A partida mineira é recheada de histórias, como a de dois dos principais jogadores das equipes: de um lado, Canuto, no Minas; do outro, Filipe, no Cruzeiro, ambos ponteiros e que se destacam não só no ataque, mas no passe. O primeiro é o melhor na recepção pelo ranking da competição. O segundo, o sétimo. Se aparecem bem na defesa, também têm peso no ataque. O minas-tenista é o segundo maior pontuador do time, atrás de Escobar, enquanto o cruzeirense é o terceiro, depois de Wallace e Leal.
Canuto é cearense e iniciou a carreira em seu estado, que não tem tradição no vôlei. “Comecei aos 15 anos, no Náutico. Depois resolvi tentar a sorte, aos 19, em peneiradas do Sul do país. Primeiro, em São Paulo, no extinto Banespa. Não passei. Fui para o São Bernardo e fiquei. Joguei depois no Blumenau, pela Superliga, voltei ao São Bernardo, depois vieram São José, Volta Redonda, duas vezes também. Antes, no Londrina. Considero a passagem pelo Minas minha melhor temporada.” O ponteiro confia numa reviravolta. “Sempre fizemos bons jogos contra eles. Perdemos nos detalhes. Nosso jogo encaixa contra os melhores, como o Cruzeiro.”
Para ele, a prova maior disso é que viu a derrota na primeira partida em dois erros de arbitragem. “No primeiro set, vencíamos por 22 a 21, quando houve uma rede do Filipe, não marcada. Iríamos abrir dois pontos. Não sei se ganharíamos, mas é uma vantagem que não pode ser desprezada. Deram ponto para o Cruzeiro. Houve o empate e eles fecharam o set. No segundo, um erro de saque do Leal, bola fora, que o árbitro deu dentro. Foi mais de um metro além da linha. Ali, teríamos três pontos de vantagem. Ficou em um. Mas naquele jogo erramos muito. Hoje, temos de melhorar a recepção. Essa é a nossa chance.”
O cruzeirense Felipe começou a carreira no adversário. Conta que sempre pensa nisso na véspera dos confrontos. “Para mim, é estimulante. Vejo como motivação. Eu era ainda moleque. Saí sem ganhar nenhum título e, curiosamente, meu primeiro na Superliga, pelo Banespa, foi contra o Minas, no Mineirinho, em 2005. Depois ganhei dois troféus no Cruzeiro.”
Filipe diz que queria muito que o confronto fosse pela final. “Cruzamos com o Minas três vezes, sempre em semifinais. Joguei contra o Minas pela Ulbra numa semifinal e perdemos. Depois, perdi novamente defendendo o Florianópolis. Mas pelo Cruzeiro ganhei todas e espero continuar vencendo.”
RAIO X O jogador celeste faz um alerta. “O time deles é rodado. Franco, Samuel, Otávio, Flávio, uma novidade. Não é um time qualquer. Acho que eles podem até vir com novidades, como troca de meios de rede, revezar ponteiros. Estudamos o time deles todos esses dias. Analisamos o que podemos explorar. O objetivo é fechar a série.”
FIQUE LIGADO
Ingressos
Dos 3.600 ingressos colocados à venda, 200 foram cedidos a patrocinadores do Minas, 900 vendidos pelo Cruzeiro, e 2.500 disponibilizados para a torcida minas-tenista. Os bilhetes estão à venda desde quinta-feira, para sócios do clube, nas Centrais de Atendimento de suas quatro unidades. Haverá comercialização na bilheteria da Arena JK, a partir das 16h30. O jogo será transmitido pelo Sportv. Minas: Everaldo, Samuel, Otávio, Flávio, Escobar, Canuto e Lucianinho (líbero). Técnico: Neri Tambeiro.Cruzeiro: William, Wallace, Éder Carbonera, Isac, Filipe, Leal e Serginho (líbero). Técnico: Marcelo Méndez.