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Violência

Promotor Ricardo Coelho fala sobre tumulto em Caruaru: "Faltou policiamento"

Um dos principais defensores da extinção das Organizadas, Coelho prometeu um endurecimento das ações das autoridades após briga no Luiz Lacerda

postado em 04/03/2013 11:20 / atualizado em 04/03/2013 11:33

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Cecília Sá Pereira/DP/DA Press
De volta às atividades no Ministério Púbilco após um período de férias, o promotor Ricardo Coelho criticou a falta de policiamento nos arredores do estádio Lacerdão, no jogo entre Central e Sport, no último domingo. Para o titular da promotoria de Defesa do Consumidor, a avaliação equivocada dos riscos desta partida contribuiu para as cenas de violência protagonizadas por membros das facções da Patativa e do Leão. Coelho, entretanto, acredita que o incidente seja um sinal de que os vândalos estão sentindo as medidas que vêm sendo tomadas.

O promotor reconheceu que a facção do Sport sequer poderia ter invadido o perímetro de 5 km de distância do estádio, uma vez que a decisão de proibir a presença das organizadas diz respeito à área de atuação do Juizado do Torcedor. “Houve esta falha no policiamento em Caruaru. Pelo pouco efetivo e pela permissividade. Eles não poderiam estar ali. Estamos numa situação que exige uma atuação enérgica da Polícia Militar, do Ministério Público e do Judiciário. Não podemos fazer vista grossa e permitir pequenos agrupamentos. Temos que jogar duro. Fazer valer a medida de proibição em sua totalidade”, destacou.

Segundo Coelho, o incidente serviu como um alerta para as autoridades envolvidas no processo de luta contra a violência que tem assombrado o futebol pernambucano. “É preciso que todos façam a sua parte. Não tenho dúvidas de que a tendência é endurecermos nossas ações. Esta foi uma determinação do governador de Pernambuco. Há uma instrução às polícias militar e civil para agir com rigor nestes casos. Temos que jogar duro. Se for preciso, usar a cavalaria pra dispersar e prender os grupos. Fazer tudo o que esteja ao nosso alcance”, pontuou. “Vamos atuar de forma impiedosa. Serão cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes e se for necessário, a prisão de diretores, extinção da personalidade jurídica destas torcidas. As medidas serão duras”, prometeu.

O promotor destacou ainda que as autoridades estão atentas às reações das organizadas. De acordo com Coelho, as facções estariam tentando levar as instituições e suas medidas ao descrédito. “Elas estão tentando burlar a decisão judicial de várias formas. Têm usado símbolos e nomes diferentes, criado fatos como o confronto de ontem para mostrar que as providências que têm sido tomadas são inócuas. Mas isto se voltará contra eles. Diante dos desdobramentos, haverá um endurecimento das nossas ações”, adiantou.

A assessoria da Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o caso, mas prometeu uma resposta em breve.