
Isabel, que foi a musa brasileira na Olimpíada de Moscou'80 no vôlei de quadra, quando ela e Jacqueline eram as melhores do país, foi também protagonista do vôlei de praia. Tão logo parou de jogar na quadra, foi para a areia, assim como a companheira. E nesse meio, acabou carregando consigo os três filhos, situação da qual não se arrepende. Pelo contrário, sente orgulho em poder ser mãe e treinadora.
“Eu não sei dizer o que sinto na verdade, quanto a ser mãe e técnica de duas filhas. É um outro tipo de emoção dirigir as duas. Sofro dobrado, como mãe e técnica, quando elas erram. Mas faço o que posso para ajudá-las a vencer. Na verdade, o objetivo é você e esse você, nosso, é o time todo”, conta.
Quando o assunto se vira para outro filho, Pedro, a emoção aflora. “Olimpíada é sonho para qualquer atleta. Quando criança, sonha de um jeito, adolescente, de outro, e adulto, de outra maneira. Mas no caso do Pedro, sinto um orgulho especial. Não por ele estar na Olimpíada, mas porque tem uma história de superação. Ele foi acusado de doping, por um laboratório, o Lastec. Ele não se dopou. Conseguiu provar isso. Fez exame em outro laboratório. O caso nem foi julgado. Foi uma denúncia irresponsável. Isso foi muito difícil para meu filho, para nossa família. O laboratório errou. Não existe meio-dopado. Ou é ou não é. Pois ele conseguiu superar todo esse problema e seguir como atleta para chegar a uma Olimpíada. Isso me dá muito orgulho.”
E a família seque em frente, rumo a títulos. Os três filhos de Isabel estão classificados às quartas de final da competição em Contagem, que acontecem neste sábado, a partir de 11h. Ela estará na beira da quadra, comandando Carol e Maria Clara. Depois, vai para a arquibancada torcer para Pedro. E junto, certamente, estará o neto. “Quando não estou lá dentro, fico com ele, que é muito divertido.”