
Durante os próximos 25 anos, o Cruzeiro mandará todos os seus jogos como mandante no Mineirão. O contrato assinado pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares com a concessionária Minas Arena recebeu críticas de Alexandre Kalil, mandatário do Atlético, que não concorda com o que é oferecido pela empresa que administra o estádio. Entretanto, o dirigente celeste reiterou confiança no acordo feito e projetou arrecadação de até R$ 3,6 milhões por jogo no Gigante da Pampulha.
“Esse contrato feito com a Minas Arena não tem nada de prejudicial para o Cruzeiro, pelo contrário. Temos certeza que, com a quantidade de cadeiras que vamos ter e outras rendas dentro do Mineirão, teremos, no mínimo, três a quatro vezes mais arrecadação do que teríamos se fossemos jogar no estádio Independência”, disse Gilvan de Pinho Tavares.
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“Todo estádio que o clube for realizar suas partidas, ele terá as despesas com taxas que a federação cobra. A federação cobra 10% que é direito dela e os clubes têm de oferecer estádio limpo, há despesa com segurança, pessoal que monitora entrada do torcedor, catracas. Isso gera um custo, que o clube calculou, de 25% a 30% da arrecadação. Numa arrecadação de R$ 3,6 milhões, tirar 30%, sobra R$ 2 milhões e tanto. Onde o clube conseguiria um negócio melhor que esse, sem ter investido um centavo no estádio?”, acrescentou.
Gilvan não teme prejuízo com públicos menores, já que as despesas com quadro-móvel também diminuiriam. “Se o público for menos, a despesa também é menor, com segurança, limpeza e bilheteria. O custo cai também. O Cruzeiro jogou aqui no Mineirão, quando usava o estádio, para público com média de 20 e poucos mil. A gente tem certeza que, com a modernização do estádio, essa média de público será maior, ainda mais com o time que a gente está oferecendo ao torcedor. O Mineirão, no princípio, ficará ainda mais cheio pela novidade que é. E nossa torcida é fiel e tenho certeza que vai lotar o estádio”, destacou.
Arrecadação com bares
Um dos principais pontos de divergência entre o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, e a proposta feita pela Minas Arena está na impossibilidade de o clube ter arrecadação com os bares do Mineirão. Para Gilvan, essa crítica não é válida.
“Não temos vocação para vender empadinha, picolé e essas coisas. Não é vocação do clube. Essa renda, tenho quase certeza que nem para a Minas Arena terá tanta importância. Quanto que é o arrendamento de um alojamento de um bar aqui no Mineirão? Não é uma coisa tão cara, que dá tanta renda. O concessionário não é um grande empresário, ele é um empresário pequeno e não pode pagar tanta coisa. Esse concessionário só vai ter renda desses estabelecimentos em dia de jogos”, comentou.
“Um clube, a gente sabe que faz em torno de 3,3 jogos por mês durante o ano. Dois meses do ano sequer têm jogos. Os meses de dezembro e janeiro não têm jogos. Os concessionários de lanchonete e bares em um estádio desse ganham muito pouco. São como nossos concessionários de clubes de lazer. Eles trabalham só sábado e domingo e o resto da semana ficam com empregado, sem ganhar dinheiro. Isso não é renda que se possa criar obstáculo para não assinarmos um contrato”, complementou.