Futebol Nacional
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Coluna

Leia o Diario esportivo escrito pelo colunista Fred Figueiroa

postado em 13/08/2013 09:01

Desnecessário

Sandro quer o impossível. Em várias das suas declarações, ele reclama da pressão exagerada dos torcedores e de parte da imprensa. Coloca-se na condição de injustiçado por críticas pesadas para um técnico em início de carreira. E até teria razão não fosse o contexto em que está inserido. O que Sandro precisa entender é que o momento profissional dele realmente pede paciência, mas o momento do Santa Cruz no Campeonato Brasileiro pede urgência. Pede certeza. Não permite o erro. Um eventual fracasso - o primeiro do jovem técnico - seria trágico para o clube, que iria para o sétimo ano longe das duas divisões economicamente viáveis do futebol nacional. Os títulos estaduais levantaram o moral, mas não mudaram a condição precária de funcionamento do Santa - atravessando mais uma crise financeria e com salários atrasados. Portanto, Sandro, é simplesmente impossível que a torcida considere normal o time mais uma vez nivelando-se por baixo em uma Série C de fraquíssimo nível técnico. Não dá para ver o Santa penando na classificação ao lado de Cuiabás, Águias e Luverdenses da vida.

As críticas não são por acaso e muito menos pessoais - já que Sandro sempre carregou com ele uma imagem de profissional capaz, simpático, educado, trabalhador e íntegro. É fundamental separar as coisas: O Sandro ex-jogador, o Sandro treinador e, sobretudo, o Santa Cruz. É um fato que o time de hoje rende muito abaixo da equipe deixada por Marcelo Martelotte no fim do Estadual. É fato também que Sandro teve todo o tempo do mundo para recolocar o time nos trilhos. E o 6 a 0 sobre o Treze não é suficiente para dizer que a evolução, enfim, veio. É, no máximo, um sinal de que ela pode vir. No returno, serão apenas quatro jogos no Arruda e é vital que o Tricolor tenha uma postura diferente nas seis partidas fora de casa. A começar da próxima, diante do Luverdense, em Mato Grosso. Depois da desnecessária entrega do cargo - que acabou reforçando a imagem de imaturidade e insegurança do jovem treinador - um resultado negativo no domingo deixará a direção em uma situação ainda mais difícil do que já estava. Depois de uma verdadeira operação para manter o ex-jogador no cargo, será uma contradição imensa demiti-lo na próxima derrota. Algo que, inclusive, já vinha sendo cogitado antes do empate contra o Brasiliense. Não sei se foi uma atitude sincera (até acredito que sim...), um teatro ou uma estratégia do técnico. Seja como for, ele conseguiu sair desta novela iniciada no último sábado com raízes mais sólidas no cargo. A manutenção de Sandro está diretamente relacionada com a falta de dinheiro no Arruda e a suposta capacidade de "segurar" o elenco que o jovem técnico tem. O grupo demonstrou estar com ele e isso é um dos pilares para que o trabalho comece a dar certo. Minha opinião permanece a mesma: O Santa errou em contratar Sandro e errou em mantê-lo no cargo por todo este tempo.

Pressão para todos

O foco da mídia está em Sandro, mas não é só ele que está em xeque. A semana, todos sabem, será decisiva para Zé Teodoro e, não duvidem, também para Marcelo Mertelotte. O Sport vem de três derrotas nos últimos quatro jogos e a queda de rendimento preocupa a direção do clube. Ontem uma longa conversa entre diretores e jogadores atrasou o treino em mais de uma hora - expondo a pressão para que o time não perca pontos nos dois jogos que fará em casa nesta semana.

Magrão ainda tem crédito

Ontem o Diario trouxe uma reportagem sobre a má fase deMagrão, analisando os 23 gols sofridos por ele na Série B. Dos últimos 4, o ídolo falhou em três e o momento preocupa. Na minha opinião, ele deve continuar como titular por sua alta capacidade técnica, mas se os erros se repetirem, Martelotte não pode ficar refém do passado. Saulo tem plena condição de atuar.