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FÓRMULA 1

Tempos que não voltam mais na Fórmula 1

Prestes a completar nove anos sem vencer na categoria, Brasil deixa o protagonismo enterrado em um passado cada vez mais distante

postado em 10/09/2018 12:22 / atualizado em 10/09/2018 15:19

Wikimedia Commons
Quem foi o último piloto brasileiro a ganhar na Fórmula 1? E qual era a equipe dele? As duas perguntas podem não ser fáceis de serem respondidas. Em primeiro lugar, porque existe uma tendência para lembrar de Felipe Massa, que até o ano passado estava no grid de largada. Em segundo lugar, porque a equipe em questão teve uma passagem meteórica na categoria. Mas, acima de tudo, porque aquele triunfo de Rubens Barrichello no GP da Itália pela Brawn GP, escuderia que só participou de uma temporada, faz muito tempo.
 
No dia 13 de setembro de 2009, Rubinho ganhou pela segunda vez na temporada. Resultado que não teve muito peso para o campeonato, pois, na 13ª etapa de um total de 17, o título estava praticamente decidido para seu companheiro de equipe, Jenson Button (foi confirmado três corridas depois, no GP do Brasil). Foi apenas a segunda vitória na temporada do brasileiro, que sofreu com problemas nos freios durante a primeira metade do Mundial. Rubinho conquistou a 11ª vitória na carreira, empatando com Felipe Massa, e a 101ª do país na Fórmula 1. Vitória que, na próxima quinta-feira, completa nove anos.
 
Desde então, se passaram 3.284 dias. A Brawn GP foi vendida no mesmo ano para a Mercedes, Vettel ganhou seus quatro títulos mundiais, Rubinho se aposentou, Schumacher se aposentou, Hamilton faturou mais três títulos mundiais (chegando a quatro), Felipe Massa anunciou aposentadoria, voltou às pistas e se aposentou em definitivo e até o sistema de pontuação da Fórmula 1 mudou, mas o Brasil nunca mais teve um vencedor.
 
Este é o maior jejum desde o primeiro triunfo de um brasileiro na Fórmula 1, com Emerson Fittipaldi, em 1970. Passa, com folga, os 2457 dias entre a última vitória de Ayrton Senna, no GP da Austrália de 1993, e a primeira de Barrichello, no GP da Alemanha de 2000. Entre a vitória de Emerson Fittipaldi no GP da Inglaterra de 1975 e o triunfo de Nelson Piquet no GP dos Estados Unidos de 1980, se passaram “apenas”  1716 dias.
 
Pior do que o jejum em si é imaginar que ele ainda deverá durar, pelo menos, até 2020. O Brasil, que este ano deixou de ter um piloto na F1 após 35 anos, dificilmente terá algum representante no Mundial do próximo ano. Retrato da decadência do país no esporte.
 
O auge

Quando Ayrton Senna conquistou o mundial de 1991, se tornando o segundo piloto brasileiro tricampeão do mundo (o primeiro foi Nelson Piquet), o país chegava ao ápice da sua história na categoria. Foi, também, o último ato como protagonista. O título, cada vez mais distante, foi o último. E as vitórias minguaram, até desaparecerem.

O auge do Brasil na Fórmula 1 aconteceu de 1981 a 1991. Dos onze campeonatos disputados nesse período, o país venceu seis. Três com Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987 ) e três com Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991). No mesmo período, foram 53 vitórias, sendo 33 com Senna e 20 com Piquet. Tempos que não voltam mais. 

Todas as vitórias do Brasil
na Fórmula 1

101
ao total

41
de Ayrton Senna

23
de Nelson Piquet

14
de Emerson Fittipaldi

11
de Rubens Barrichello

11
de Felipe Massa

1970
ano da primeira

2009
ano da última

Ano Vitórias Piloto
1970 1 Fittipaldi
1071 - Fittipaldi
1972 5 Fittipaldi
1973 3 Fittipaldi
1974 3 Fittipaldi
1975 3 Fittipaldi (2) 
e Pace (1)
1976 -
1977 -
1978 -
1979 -
1980 3 Piquet
1981 3 Piquet
1982 1 Piquet
1983 3 Piquet
1984 2 Piquet
1985 3 Senna (2) 
e Piquet (1)
1986 6 Piquet (4) 
e Senna (2)
1987 5 Piquet (3) 
e Senna (2)
1988 8 Senna
1989 6 Senna
1990 8 Senna (6) 
e Piquet (2)
1991 8 Senna (7) 
e Piquet (1)
1992 3 Senna
1993 5 Senna
1994 -
1995 -
1996 -
1997 -
1998 -
1999 -
2000 1 Barrichello
2001 -
2002 4 Barrichello
2003 2 Barrichello
2004 2 Barrichello
2005 -
2006 2 Massa
2007 3 Massa
2008 6 Massa
2009 2 Barrichello