Ouro no salto com vara no Rio de Janeiro, em 2016, Thiago Braz conquistou a segunda saltou 5.87m e terminou atrás do estadunidense Christopher Nilsen (prata) e do sueco Armand Duplantis (ouro). Contente com o resultado, o atleta de 27 anos destacou a superação na trajetória até os Jogos no Japão e avaliou as dificuldades na prova.
"Representa uma resiliência, porque, em cinco anos, nada foi fácil para mim. Mas eu me superei, ganhei essa medalha e estou trazendo para o Brasil, com toda a felicidade e orgulho no peito. Muito feliz pela minha família inteira, que me ajudou e me incentivou a dar a volta por cima", declarou o paulista, em conversa com os jornalistas no Estádio Olímpico de Tóquio.
Thiago Braz revelou que não estava 100% fisicamente na competição. Ele encontrou na família a motivação para superar as dores e conquistar a segunda medalha olímpica na carreira.
"Tinha que acontecer desse jeito. No classificatório eu tive um início de cãimbra, a gente tratou, mas eu ainda senti. E eu aos poucos fui tentando, dando uma corrida para relaxar a musculatura. O meu desejo era ganhar uma medalha, eu queria ouro, mas, primeiramente, uma medalha. O motivo maior foi minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado, num momento de pandemia", declarou.
"E também o orgulho de ser brasileiro, de trazer orgulho pro Brasil. Fiquei bem emocionado de passar pra final, a eliminatória não foi nada fácil, fiquei com medo de ficar fora. Aconteceu no Mundial de 2019 e eu não queria que acontecesse aqui. Os Jogos Olímpicos são uma competição muito importante para mim. Acho que é o sonho de qualquer atleta chegar, ganhar medalha, voltar para casa, festejar com a família, com os amigos. É um trabalho duro e poder voltar com uma medalha para casa é um sonho", complementou.
Apesar da felicidade pelo bronze, Thiago acredita que poderia ter atingido 5,92m assim como Armand Duplantis e voltou a citar as dificuldades. "Estou muito grato, contente por voltar a pegar pódio, dar 100% de mim na prova e ver que as coisas podem acontecer. Hoje, por um erro muito bobo, não saltei 5.92m", disse.
"O esporte precisa de mais incentivo e não somente cortes. 2016 foi uma coisa de louco, ganhamos o ouro, saltamos nosso melhor, depois tem meu desenvolvimento pessoal. Tudo é um trabalho, um investimento que as pessoas fazem para que a gente possa continuar sonhando. Meus altos e baixos significaram conhecer mais a mim mesmo e mostrar que, saltando bem ou mal, era possível voltar a saltar, projetar novos sonhos e conquistas", concluiu.