Futebol Internacional
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DECISÃO DA LIBERTADORES

Nacional faz péssima partida, mas arranca empate a 17 segundos do fim do jogo

Torcida paraguaia precisou esperar os acréscimos para comemorar o empate na primeira partida da final da Libertadores, contra o San Lorenzo

postado em 07/08/2014 11:16

Braitner Moreira /Correio Braziliense

Jorge Adorno/Reuters
A torcida da casa levou pouco tempo para se calar, no primeiro jogo da decisão da Libertadores. Com um zagueiro escalado de surpresa no lugar de um atacante, ficou claro que o Nacional só se defenderia no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção. Os torcedores, então, sentiram o baque dos seguidos ataques do San Lorenzo. O mesmo público que encheu o gramado de papel higiênico antes de o jogo começar ouviu, sem reação, os cantos dos argentinos que invadiram a capital paraguaia. Dos 19 minutos da etapa final em diante, então, não houve duelo na arquibancada: depois que Matos abriu o placar após ótima troca de passes, o silêncio dominou.

Sobrava motivo para o desânimo do torcedor do Nacional, o pequeno clube paraguaio que se deparou com a decisão da Libertadores da América, partida muito mais impactante do que seus 110 anos de história. Por escolha do técnico Gustavo Morínigo, conhecedor das limitações de seu time, o Nacional abdicou do ataque para se defender e só levava perigo em faltas e escanteios. A alternativa derrubou o nível técnico da partida. E, mesmo assim, não teria sido suficiente para livrar o clube da derrota em casa. Como tem acontecido rodada após rodada, só o acaso salvou o Nacional.

Foi uma bola lançada ao acaso e no desespero, no último dos três minutos de acréscimos, que deu o empate ao pequeno time paraguaio. Sem condições de trabalhar a posse de bola, Mendoza deu um chutão para frente, a bola desviou na cabeça de Bareiro e sobrou para Julio Santa Cruz disparar para o gol. Torrico ainda não havia feito nenhuma defesa na partida. Também não foi dessa vez: ficou paralisado, assistindo à bola entrar no ângulo, aos 47 minutos e 43 segundos da etapa final.

O resultado permite que o Nacional continue sonhando com um título que parecia lhe escapar. Como não há gol qualificado na decisão da Libertadores, um novo empate na Argentina leva o jogo para a disputa de pênaltis. Assim, o time que ontem levou 2 minutos e 6 segundos para acertar o primeiro passe pode se transformar no campeão mais insólito da história da competição.

Herói inesperado

O atacante Julio Santa Cruz, autor do gol heroico do Nacional nos últimos segundos da partida que começou no banco de reservas, viveu ontem o momento mais importante da carreira. Aos 24 anos, ele foi revelado pelo inglês Blackburn, mas nem chegou a estrear: voltou para o Paraguai e passou por Olimpia e Deportivo Capiatá antes de chegar ao Nacional. O atleta é irmão do centroavante Roque Santa Cruz, um dos maiores ídolos da história do país e atual capitão da seleção.

FICHA

NACIONAL (PAR) 1 X 1 SAN LORENZO (ARG)

NACIONAL
Don; Coronel (Santa Cruz), Argüello e Cáceres; Piris, Torales, Orué (Luzardi) e Mendoza; Melgarejo e Benítez (Domínguez); Bareiro
Técnico: Gustavo Morínigo

SAN LORENZO
Torrico; Buffarini, Fontanini, Gentiletti e Más; Mercier e Ortigoza (Kalinski); Villalba (Verón), Romagnoli (Barrientos) e Piatti; Matos
Técnico: Edgardo Bauza

Gols: Matos, aos 19, e Santa Cruz, aos 47 minutos do segundo tempo
Público e renda: não divulgados
Árbitro: Wilman Roldán (Colômbia)