
“Em um primeiro momento fiquei propenso a aceitar, mas envolve muita coisa e precisamos avançar nas tratativas, tanto da minha parte quanto envolvendo o Cruzeiro. A tendência é evoluir para sim, mas ainda não tenho a posição final”, afirmou Mano, que espera ver tudo sacramentado até domingo. “Eu me prontifiquei a comandar a equipe no último jogo, independentemente de como será o desfecho da negociação. Era o mínimo que poderia fazer para um clube que me recebeu tão bem.”
A direção celeste queria a resposta definitiva até ontem, mas, diante da explicação do treinador, aceitou esperar um pouco mais, em respeito ao bom trabalho de Mano em três meses de Toca da Raposa. Mas já estuda nomes disponíveis no mercado. “Temos um perfil para buscar, mapeamos alguns técnicos. É nítido que o futebol brasileiro precisa qualificar seus profissionais, seja técnico, dirigente. O diferencial aqui é a qualidade do trabalho do dia a dia, como os treinos são conduzidos. Estamos em busca de quem tenha conteúdo e conhecimento, mas também esteja alinhado ao que o clube já construiu. Como foi feito com o diretor de futebol, vamos buscar alguém que se encaixe na nossa filosofia”, afirmou o diretor de futebol, Thiago Scuro.
A estratégia adotada pela diretoria pode beneficiar Deivid, hoje assistente técnico permanente. O ex-atacante, que concluiu o curso de treinador na CBF, comandou o time na vitória por 2 a 1 sobre a Ponte Preta, em 2 de setembro, logo depois da saída de Vanderlei Luxemburgo, e tem a simpatia dos jogadores para assumir o comando com a saída de Mano.
“Deivid é um dos profissionais com quem o clube vai aprofundar a conversa, considerando o conhecimento que tem do clube e do trabalho. Lá fora, isso é normal, são inúmeros os casos de treinadores que assumiram grandes equipes e tiveram sucesso. O Valencia anunciou o Gary Neville como treinador principal sem que nunca tenha dirigido uma equipe. Pep Guardiola e André Villas-Boas são outros exemplos de quem protagonizou situação semelhante. A gente tem muita convicção de que este é o caminho para manter o Cruzeiro em alta, sem sofrer de uma temporada para outra.”
MULTA Uma das questões a ser acertadas para que Mano assine o contrato com os chineses é o pagamento da multa rescisória ao Cruzeiro, próxima de R$ 7 milhões. Nenhuma das partes quer falar sobre o assunto, mas o clube não abre mão de recebê-la.