Não é preciso se afastar muito do Autódromo Hermanos Rodrigues, local da quarta etapa do ePrix, para perceber que o trânsito é caótico na Cidade do México, que conta com mais de 8 milhões de habitantes. A região metropolitana chega a comportar 20 milhões de habitantes, o que a torna a terceira aglomeração urbana mais populosa do mundo, atrás apenas de Tóquio, no Japão, e Seul, na Coreia do Sul. Em 2015, as ruas do local sustentavam 9,5 milhões de automóveis, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia Mexicano.
Com a proposta de apresentar um formato sustentável e inovador, a Fórmula E busca atenuar os impactos negativos provocados pelos gases poluentes do automóvel — a combustão convencional. Há quem diga, então, que a principal categoria elétrica da atualidade mudou de status em menos de cinco anos. “O futuro é agora, é possível ver vários carros 100% elétricos nas ruas. A Fórmula E é um segmento líder no meio automobilístico elétrico e vem inovando a cada temporada, acompanhando a evolução dos carros”, observa Felipe Nasr, que experimentou ontem o protótipo elétrico pela primeira vez.
A dinamicidade das corridas também atraiu Felipe Nasr, que estava namorando a categoria elétrica há algum tempo. Na Fórmula E, a véspera da prova é um dia dedicado apenas aos pilotos experimentarem o carro — que se tornou especialmente importante. No sábado, ocorre o treino qualificatório no fim da manhã, seguido pelo SuperPole, em que os seis melhores do treino fazem uma nova disputa pelas primeiras posições na largada. Às 16h, começa a corrida, com duração de 45 minutos e mais uma volta. Nasr assume como piloto da equipe Deagon, no lugar de Maximillian Gunther, e seguirá competindo também no IMSA WeatherTech SportsCar, campeonato no qual defende o título neste ano. Nas etapas em que as datas entre as duas catogrias se coincidirem, Nasr dará prioridade à segunda.
Xará do brasiliense, Felipe Massa dividiu a maior concorrência entre os jornalistas na véspera da corrida. Cordial como de costume, o último brasileiro a deixar a Fórmula 1 foi alvo de profissionais italianos e concedeu entrevista até no idioma do local de origem da famosa escuderia que defendeu por oito anos — foi piloto da Ferrari de 2006 a 2013. “A corrida da Fórmula E é divertida e muito competitiva. Três pilotos diferentes venceram nas três primeiras etapas da temporada e cada edição teve um campeão diferente”, analisa.
“A Fórmula E é um segmento líder no meio automobilístico elétrico e vem inovando a cada temporada, acompanhando a evolução dos carros”
Felipe Nasr, piloto
Outro entusiasta da categoria é o bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. Ele esteve em Brasília para comemorar os 45 anos da inauguração do autódromo da cidade e não poupou elogios à Fórmula E. "É o futuro", afirmou. Segundo o brasileiro, também campeão da Fórmula Indy, a impressão inicial era de que seriam carros lentos, bem diferentes das categorias nas quais brilhou mundo afora. Depois que viu o desempenho em uma corrida, porém, mudou de opinião. "É um barulho diferente, algo elétrico, muito interessante", lembrou. "A Fórmula 1 sempre será a Fórmula 1, mas a Fórmula E chega com muita força, não dá para ignorar", definiu o ex-piloto, agora com 72 anos.
**A repórter viajou a convite da Fórmula E