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Desentrosamento geral

Repleto de mudanças, time celeste tenta se reorganizar dentro de campo. Do lado de fora, presidente e treinador manifestam seu desencontro nas entrevistas

postado em 11/02/2015 08:42 / atualizado em 11/02/2015 08:45

QUINHO / EM DA PRESS
Se precisa de entrosamento dentro de campo, depois da saída de 10 jogadores e da chegada de 13, fora dele a situação não é muito diferente no Cruzeiro. Enquanto tentam remontar a equipe, prejudicados ainda pela contusão de alguns atletas, o técnico Marcelo Oliveira e o presidente Gilvan de Pinho Tavares vêm trocando farpas pela imprensa.

Os desentendimentos começaram no mês passado, quando o dirigente, durante o lançamento do Campeonato Mineiro de 2015, afirmou que Dagoberto poderia ser reintegrado ao elenco, no entendimento da diretoria, dando a entender que o problema era com a comissão técnica. Questionado a respeito, Marcelo garantiu que o afastamento do experiente atacante havia sido decidido em conjunto e não haveria motivo para retornar ao assunto.

Esta semana começou com novas declarações entre presidente e técnico. Depois do empate de 1 a 1 com a Caldense, no Mineirão, o treinador reclamou da contratação de mais um atacante – Henrique, vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro do ano passado pelo Palmeiras. Segundo ele, o jogador teria as mesmas características de outros homens de frente que já treinam na Toca da Raposa II, como os igualmente recém-chegados Joel, Leandro Damião e Riascos.

Pouco mais de 24 horas depois, Gilvan retrucou, afirmando que apenas dá ao treinador as mesmas condições dos dois últimos anos, em que o Cruzeiro conquistou dois Brasileiros e um Mineiro, além de ter chegado à decisão da Copa do Brasil. Além disso, garantiu que desde a temporada passada a maior parte dos jogadores foi contratada por iniciativa da diretoria, não por indicação da comissão técnica.

Apesar do tiroteio verbal, integrantes do comando do clube asseguram não haver nenhum estremecimento na relação Gilvan-Marcelo. “Divergências de ideias entre diretoria e comissão técnica são normais, como em qualquer família. O importante é que o pai e os filhos mais velhos resolvam os problemas. No Cruzeiro, crise não perdura e às vezes nem existe. Está tudo bem e agora é partir para os próximos jogos”, diz o gerente de futebol Valdir Barbosa, que vem cumprindo parte das funções antes atribuídas ao diretor Alexandre Mattos, hoje no Palmeiras.

RECUPERAÇÃO Enquanto direção e comissão técnica buscam ajustar os ponteiros, o time já volta a campo hoje, às 22h, para enfrentar o Guarani, em Nova Serrana, em busca de recuperação no Campeonato Mineiro, depois do empate em casa com a Caldense. Ontem, o clube apresentou oficialmente o zagueiro Paulo André e o volante Willians, ambos contratados com aprovação de Marcelo. Ainda nesta semana, deve ocorrer o mesmo com Henrique e o zagueiro Douglas Grolli, que ainda não assinaram contrato, mas já participam das atividades na Toca.

“Sei da qualidade da equipe e do clube, por isso aceitei a proposta. Amigos me falaram o quão bom é trabalhar aqui, um clube vitorioso. Então, venho para conquistar títulos”, disse Willians, de 29 anos, que tem na marcação a principal característica. Ele assinou por três anos. “O Cruzeiro praticou nos últimos dois anos o melhor futebol do Brasil, um estilo de que tínhamos saudade, que não víamos mais. Quando recebi a proposta, me senti muito orgulhoso. Por se tratar do bicampeão brasileiro, não poderia deixar a oportunidade passar. Aos 31 anos, decidi vir para buscar mais títulos em um clube que pratica um futebol que me agrada e tem tudo para seguir vencedor”, declarou Paulo André, de 31, que acertou por um ano, renovável por mais um.

Troca de farpas

SOBRE DAGOBERTO
“O Dagoberto sabe que a diretoria sempre teve todo carinho com ele, o problema não foi com a diretoria e ele sabe disso. Ele não poderia falar isso (que está insatisfeito com a diretoria)”
Gilvan, em 27/1

“Não sei quem está alimentando essa história, não sei quem está nutrindo isso. Fizemos um planejamento no fim do ano passado, na época da minha renovação, e foi definida essa situação. Queremos dar oportunidades ao Alisson, ao Willian, ao Marquinhos, ao De Arrascaeta, ao Judivan, aos atletas que vieram. Então, vamos conversar sobre esses jogadores que permanecerão no Cruzeiro”
Marcelo, em 30/1

Critério nos reforços
“Henrique é um ótimo jogador, já o tinha incluído em uma lista de jogadores que estávamos monitorando. Só que ele vem para uma posição em que já temos outros três. Assim como já temos quatro laterais-esquerdos. Faz parte do nosso trabalho gerenciar pessoas. Vamos ter de administrar isso”
Marcelo, em 8/2

“Prefiro acreditar que ele não pensa daquela forma. Na realidade, ele só ganhou dois Brasileiros com o Cruzeiro porque tínhamos um grupo montado pela diretoria. Alguns jogadores foram por sugestão dele, mas a maioria não foi por indicação dele. E deu certo, encaixou”
Gilvan, em 9/2

Perfil de contratados
“Temos de contratar com inteligência, com jogadores que tenham características diferentes”
Marcelo, em 8/2

“Ainda não acertamos com o armador para fazer a função do Éverton Ribeiro, mas não é fácil de achar. Nome, nós temos. Temos ido atrás, insistido, mas não temos tido sucesso nessa negociação”
Gilvan, em 9/2

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