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Cruzeiro tem queda brusca em número de sócios e monta estratégia de crescimento

Clube celeste pretende recuperar associados antigos e atrair novos clientes

postado em 06/02/2017 21:00 / atualizado em 07/02/2017 15:16

Light Press/Cruzeiro/Divulgação

Sem conquistar títulos nos dois últimos anos, o Cruzeiro teve queda significativa no número de sócios do futebol. Em 2017, o clube deixou de contar com 18 mil torcedores – que optaram por não continuar no programa e abriram mão das renovações de contrato. Diante da queda brusca, a expectativa da cúpula celeste é fechar o balanço de fevereiro em 60 mil cadastrados, segundo informou ao Superesportes o diretor de marketing Marcone Barbosa.

“Tivemos uma queda significativa no número de sócios. Fechamos 2016 com 78 mil, mas iniciamos 2017 com vários cancelamentos. Perdemos cerca de 18 mil sócios. Nas nossas atualizações, devemos ter algo em torno de 60 mil”, disse o dirigente. No “Torcedômetro” do “Movimento por um futebol melhor”, o Cruzeiro caiu do sexto para o 11º lugar, com 27,8 mil sócios. De acordo com Marcone Barbosa, o site passa por atualização e em breve divulgará os números corretos.

Movimento por um futebol melhor
A redução na quantidade de sócios obrigou o Cruzeiro a mudar as estratégias do programa. No ano passado, o clube chegou a oferecer o benefício de quatro ingressos extras com descontos para cada associado, independentemente da modalidade. Em 2017, porém, a promoção foi reduzida de maneira drástica. Atualmente, apenas o sócio cativo pode comprar um ingresso extra – e pelo valor integral. Marcone Barbosa explicou que muitos torcedores optavam pela compra dos bilhetes extras de um amigo associado em vez de aderirem ao programa.

“Conforme a regra do programa, cada torcedor só pode comprar um ingresso. No ano passado lançamos um pacote em que o sócio poderia adquirir ingressos adicionais com descontos. Essa promoção nos trouxe grande dificuldade em manter os sócios, então entendemos que o caminho era limitar a promoção para recuperar os associados. A gente entende que dessa perda passa pelo torcedor que, em vez de ser sócio, vai com um amigo (sócio) ou como carona de alguém para o estádio. O Cruzeiro quer privilegiar exatamente quem é o sócio, e não o amigo do sócio”, frisou Barbosa, dando a entender que a vantagem anterior só será retomada quando o clube julgar necessário. “O Cruzeiro vai voltar a fazer esses pacotes promocionais sim, mas quando entender que é interessante”, completou.

Na seção “Como Funciona” do site do programa, o Cruzeiro explica que “determinará, a cada jogo, a quantidade de ingressos que o sócio do futebol poderá comprar”. Nos casos de o clube disponibilizar mais de uma entrada para compra, os torcedores cadastrados são avisados por e-mail ou pelo aplicativo para celular. O contrato original, portanto, garante apenas a entrada do titular do cartão.

Essa decisão de reduzir o benefício para os sócios refletiu nas cadeiras do Mineirão no jogo de domingo, contra o Tricordiano, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro. Na vitória cruzeirense por 2 a 1 – gols do atacante Ramón Ábila – somente 4.612 torcedores pagaram ingressos. A renda foi de R$ 108.204,00. “O jogo de ontem, por exemplo, caberia a promoção (de benefício de ingressos para os sócios). Mas estamos num momento do programa em que precisamos recuperar os sócios. A queda do número de sócios forçou o clube a tomar essas medidas. Acredito que podemos recuperar, pois o Cruzeiro tem perspectiva de fazer bom ano esportivo”, justificou Barbosa, que também falou sobre os motivos da redução de associados.

“Duas coisas influenciaram muito. O primeiro é o momento econômico do Brasil, em que muita gente perdeu emprego e crédito. A partir daí, todo mundo faz cortes. E o lazer é a primeira opção de cortes. O segundo foi o momento do time. Em 2015 e 2016 o time não foi bem. Esse conjunto de fatores contribuiu para a perda de sócios”.

Por ora, o Cruzeiro não cogita formular novas categorias de sócio, mas trabalha para deixar o programa mais atrativo. Em janeiro, por exemplo, apenas os clientes que estavam em dia com as mensalidades puderam acompanhar o jogo-treino contra o Brasília, no SESC Venda Nova, em que a Raposa venceu por 8 a 2. A entrada no local foi condicionada ao "pagamento de "Cruzeiros", que são os pontos do programa. Essa troca também pode ser feita por produtos licenciados e visitas à Toca da Raposa II.

Enquete



Reclamações da torcida

Os cruzeirenses que em 2016 eram acostumados a comprar ingressos para familiares e amigos naturalmente se mostraram contrários à redução dos benefícios. Muitos publicaram reclamações no Twitter mencionando o perfil oficial do clube (veja no fim da matéria):

PROMOÇÃO PARA OS SÓCIOS

Como foi em grande parte de 2016

Clientes cativos: com entradas asseguradas, podiam comprar de dois a quatro ingressos extras com 50% de desconto;
Cruzeiro Sempre: podiam comprar de dois a quatro ingressos com 50% de desconto;
Papafilas: podiam comprar de dois a quatro ingressos com 10% de desconto;
Time do Povo: podiam comprar até quatro ingressos pelo valor integral;

Como ficou em 2017

Clientes cativos: com entradas asseguradas, podem comprar apenas um ingresso extra pelo valor integral;
Cruzeiro Sempre: podem comprar um ingresso com 50% de desconto;
Papafilas: podem comprar um ingresso com 10% de desconto;
Time do Povo: podem comprar um ingresso pelo valor integral;

Valor da anuidade para novos sócios

Cativos:

Tríplice Coroa: R$ 2.460 e R$ 50 de adesão
Libertadores: R$ 1.800 e R$ 50 de adesão
Brasileiro: R$ 1.260 e R$ 50 de adesão
Supercopa: R$ 1.260 e R$ 50 de adesão
Recopa: R$ 1.080 e R$ 50 de adesão
Copa do Brasil: R$ 1.080 e R$ 50 de adesão

Não-cativos:

Cruzeiro Sempre: R$ 360 (sem taxa de adesão)
Papafilas: R$ 216 (sem taxa de adesão)
Time do Povo: R$ 144 (sem taxa de adesão)

Números estimados por categoria

Cativos: 10 mil
Cruzeiro Sempre: 43 mil
Papafilas Time do Povo: 7 mil






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