Vôlei
None

MINAS

Minas aposta em equipe masculina formada por jogadores da base para repetir modelo vencedor

Estratégia levou o time ao tri nos anos 1980. Todos já integram a Seleção Sub-20

postado em 25/08/2016 10:30 / atualizado em 25/08/2016 08:58

Beto Novaes/EM/D.A Press

Dar um passo atrás para se reencontrar com fórmulas que levaram o vôlei do Minas a brilhar no cenário brasileiro nos anos 1980: montar suas equipes com a prata da casa, seguindo um modelo que garantiu ao clube uma sequência de títulos na Superliga Masculina (84/85/86). A estratégia coincide com o momento em que o técnico Bernardinho, da Seleção Brasileira, antecipa que o novo ciclo olímpico, visando à classificação do Brasil aos Jogos Olímpicos Tóquio’2020, começa já, com a renovação da equipe. Muitos atletas, casos do líbero Escadinha e do ponta Murilo, se despediram do time nacional e a vez agora é dos mais novos, comandados por um jovem campeão olímpico, o ponteiro mineiro Lucarelli, de 24 anos.

Coincidentemente, seis dos jogadores em que o Minas aposta são da Seleção Sub-20: os ponteiros Erick, de 19 anos, Davy, de 19, Henrique, de 19, o oposto Felipe, de 19, e o líbero Mateus, de 18, além do meio de rede Daniel, de 19. Eles estão convocados para o selecionado juvenil, que se prepara para a disputa do Campeonato Sul-Americano, em Bariloche, na Argentina. Para eles, a chance de mostrar qualidade e ao mesmo tempo construir uma trajetória que lhes permita realizar um sonho: futuramente disputar uma Olimpíada. Assim, seguiriam os passos de outros jogadores do MTC que chegaram a esse objetivo. Mas, antes de sonhar com isso, querem fazer do clube novamente campeão nacional, tendo como exemplo as gerações de Luiz Eymard e Elói, hoje diretor na modalidade, que foram a duas edições dos Jogos Olímpicos, em Munique’72 e Montreal’76; e a do tri nacional, Helder, Pelé, Luiz Alexandre, Elberto, Cacau e Henrique Bassi.

Responsável por comandar o projeto de renovação, o técnico Neri Tambeiro, que comanda a equipe há dois anos, tendo sempre levado o time às fases decisivas da Superliga, diz que esse é um trabalho de aproveitamento gradual dos jogadores. “Eles atuavam nas equipes de base, mas eram utilizados nos treinos do adulto, e alguns chegaram a ficar no banco em jogos da Superliga. Isso é importante, pois vão se adaptando à categoria e também acabam estimulados a seguir buscando chegar ao time principal e à principal competição. Por certo que a ida para a Seleção vem em função da evolução deles, o que passa por esse trabalho.”

O treinador acha importante, porém, não queimar etapas. Além de treinar e integrar a equipe adulta, vê como relevante jogarem em sua categoria, a juvenil. “Os treinos são a forma de aprimoramento e eles podem aplicar nos jogos dessa categoria o que aprenderam e o que evoluíram. Estamos com um trabalho sem correr riscos. Não será nenhuma surpresa se dentro em breve houver um time formado por esses meninos e mais alguns já formados no clube que permaneceram no grupo.”

Desde que chegou ao Minas, o treinador reserva quatro vagas do time adulto para atletas da base. Segundo ele, isso é fundamental na formação deles. O maior exemplo para todos eles é o meio de rede Flávio, da Seleção Brasileira Sub-23, já no time adulto. “É importante esse trabalho de formação e a oportunidade que dão aos atletas da base, meu caso, por exemplo”, diz Flávio, um dos que sonham com a Seleção e os Jogos Olímpicos.

O ponteiro Henrique é um dos mais entusiasmados. “No Brasil, não há nenhum outro clube a fazer uma aposta como a do Minas e a dar oportunidade como estão nos dando.” A proposta virou estímulo coletivo. “O clube dá a nós, jogadores novos, uma oportunidade absurda. Nunca se viu na Superliga um time tão jovem quanto será o nosso”, afirma Daniel. Érick reconhece: “Isso é gratificante.”

REFORMULAÇÃO Cebola, hoje supervisor minas-tenista, que integrou o time do primeiro tricampeonato e foi o treinador do segundo, em 2000, 2001 e 2002, também se mostra empolgado com o novo modelo. “Utilizar uma leva de jogadores que acaba de sair do juvenil traz muita responsabilidade, mas isso é o que todo jogador, quando jovem, sonha em ter.”

O Minas foi inteiramente reformulado para a próxima temporada. O clube está contratando apenas um oposto, o cubano Issanaie Ramíres, e está à procura de um levantador. O técnico Neri Tambeiro acredita que o Minas (sétimo na fase classificatória na temporada passada) poderá fazer um bom papel na Superliga e, principalmente, surpreender.

Tags: minas superliga