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MERCADO

Trocas viram opção para Cruzeiro e Atlético, que já começaram a dispensar atletas menos badalados

Clubes, no entanto, ainda estão tímidos no mercado de fim de temporada

postado em 08/12/2018 10:00 / atualizado em 08/12/2018 10:22

Divulgação/Cruzeiro e Divulgação/Palmeiras

Uma semana depois do fim da temporada profissional do futebol brasileiro, os clubes ainda se mostram tímidos no mercado. Como a maioria tem limitações financeiras, nenhuma grande contratação foi anunciada, ainda que muitas negociações estejam em andamento, preferencialmente envolvendo trocas ou que não exijam investimento. Há casos em que até há dinheiro, mas o martelo só será batido depois de definidos novos dirigentes.

Em Minas, o trio América, Atlético e Cruzeiro segue os colegas de outros estados e nenhum nome foi confirmado pelas diretorias. No Galo, as mudanças começaram pelas saídas daqueles cujos contratos se encerram agora. Puxaram a fila os zagueiros Juninho e Martín Rea, devolvidos a Palmeiras e Danúbio-URU, respectivamente. Já o armador Tomás Andrade retorna ao River Plate.

Por enquanto o único que poderia chegar no ano que vem é do lateral-direito Marcos Rocha, cujo empréstimo ao Palmeiras termina neste mês. Mas isso não deve ocorrer, já que o clube paulista demonstrou interesse em pagar os 2 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões) previstos em contrato para ficar em definitivo com o jogador. Ou parte, cedendo atletas ao alvinegro, que tem interesse no armador Gustavo Scarpa e no atacante Guerra.

Se outros jogadores forem negociados – o lateral-direito Emerson, por exemplo, está na mira de clubes europeus –, os valores destinados à busca de reforços ultrapassarão os R$ 20 milhões previstos inicialmente no orçamento de 2019. “Fazemos estimativas conservadoras. Claro que se fizermos duas ou três boas vendas, vamos aplicar em atletas. E isso tem chance de acontecer. Mas primeiro é fazer caixa para depois ir ao mercado”, explica o presidente alvinegro Sérgio Sette Câmara.

O entendimento no clube é que o grupo precisa de “quatro ou cinco” contratações para ir forte no ano que vem, quando disputará a Libertadores. As principais posições são a zaga – o experiente Leonardo Silva fica sem contrato e não há certeza quanto à renovação – e a armação. O Galo poderá também ir atrás de laterais, principalmente se perder Emerson.

LADO AZUL Pelos lados da Raposa, a situação não é diferente. Sem recursos, o clube vem recorrendo a trocas para tentar chegar mais forte à temporada 2019. A vantagem do clube celeste é que os principais jogadores têm contratos em vigor.

Isso não significa que eles vão cumprir os compromissos até o fim, até porque as boas atuações neste ano despertaram interesse de outros clubes. Um dos mais assediados é o armador Thiago Neves, cuja contratação interessa ao Corinthians, Grêmio e Santos.

A diretoria até aceita negociar o jogador até mesmo por valor abaixo da multa rescisória, que é de US$ 10 milhões (cerca de R$ 38 milhões). Mas deseja receber atletas na negociação, desde que sejam de posições que o clube necessita.

“Não vamos investir dinheiro. O Cruzeiro gastou R$ 23 milhões para formar o elenco atual, menos que o rival (Atlético) gastou em um único jogador. O Cruzeiro não tem condições financeiras de ir em busca desses atletas (de ponta). Até acho que vamos conseguir uma grande contratação, mas na (base de) troca”, diz o vice-presidente executivo de futebol celeste, Itair Machado

Do grupo deste ano, o lateral-esquerdo Marcelo Hermes foi o primeiro a sair, sendo devolvido ao Benfica. O lateral-direito Ezequiel e o atacante Rafael Sobis, que são reservas, estão liberados para buscar outro clube.

QUEDA DE RECURSOS No caso do Coelho, rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, a principal novidade  é manutenção do técnico Givanildo Oliveira.

A diretoria iniciou as tratativas para garantir a permanência de alguns dos 22 jogadores cujos contratos se encerram neste mês – um deles é o goleiro João Ricardo, cuja pretensão salarial está acima do que o clube julga capaz de pagar. Ao mesmo tempo, os dirigentes buscam reforços, pois muitos não vão renovar. Dois já foram informados que não há interesse na permanência: os atacantes Luan e Rafael Moura. Outro que sai é o lateral Carlinhos, que acertou vínculo de dois anos com o Fortaleza.

O problema é que o rebaixamento diminuiu bastante o poder de investimento do clube. Quem chegar terá de aceitar salários compatíveis com a nova realidade financeira – a estimativa de arrecadação com o futebol deve cair de R$ 40 milhões para cerca de R$ 15 milhões.



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