Vôlei
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Musa do Minas: Mari Paraíba se recupera de contusão e quer pegar o Osasco

Mari se diz insatisfeita com o rendimento, mas pronta para ajudar o Minas

postado em 29/03/2012 09:45 / atualizado em 29/03/2012 10:20

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Esta sexta será um dia decisivo para o time de vôlei feminino do Minas, que fará às 18h45, na Arena JK, o segundo jogo da melhor de três contra o Osasco pelas semifinais da Superliga Nacional (as paulistas lideram a série por 1 a 0). A suspensão da oposto cubana Daymi, por três cartões amarelos, volta as atenções não só para a outra jogadora internacional do time, a ponta Herrera, também nascida em Cuba, mas também para uma brasileira, Mari Paraíba, que ficou de fora do primeiro confronto, devido a uma contusão no joelho esquerdo, mas que é a esperança para que o time melhore o passe. Considerada uma das musas da competição, a jogadora sonha em poder ajudar o time a vencer para que não aconteça a eliminação prematura e que o MTC possa continuar sonhando com o título, que não conquista desde 2002.

A história de Mari com o vôlei começou dentro de casa, em Campina Grande, na Paraíba. Sua mãe, Célia, era técnica. Treinava um grupo de meninas e meninos carentes, na cidade de Puxinanã. Desde pequenos, ela e o irmão, Daniel, levantador do Cruzeiro, acompanhavam a mãe. Aos 10 anos, estimulada pelo irmão, que já jogava, acabou dando os primeiros toques na bola. “Virei titular do time do colégio, CDI, lá em Campina. O técnico, Ricardo, me levou então para o clube da cidade, a AABB.”

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Aos 14 anos, Mari colocou o pé na estrada. “Fui para o BCN, hoje Osasco, para fazer um teste. Meu irmão já estava em São Paulo, mas não teve nenhuma influência na minha ida para lá. Foi uma outra jogadora paraibana, Dayse (hoje no Praia, de Uberlândia), que me indicou. Tive apoio da minha mãe e do meu pai, Isnaldo. O técnico era o Sérgio, na equipe infantil. Em 2006, o Paulo Cocco me levou para a equipe adulta e aí começou essa história.”

A chegada a São Paulo foi estranha, segundo ela. “Tinha muita gente. Havia muito movimento. Sou de uma cidade pequena. Estranhei também a comida. Não era igual à do Nordeste. Gosto de carne de sol, de feijão verde, cuscuz, queijo de coalho. Ainda hoje sinto falta. Uma amiga, uma vez, me levou a um restaurante de comida nordestina. Sempre que os meus familiares vêm aqui, trazem essas coisas. É quando mato a saudade.”

Ser do Nordeste gerou uma série de brincadeiras das outras jogadoras, segundo ela. Uma delas, a líbero Arlene, com quem jogou no Osasco, a chama de “miss sertãozinho.” “Me acostumei com as brincadeiras e não me importo”. A saudade de casa existe, segundo ela, que conta que sempre que está em férias volta para Campina. “Se ficar três meses de férias, fico lá o tempo todo. Vou com meus pais para praias ou do estado ou do Rio Grande do Norte.”

Mas em BH ela não se sente sozinha, pois mora com o irmão, Daniel, e a cunhada, Vivien, que, aliás, festejam a chegada do primeiro filho. Louise nasceu ontem, em São Paulo. Mari agora é tia. Não se cansa de ficar vendo a foto enviada pelo irmão pelo celular. “Ter alguém da família por perto é bom. O Daniel está sempre me dando dicas. Quando preciso, ele está sempre lá.”

ASSÉDIO O rótulo de musa não é à toa. Por onde passa, chama a atenção pela beleza. “Isso não me incomoda. Fazem um paralelo da beleza com o vôlei. Mas algumas vezes fico com receio sobre esse assunto. As pessoas são maldosas muitas vezes. Mas sou grata por me acharem bonita.”

Certa vez, ela foi chamada para participar de um programa de televisão, mas recusou o convite. “Eu estava na rua e uma produtora de um programa de televisão me convidou para participar. Ficou me ligando. Mas descartei. Expliquei que queria mesmo é seguir jogando. Foi em agosto do ano passado, quando vim pro Minas.”

Seu rendimento em quadra, no entanto, não a agrada. “Este foi um ano de muito aprendizado. Sempre espero evoluir. Tenho mais responsabilidade aqui. Mas não estou satisfeita, porque acho que poderia ter rendido mais.”

A suspensão de Daymi a revolta. “Existe uma marcação em cima das cubanas. Os torcedores gritam, xingam, ofendem. Acho que as veem como inimigas, como se fosse um jogo entre Brasil e Cuba. E não é nada disso. Elas são provocadas o tempo todo. Elas não fazem nada e acabam punidas. Acho que há uma precipitação da arbitragem para com elas. Existe mesmo uma marcação contra elas. É verdade que elas têm reações diferentes das nossas, mas isso era no começo. Agora não estão mais assim. Acho que nós é que temos de nos acostumar com a forma como comemoram os pontos. Elas pagam pela fama.”

Ela não joga há 13 dias, desde a vitória por 3 a 2 sobre o Sesi-SP. Não vê a hora de entrar em quadra. “Ainda sinto o joelho, mas estou ansiosa para jogar, ajudar a equipe. Estou meio sem ritmo. Não salto, não ataco desde aquele jogo. Não tenho treinado. Hoje (ontem) foi o primeiro. Estou fazendo fisioterapia. Mas quero entrar em quadra e vencer. Temos que ir para o terceiro jogo. É ruim ficar de fora. Vi o jogo de sábado pela TV. O sofrimento é maior do que quando estou jogando. Mas uma coisa foi boa, pois pude observar algumas coisas que posso ajudar a corrigir. Quero estar dentro.”

MARI PARAÍBA
» Mariana Andrade Costa
» 26 anos
» 67 quilos
» 1,81m de altura
» Ponteira
» Campina Grande (PB)

Equipes que defendeu

» Osasco-SP
» Pinheiros-SP
» Teuto-GO
» São Caetano-SP
» Mackenzie
» Macaé-RJ
» Minas

Títulos

» Campeã paulista com o Osasco, em 2004
» Campeã da Copa São Paulo’2004, com o Osasco
» Campeã da Salonpas Cup’2005, com o Osasco
» Campeã da Copa São Paulo’2007, com o Pinheiros
» Campeã dos Jogos Regionais Paulistas’2009, com o São Caetano
» Campeã da Copa São Paulo’2009, com o São Caetano