Prazo apertado, valores e alianças: os pontos da negociação do Cruzeiro pelo meia Lucas Lima

O Cruzeiro mantém contatos para tentar a contratação do meia Lucas Lima, do Santos. Como noticiou o Superesportes no último fim de semana, o jovem, de 24 anos, é o grande sonho do presidente Gilvan de Pinho Tavares para compor o meio-campo da equipe. Segundo o representante da Doyen Sport – investidora dona da maior parte dos direitos econômicos de Lucas –, a negociação é delicada nos prazos e no tratamento com o Peixe, pois só há hipótese de liberação no meio do ano.

“Conversamos sobre Lucas Lima no Cruzeiro desde janeiro. O Santos pediu para que o jogador fique até o meio do ano e nós aceitamos as condições. Temos três propostas pelo jogador e no meio do ano a história é outra. Uma das ofertas é do Cruzeiro, mas não estipulamos nenhum prazo”, afirmou Renato Duprat, representante do grupo, deixando claro que a oferta ainda é um esboço.

Dentre as variáveis da negociação estão o prazo apertado, os altos valores envolvidos e os interesses de Lucas Lima, de seu empresário e da Doyen Sports.

Prazo apertado

O Cruzeiro espera contar com seu novo armador, seja ele Lucas Lima ou não, a partir das oitavas de final da Copa Libertadores (caso avance no torneio), marcadas para acontecer entre 29 de abril e 13 maio. Pessoas ligadas à negociação dizem que pode haver flexibilidade nas tratativas caso o Santos seja eliminado precocemente do Campeonato Paulista. Contudo, a equipe tem onze pontos de vantagem na liderança de seu grupo e está, praticamente, garantida nas quartas de final.

Caso seja eliminado na fase de quartas do Paulista, o Santos se despediria da competição no dia 12, dezessete dias antes do início da fase de oitavas de final da Libertadores. Caso saia na semifinal, o Peixe disputaria a última partida em 19/04, dez dias antes do início do mata-mata na competição sul-americana. Por fim, se chegasse à final, o alvinegro praiano só começaria a conversar sobre a liberação de Lucas em 3 de maio, data da decisão e período em que a fase da Libertadores já terá se iniciado.

Valores envolvidos

Na janela de transferências do início do ano, o Santos fez jogo duro para segurar Lucas Lima. Após perder Leandro Damião, Arouca, Mena e outras tantas peças por atraso de salários, o presidente eleito Modesto Roma Júnior garantiu a permanência do jovem meia. Prorrogou o contrato de Lucas e triplicou seus vencimentos. Além disso, recusou uma proposta de 9 milhões de euros do futebol chinês.

Como tem a menor parte dos direitos econômicos, o Santos deverá exigir uma composição da Doyen para liberar o jogador – como Gilvan fez nas vendas de Goulart e Lucas Silva, por exemplo. Além disso, não aceitaria pelos 100% nenhum valor menor do que os 9 milhões de euros já recusados. Cruzeiro e investidores, que trabalham em parceria na negociação, teriam que chegar logo, se considerados os prazos apertados, ao valor desejado pelos santistas. Em conversa com pessoas próximas, o mandatário cruzeirense já mostrou que está disposto a abrir o caixa nesta negociação.

Alianças e interesses

O Cruzeiro tem na Doyen Sports a grande esperança de contratar Lucas Lima. O fundo maltês, representado por Renato Duprat no Brasil, vê em Gilvan de Pinho Tavares um dirigente responsável. Pensando no 'ativo', o grupo vê no Cruzeiro ‘uma boa camisa’ para valorizar o jogador. A disputa da Libertadores é outro ponto chave.

O empresário de Lucas Lima, no entanto, tem tratamento mais complicado. Edson Khodor acredita que seu cliente já está preparado para o exterior e espera que a próxima negociação já seja concretizada para fora do país. Além disso, se aproximou da direção santista durante as negociações da renovação e se mostra aliado de Roma Júnior e companhia.