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POLÊMICA

Dirigente celeste ataca Minas Arena e pede mais transparência à concessionária

Segundo Valdir Barbosa, empresa não presta contas de despesas no estádio

postado em 22/05/2013 23:45 / atualizado em 22/05/2013 23:58

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Os atritos entre Cruzeiro e Minas Arena parecem estar longe de serem sanados. Depois de o presidente celeste Gilvan de Pinho Tavares falar sobre a possibilidade de rescisão de contrato com a concessionária, o gerente de futebol Valdir Barbosa acusou a empresa de falta de transparência e má vontade com o Cruzeiro.

“O Cruzeiro quer transparência. A Minas Arena apresenta no borderô os gastos dela e não apresenta nota. Nós sabemos que tem funcionário aqui dentro que ganha R$ 3.800 por jogo ou R$ 2.500, tem vários assim. O Cruzeiro assume 70% das despesas de todos os jogos. Essa relação de cachês nunca foi apresentada para nós. Só se viu isso uma vez durante uma reunião do clássico Cruzeiro e América, em que um funcionário deixou este papel em cima da mesa, que alguém viu e logo pegaram para ninguém ler”, disparou Valdir, em entrevista à Rádio Itatiaia.

“O Cruzeiro poderia estar pagando menos. O Cruzeiro gostaria de ver especificada a despesa da Minas Arena. A gente acredita que é excesso de zelo ou incompetência administrativa. Há também falta de respeito. Quando o Cruzeiro chega ao estádio, parece que não é parceiro, que não tem um contrato assinado por 25 anos, é um mero participante. A questão do hino foi a gota d’água. No próprio clássico ocorreram coisas desagradáveis, alguns deboches, inclusive, de pessoas com história no clube”, completou, em entrevista à Rádio Itatiaia.

Valdir Barbosa acusou a Minas Arena de débito com o Cruzeiro, embora a concessionária tenha dito que está em dia com os pagamentos ao clube dos R$ 2 milhões, relativos à assinatura do contrato de fidelização.

“A Minas Arena nos deve, há quase 30 dias, R$ 500 mil das luvas que foram acertadas em contrato quando da assinatura do mesmo. Foi vencido o boleto em 28 do mês passado. A nossa parte da renda no primeiro jogo do estádio, contra o Atlético, foi parar em São Paulo. Porque a empresa que fazia o controle do dinheiro, não sei por que, a Minas Arena é quem deve explicar, levou o dinheiro para São Paulo. Ficamos 10 dias sem saber onde estava o dinheiro, cada hora um dava uma informação e o dinheiro não aparecia”, revelou.

“Em outras épocas, o clube recolhia o dinheiro na hora, o dinheiro é do clube. Por que o dinheiro tem que sair? Ninguém vai brigar por um atraso de 24 horas, ou 48 horas, por questões burocráticas, mas oito, nove, dez dias? Há pendências daquele jogo que até hoje não foram acertadas. Pequenas pendências, mas existem”, completou.

Por fim, Valdir Barbosa salientou que o Cruzeiro abriu mão da multa de R$ 2,5 milhões para o show de Paul McCartney para receber apenas R$ 400 mil, em uma atitude cordial com a empresa, mas, a partir de agora, o contrato será cumprido à risca pelo clube, sem abertura para negociações.

“O Cruzeiro poderia ter cobrado uma multa de R$ 2,5 milhões, não cobrou, cobrou uma quantia muito inferior. O Cruzeiro demonstra flexibilidade quando necessário, mas a Minas Arena não. Agora, vamos exigir que o contrato seja cumprido integralmente, conforme a Minas Arena nos coloca. Vamos conversar com o governador, se necessário for, porque do jeito que a coisa caminha é insustentável, passamos do limite da tolerância”.