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FUTEBOL MINEIRO

Carona, transporte alternativo e restrição em hotéis: crise de abastecimento afeta América, Atlético e Cruzeiro

Clubes sentem efeitos da paralisação dos caminhoneiros

postado em 28/05/2018 18:31 / atualizado em 28/05/2018 18:43

Mourão Panda/América
A sétima rodada do Campeonato Brasileiro ocorreu sem grandes transtornos. Apesar da crise de abastecimento, delegações de clubes viajaram e voltaram às cidades de origem. Mas, nesta segunda-feira, América, Atlético e Cruzeiro já começaram a sentir os efeitos da greve dos caminhoneiros, que chegou ao oitavo dia.

Sem combustível, jogadores e integrantes de comissões técnicas tiveram que se virar para voltar ao trabalho. Recorreram a caronas, transporte alternativo e vans. Funcionários da área administrativa tiveram o mesmo problema. As diretorias dos três clubes da capital mineira estão atentas também ao estoque de alimentos nos centros de treinamentos.

O Superesportes consultou América, Atlético e Cruzeiro e fez um panorama da situação:

América

Depois de receber o São Paulo no Independência nesse domingo, o América se prepara para uma viagem à capital paulista, onde enfrentará o Corinthians, na quinta, às 18h. O clube já recebeu a notícia de que, em alguns hotéis, cardápios estão sendo alterados por conta da escassez de alguns alimentos. No entanto, transporte e hospedagem estão garantidos.

“Fizemos uma programação. Para esse jogo nós temos combustível no ônibus para ir e voltar do aeroporto. E no hotel que vamos ficar, temos confirmação. Para o jogo do fim de semana (domingo, contra o Atlético-PR, no Independência), não temos nada garantido”, cdisse Hélio Lanza, supervisor de futebol do América.

De acordo com Lanza, alguns jogadores já enfrentam problemas para chegar ao CT Lanna Drumond nesta segunda-feira. Quem não possui combustível nos veículos recorreu ao táxi e transportes por aplicativos. 

A diretoria do América já montou planos de emergência para o deslocamento dos atletas e comissão técnica. “Tem alguns jogadores que já estão vindo de transportes alternativos. O clube está muito atento a isso. Temos vans para situações de emergência. Estamos bastante preocupados. Alerta máximo”, declarou.

Depois do jogo de domingo, com o São Paulo, o técnico Enderson Moreira opinou sobre a crise de abastecimento. Para ele, não há clima para futebol enquanto a situação continuar.

Atlético

Alerta ligado também no Galo. De acordo com a assessoria do clube, o estoque de alimentos na Cidade do Galo é suficiente para os próximos dias. Mas jogadores e comissão técnica foram afetados já nesta segunda-feira pela falta de combustível em Belo Horizonte.

Assim como no América, jogadores compartilharam veículos ou usaram transporte alternativo. O técnico Thiago Larghi e demais integrantes da comissão foram à Cidade do Galo, em Vespasiano, em duas vans.
Bruno Cantini/Atlético

O zagueiro Gabriel, que mora em Matozinhos, na Grande Belo Horizonte, é um dos que ainda tem reserva de combustível no carro. Ele aproveitou a entrevista coletiva na Cidade do Galo para desabafar sobre a atual situação do Brasil. "Tenho gasolina. Está acabando, mas ainda tenho. Acho que hoje chegou um caminhão em Matozinhos. É triste a situação que o Brasil está passando hoje, mas temos que tentar conciliar com o trabalho. É triste você ver o pessoal jogando alimento fora enquanto muita gente precisa. Vamos esperar para que isso se resolva".

Gabriel ainda revelou que o irmão levou gasolina para outros jogadores no CT. "Meu irmão veio aqui salvar a galera que estava sem gasolina. Ele trouxe para a turma aí. Aproveitei e cobrei R$ 16,90 o litro (risos). Ele deu uma ajudinha boa para a rapaziada", concluiu.

Cruzeiro

Dos times mineiros na Série A, o Cruzeiro foi o único a jogar fora de casa no fim de semana. O clube celeste enfrentou o Santos, no Pacaembu, nesse domingo, e venceu por 1 a 0. Segundo Pedro Moreira, supervisor de futebol, a delegação não teve problemas para ir e voltar de São Paulo. ”Por enquanto os voos e as rodadas estão sendo mantidas. No momento está correndo tudo bem. Deu tudo certo na viagem para São Paulo. Vamos acompanhar nos próximos dias”.

Sobre o abastecimento de alimentos na Toca da Raposa II, o supervisor de futebol disse que o estoque atenderá as demandas dos próximos dias. O quadro pode mudar se a greve dos caminhoneiros persistir e complicar ainda mais a distribuição de mercadorias.

Vinnicius Silva/Cruzeiro

No fim da semana passada, alguns jogadores já relatavam, nas redes sociais, falta de combustível. O atacante Sassá, por exemplo, publicou, na última sexta, um vídeo em seu Instagram mostrando seus dois carros sem gasolina: “Leão sem dente”, disse o jogador. Já Raniel adiantou que o tanque está quase vazio.

“Nesta segunda-feira, muitos jogadores também recorreram a caronas e aplicativos de transporte. “Tem alguns que vêm de carona, até Uber para pegar está difícil. Meu carro já está só no cheirinho, mas está dando para vir. Eu moro aqui perto da Toca, está bastante complicado para gente também que tem que vir trabalhar todos os dias, mas isso é tranquilo, a gente dá um jeito”, disse Raniel, durante entrevista coletiva.

No domingo, Fábio revelou a torcedores, no Twitter, que o carro estava com uma reserva pequena de gasolina. 

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