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William, do Minas, fala sobre duelo com o Cruzeiro e a mudança de arena

Além de destacar confronto com ex-clube e alteração de local, levantador de 42 anos falou sobre sua experiência; William disputa finais consecutivas há 15 anos

30/04/2022 08:00 / atualizado em 30/04/2022 11:29
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William conversa com membro da comissão técnica durante treino em Uberlândia
foto: Pedro Bueno

William conversa com membro da comissão técnica durante treino em Uberlândia

Minas e Cruzeiro duelam nesta manhã de domingo (01), às 10h, no Sabiazinho, em Uberlândia. A final da Superliga de Vôlei está na segunda partida e os cruzeirenses precisam apenas triunfar no interior de Minas Gerais para ser heptacampeão. E o grande personagem desta decisão é William, atleta minas-tenista que é multicampeão pelo adversário.

O levantador marcou época no Cruzeiro na década passada. William defendeu o time celeste entre 2010 e 2017, venceu cinco Superligas, sete Mineiros, três Sul-Americanos e três Mundiais de Clubes. Mesmo sendo ídolo cruzeirense, o atleta defende o Minas atualmente e sonha com o primeiro título da Superliga pela equipe, justamente contra o ex-clube.

Ao ser entrevistado pelo Superesportes, em treino em Uberlândia na sexta-feira, William ressaltou as dificuldades desta final. O Minas precisa vencer a segunda partida neste domingo (01) para forçar um terceiro jogo na próxima semana. E o levantador deixou claro que não sente nada diferente ao duelar com o seu ex-clube em uma decisão.
"Nada de diferente (por ser contra o Cruzeiro). Eu quero ganhar, independente de quem seja. Eu trabalho para isso. Não olho adversário. Cada ano, a gente tem adversários dificílimos. Na época que a gente conquistou lá no Cruzeiro. Na época do SESI, a gente jogou contra um Cruzeiro muito forte também. Depois joguei contra o Taubaté com um timaço. Enfim, cada ano é uma dificuldade a mais e a gente tem que trabalhar para tentar vencer, independente da equipe que seja", afirmou William.

Já ao ser perguntado sobre a sua passagem pelo Cruzeiro, El Mago ressaltou todo o seu respeito pelo ex-time. William frisou que a sua passagem no clube celeste fica nos livros, na história, e que todas as decisões trazem um sentimento diferente, independente do rival.

"Toda final é sempre um momento especial. Desde a primeira até hoje, são momentos especiais, independente do clube. Eu acho que a fase no Cruzeiro foi excelente. A gente teve um grupo formidável. Criamos um grupo, na verdade. Foi um processo. Foi construído para ter aquele grupo vencedor da forma que foi. Foi muito legal. E passou. A história fica aí para quem gosta de história, de livros, e de entender um pouco como foi formulado isso", comentou o levantador. 

William ainda destacou que já enfrentou o Cruzeiro depois de sair da equipe mineira. Antes de se juntar ao Minas, o atleta de 42 anos defendeu o SESI e foi vice-campeão da Superliga de Vôlei em 2018. O levantador perdeu a final justamente para o time mineiro e sabe as dificuldades de uma final de Superliga como poucos jogadores.

"Depois disso, já passei, fui para o SESI, joguei finais contra o Cruzeiro também e agora, aqui no Minas, tenho a oportunidade de jogar de novo. Enfim, eu adoro esse momento. Vou procurar dar o meu melhor. Quero muito levar essa medalha de ouro para o clube, para o Minas. Eu acho que a gente merece por tudo que a gente tem feito nesses últimos anos. Mas agora tem que provar dentro de quadra. A gente vai trabalhar muito para conseguir isso". 

Experiência e mudança de local


Além de ter 42 anos, um outro número de William chama a atenção: esta é a 15ª final nacional seguida do atleta. O levantador iniciou esta sequência em 2007, ainda na Argentina, e já soma 11 decisões consecutivas no Brasil. Na Superliga, ele foi finalista pelo Cruzeiro, SESI e Minas. 

Desde a primeira final disputada por William, ainda em 2007, até os dias atuais, o mundo mudou bastante. No entanto, o jogador confirma que mudou muito pouco e continua com o mesmo empenho dentro de quadra.

"Pouca diferença (ao comparar com ele mesmo, 15 anos atrás). A vontade ainda é a mesma, a dedicação é a mesma. Eu acho que a diferença é um pouquinho de cabelo branco e barba branca. Mas não muda não. O trabalho segue sendo igual. Eu ainda sou apaixonado pelo esporte, adoro estar dentro de quadra e me motivo, a cada ano, a melhorar e buscar coisas novas. Então, não mudou nada. Dentro do vôlei nada, só fisicamente, talvez", disse El Mago.

A experiência do atleta faz com que ele tenha passado por inúmeras situações e se adaptado, porém, a mudança de local não foi bem avaliada. Para William, o time mineiro merecia realizar este jogo histórico dentro da sua arena. 

"A gente tem que jogar, não adianta, independente da onde seja, o nosso objetivo é estar dentro de quadra e dar nosso melhor. A gente gostaria muito que o jogo fosse na arena. A diretoria fez um trabalho incrível para tentar que esse jogo fosse lá. Para nós era muito importante jogar dentro de casa. Eu acho que a gente tinha essa vantagem por ter terminado em primeiro. Era uma vantagem boa. Eu acho que em dois anos, a gente perdeu um jogo dentro de casa. Então, era uma coisa que a gente esperava muito. A diretoria tentou de todas as maneiras, mas não conseguiu. Enfim, estamos prontos para qualquer lugar. Seja aqui, seja na China, vamos entrar para jogar e tentar levar esse título", finalizou o jogador do Minas.

William fez questão de destacar a atitude da diretoria, a qual buscou todas as maneiras de evitar a transferência do jogo. Entretanto, a final será realizada em Uberlândia, distante da Arena UniBH e de Belo Horizonte. Entenda a razão para a mudança de local aqui.


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