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Ex-Cruzeiro, Balu relembra campanha para ir à Copa e papo reto com Lazaroni

Em 1990, torcida da Raposa enviou mais de 3 mil telegramas à CBF para que o então lateral-direito disputasse a Copa do Mundo, mas 'fator MG' pesou contra

20/07/2022 07:00 / atualizado em 20/07/2022 09:37
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Ex-lateral do Cruzeiro, Balu lamentou a decisão de Lazaroni, técnico da Seleção Brasileira na época
foto: Superesportes

Ex-lateral do Cruzeiro, Balu lamentou a decisão de Lazaroni, técnico da Seleção Brasileira na época


Apesar de não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1990, Balu teve seu nome pedido na convocação por diversos torcedores do Cruzeiro. Em entrevista ao Superesportes, o ex-jogador relembra a campanha e revela um 'papo reto' com o então técnico da Seleção Brasileira, Sebastião Lazaroni.



Balu havia sido eleito o melhor lateral-direito do Campeonato Brasileiro em 1989 e por isso era pedido constante no time do Brasil.

Reportagem do Estado de Minas de 5 de abril de 1990 destacou a campanha de organizadas do Cruzeiro para que Balu fosse chamado por Lazarani para a Copa do Mundo da Itália
foto: Arquivo/Estado de Minas

Reportagem do Estado de Minas de 5 de abril de 1990 destacou a campanha de organizadas do Cruzeiro para que Balu fosse chamado por Lazarani para a Copa do Mundo da Itália



A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) chegou a receber, inclusive, mais de 3 mil telegramas em defesa do então jogador da Raposa na Seleção. No entanto, Jorginho e Mazinho foram convocados para a posição. 

"Não tinha visto essa situação ainda no futebol, foi maravilhoso. Fiquei feliz demais com essa campanha da torcida. Comento até hoje, quando estamos na resenha, eu falo dessa situação", conta Balu, em participação no Por Onde Anda?.

O ex-jogador ainda acredita que o fato de não atuar nos estados do Rio de Janeiro ou de São Paulo pesou na decisão final de Lazaroni.

"Mas é o que o líder da torcida falou, era uma época que o futebol mineiro não era muito bem visto. As convocações para a Seleção eram Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e um ou outro do futebol de Minas. Eu fiquei feliz com esse movimento da torcida, falo muito com meus amigos, com minha família", relembra. 

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Reencontro com Lazaroni


Anos após se aposentar, Balu se reencontrou com Lazaroni no Catar enquanto trabalhava como auxiliar técnico de Zé Paulo no país. O ex-treinador do Brasil, por sua vez, era o comandante da seleção do Catar. 



O ex-lateral conta que o reencontro se deu justamente pela amizade dos dois técnicos. Os três se reuniram em um jantar, e a conversa sobre a Copa de 1990 foi inevitável.

"O treino era só à noite, um vai para casa do outro. O Zé me chamou. O Zé fez a pergunta, 'ô Laza, por que não levou o Balu para 90'?. Ele (Lazaroni) começou a brincar, aquele jeito carioca dele, me abraçou e disse, 'esse Balu jogava demais. Balu, se tu tivesse no Rio teria sido convocado. Seu nome estava na relação, saiu 20 minutos antes de eu soltar'", relembrou.

Balu, ex-lateral-direito do Cruzeiro



"Optaram pelo Mazinho porque fazia as duas laterais e estava no Rio. Eu disse, 'tranquilo, já passou', mas no fundo entristece a gente. Tem que ser os melhores, e eu vivi um bom momento. Mas o Laza hoje é meu amigo", complementou o ex-jogador.

A única convocação de Balu ocorreu em 1991, quando o técnico da Seleção era Falcão. O ex-cruzeirense vestiu a camisa amarelinha em uma partida, na vitória por 1 a 0 sobre a Romênia, em jogo amistoso, no Estádio do Café, em Londrina-PR. 

Pelo Cruzeiro, o ex-lateral fez 322 jogos e conquistou dois Campeonatos Mineiros (1987 e 1990) entre 1986 e 1991, além de ter sido vice-campeão da Supercopa dos Campeões em 1988.

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