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DA ARQUIBANCADA

Cerezo

Ele não vestiu o manto estrelado apenas por questões profissionais. No fundo, eu sabia que ele tinha um carinho pela cor azul

postado em 31/05/2017 12:00 / atualizado em 31/05/2017 09:15

JUAREZ RODRIGUES / EM DA PRESS


Não me lembro bem o ano, mas o Skank estava fazendo alguns shows no Japão e, ao chegar no aeroporto de Narita, em Tóquio, encontramos o Toninho Cerezo. Ele foi muito carinhoso conosco.  Demos boas risadas contando histórias vividas em estádios, momentos importantes como torcedor, enquanto ele estava dentro das quatro linhas do campo. Jogos que ele vestia a nossa camisa e também quando ele era nosso rival. Como sou do bairro de Santa Tereza, acabei de descobrir que ele foi criado no Horto, que fica ao lado. Um bairro que não existe legalmente na prefeitura, mas que a turma do outro lado da lagoa insiste em criar frases de efeito. Adoro fazer esse comentário com meu amigo Paulo Xisto, baixista do Sepultura, que foi criado na rua Pouso Alegre. Na verdade, esse bairro é definido como uma faixa de quarteirões que acompanha a Avenida Silviano Brandão. Por exemplo, o Estádio Independência fica oficialmente no bairro Sagrada Família. Está escrito no portal da prefeitura de Belo Horizonte. É uma licença poética colocá-lo em outro bairro.

Mas voltando ao Cerezo, sua entrevista para o site do Cruzeiro mostra agora, depois de muitos anos, sua real opinião sobre como enxerga o futebol e sua relação com o manto azul celeste.

Seu belo sorriso e suas longas passadas sempre foram sua assinatura. Um mestre nos lançamentos impossíveis e que nos salvou de entrar para o clube dos times que frequentaram a série B do Brasileiro. Ele marcou um gol importante, de cabeça, na virada contra o União São João, de Araras, nos salvando do rebaixamento em 1994.  Jogou muito bem num clássico, no mesmo ano, onde o Ronaldo Fenômeno marcou três gols na vitória de 3 a 1. Ele não vestiu o manto estrelado apenas por questões profissionais. No fundo, eu sabia que ele tinha um carinho pela cor azul.

A gente sempre guarda  um lugar especial no coração  para os nossos ídolos que nunca jogaram no nosso grande rival, mas o Cerezo é diferente. Na contra capa do primeiro álbum do Skank, o Samuel está vestindo uma camisa da Sampdoria que foi presente do Cerezo. Adivinhem a cor da camisa? Azul, é lógico.

Não sei o que ele imagina para o futuro e o que fará na profissão de técnico. Mas tenho certeza que ele tem boas histórias para contar para as futuras gerações. Como foi participar da mítica Seleção de 1982,  qual o aprendizado com a perda do título para o São Paulo em pleno Mineirão. Como é vestir a camisa de dois times rivais. São histórias que qualquer torcedor gostaria de ouvir, eu sou um deles. Que ele aproveite bastante a experiência de trabalhar com o Mago Menezes e que traga boas energias para o nosso time.

Adorei a nossa vitória sobre o Santos. Estou achando que Raposa gosta mesmo é de comer Galo e Peixe. Estamos acompanhando a moda de alimentação saudável. O comentário que fica é a entrada maldosa do Copete, do Santos, no De Arrascaeta. É a eterna impunidade do futebol beneficiando o infrator. Agora, é hora de buscar a classificação contra a Chapecoense. Eu aposto numa vitória, e você?

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