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SUPERLIGA MASCULINA

Final da Superliga, no Mineirinho, marcará o adeus de Leal ao Cruzeiro

Perto de completar 30 anos, cubano jogará no vôlei italiano

postado em 05/05/2018 08:00 / atualizado em 05/05/2018 08:20

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A amizade já dura mais de uma década, desde os treinos nas categorias de base da Seleção Cubana, em Havana, mas se intensificou no início de 2016, quando Leal convenceu Simón a assinar com o Cruzeiro. Neste domingo, os dois cubanos jogarão juntos pela última vez com a camisa celeste: de malas prontas para o voleibol italiano, Leal se despede do clube mineiro contra o Sesi, às 9h, no Mineirinho, na decisão da Superliga Masculina de Vôlei. Os ingressos estão esgotados.

“Nós queríamos jogar juntos. Há dois anos, ele teve a chance de vir, eu conversei com os diretores e deu tudo certo. Agora, estou indo e ele ficando”, conta Leal, que vai defender o Lube Civitanova. “O Simón foi o primeiro a saber da minha decisão. Ele concordou, pois sabe como penso, já jogou na Itália e sabe que será importante para mim”, completou.

Perto de completar 30 anos, Leal jogou as últimas seis temporadas pelo Cruzeiro. Foi tetracampeão da Superliga e Sul-Americano, tri do Mundial, Supercopa e Copa do Brasil, além de hexacampeão estadual. No fim de 2015, naturalizou-se brasileiro e estará apto a defender a Seleção Brasileira em competições internacionais a partir do ano que vem.

“Todo jogador tem algo a mais para mostrar. Acho que está na hora de mostrar na Liga Italiana. Jogar com grandes jogadores sempre é bom. Aqui no Brasil já ganhei tudo, três ou quatro vezes”, conta o ponteiro. “Minha decisão foi por isso, para crescer mais. Lá todos os jogos são bons. Aqui, não. Tem quatro ou cinco times bons. Tem essa diferença. Estou na véspera de jogar pela Seleção. Jogar lá com grandes jogadores e conhecê-los antes de jogar na Seleção também será importante”

Leal e Simón fizeram parte da última grande geração de jogadores cubanos, que perderam a decisão da Liga Mundial para o Brasil, na Itália'2010. Além dos dois, a equipe contava com Osmany Camejo, Fernando Hernández e Wilfredo León – considerado um dos melhores ponteiros do mundo, que será rival de Leal na próxima temporada do vôlei italiano.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Com a proibição de atletas internacionais em defender o time cubano, as principais estrelas se naturalizaram ou estão em processo de naturalização para defender outras seleções: além de Leal, que aguarda o prazo e carência para defender o Brasil, León se naturalizou polonês e Simón aguarda os documentos canadenses; eles seguiram o caminho de Juantorena, que nos Jogos Olímpicos do Rio defendeu a Itália.

INCENTIVO

Em sua decisão de partir para o vôlei europeu, Leal teve o incentivo de Simón, que jogou duas temporadas na Itália, conquistando a Copa da Itália pelo Piacenza, em 2013. “Nós somos irmãos, de pais diferentes. Jogamos juntos desde jovens e andávamos juntos lá. Saímos juntos da Seleção, eu para a Itália, ele para o Brasil, mas sempre mantivemos contato. Ele me ajudou muito aqui”, lembra o central, que encara com naturalidade a saída do ponteiro.

“São coisas que acontecem na vida do jogador. Lá será bom, ele vai crescer porque vai querer ganhar o Italiano. Aqui, ele ganhou tudo, lá é mais difícil, e ainda terá rivalidade com León, que está jogando bem. Terá uma motivação”

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