12 desarmes do Cruzeiro no jogo. Sobis (duas roubadas de bola), Robinho (uma), Arrascaeta (uma) e Alisson (nenhuma) não apenas recuperavam a posse diretamente, mas também forçavam saída de jogo errada dos alvinegros. Isso ajuda a explicar o domínio de posse e de finalizações do Cruzeiro na primeira etapa.

“Estou feliz com a postura tática e com a entrega do time. Estudamos o que o adversário tinha de melhor e neutralizamos as principais jogadas. É fruto da entrega dos jogadores, que cumpriram o que era correto em termos de posicionamento ofensivo e defensivo”, analisou Mano Menezes.

Nos 45 minutos finais, a estratégia mudou. A bola ficou por mais tempo com o Atlético. Superioridade alvinegra? Nada disso. Os comandados de Mano Menezes recuaram e marcaram atrás da linha da bola - mas continuaram perigosos. Bem compactado na metade inicial do gramado, o time criou e desperdiçou pelo menos três oportunidades claras em contra-ataques. Sinal de alerta ligado para o Cruzeiro, que sofria para marcar gols, por exemplo, na ‘era Paulo Bento’.

Atlético

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Roger Machado e Marcelo Oliveira têm características e ideias de jogo bem diferentes. E o treinador gaúcho precisará de tempo para alcançar o tão esperado equilíbrio entre ataque e defesa no Atlético.

Se comparado a 2016, o time deu menos chutões (foram 39 no jogo contra o Cruzeiro) e tentou chegar ao campo rival com a bola no chão. O apelo aos lançamentos aumentou apenas no fim do jogo, quando o Atlético buscava com menos organização o empate. Mesmo assim, faltou eficiência aos zagueiros e maior participação de laterais e volantes na saída de bola.

Faltou também o que sobrou na temporada passada: criatividade e poderio ofensivo. Quando estava com a bola (em 52% do tempo), o Atlético não tinha profundidade e amplitude. Foram apenas cinco finalizações (duas certas) em todo o jogo. Dos quatro jogadores mais adiantados, dois sequer chutaram a gol: Lucas Pratto e Maicossuel.

“Era um time ofensivo e vai continuar a ser. Mas a gente precisa usar a característica dos jogadores. Um dos motivos [do desempenho ofensivo ruim] é de, no momento de posse, estarmos levando pouca gente à frente da linha da bola”, analisou  Roger Machado.

Defensivamente, a equipe também sofreu. A velocidade dos pontas cruzeirenses criou dificuldades ao time alvinegro, que, diversas vezes, precisou parar jogadas com faltas, especialmente no segundo tempo.

Para alcançar o equilíbrio e a compactação esperadas por Roger, levará tempo.

*Números coletados pelo Footstats

Tags: cruzeiroec cruzeiro atleticomg interiormg futnacional primeiraliga