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Atlético: Turco atribui queda às redes e vê Brasil inviável para trabalhar

Argentino diz que culpa por resultados ruins do Galo sempre recaía sobre o seu trabalho e destaca que, no país, caem ao menos dois técnicos por semana

16/08/2022 08:41 / atualizado em 16/08/2022 19:07
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Turco falou sobre a saída do Atlético pela primeira vez
foto: Reprodução

Turco falou sobre a saída do Atlético pela primeira vez


O técnico Turco Mohamed atribuiu a demissão no Atlético às redes sociais e aos pedidos da torcida para que Cuca retornasse ao clube. O argentino também criticou as demissões frequentes de treinadores no Brasil e disse que o país é inviável para se trabalhar, em comparação com outros países. 

Momentos de Antonio Mohamed no Atlético



"As decisões tomam os donos. E quando se tomam essas decisões temos que respeitá-las. Nós acreditamos também que foi muito gerado pelas redes sociais, porque queriam outro treinador, queriam a volta do Cuca. Quando o time jogava mal, sempre a culpa era nossa. Nesse caso, nunca se levava em conta o rendimento dos jogadores. Sabíamos que ia ser assim, que ia ser uma etapa difícil, um momento de transição quando a equipe jogava mal", opinou Turco, em entrevista concedida à ESPN nessa segunda-feira (15).

Antonio 'El Turco' Mohamed foi anunciado pelo Atlético em 13 de janeiro e levou o clube a duas conquistas: a Supercopa do Brasil, em partida únida contra o Flamengo, e o Campeonato Mineiro, em final contra o Cruzeiro. 
 
Foram 45 jogos nesta temporada, com 27 vitórias, 13 empates e cinco derrotas, quase 70% de aproveitamento. Os resultados, contudo, não traduziam uma consistência em campo, e o argentino foi demitido em 22 de julho.
 
Mesmo com a saída, o técnico de 52 anos não poupou elogios à estrutura do Atlético. Além disso, ele agradeceu às pessoas do clube que foram à sua casa para se despedirem.

"O clube é de primeiro nível, como os clubes mexicanos e europeus. Como aqui na Argentina alguns clubes estão se colocando também nesse nível com o prédio, com o almoço, o café da manhã. A verdade é que a gente do clube se portou 1000%.  Não 100%. Foi 1000%. Queria agradecer isso. Porque eles vieram à minha casa na semana que fomos embora, fizemos uma comida e vieram à minha casa se despedir. Foi muito lindo, muito emocionante", disse.

Turco ainda criticou as demissões frequentes de técnicos no Brasil. O argentino comparou situações similares em outro país e citou a saída de Marquinhos Santos, ex-América, do Ceará.



"Se você está a cinco pontos da liderança, se espera. Na Espanha, se o Real Madrid está a cinco pontos, se diz que falta um montão. Aqui está a cinco pontos (do líder) e é como se fosse um fiasco. Então, toda essa pressão cai em cima do treinador. Toda semana trocam dois treinadores. Toda semana! Esta semana caiu o do Ceará. (E fez uma boa série contra o São Paulo na Copa Sul-Americana)", criticou o técnico.

O futuro de Turco


O treinador do Atlético também comentou sobre o que planeja para a carreira. Ele quer esperar a disputa da Copa do Mundo para, em janeiro, assumir o comando de um novo clube.



"Ah, vou esperar um pouquinho. Até dezembro, depois vem a Copa, quero ver a Copa do Mundo tranquilo na tevê, sentado. Não vou (ao Catar) assistir. Em janeiro, vamos ver. Gostaria de estar aqui por perto, não tenho vontade de ir embora de novo (da Argentina)", projetou.
 
Questionado se pretende trabalhar na Argentina, no Uruguai ou no Brasil, Turco logo descartou a última opção. O argentino acredita que o país seja um 'furacão' e por isso não pretende retornar. "Brasil, não! Nunca digo que não, mas é um furacão. É demais! É demais. Muito!.
 
Por fim, o técnico elogiou os integrantes da comissão técnica fixa do Galo. "Já aprendi, gostei, mas devo agradecer publicamente a todos os funcionários que trabalham no clube", disse.

"A todos. São incríveis, incríveis. Espetacular a gente que trabalha no clube. Todos os cozinheiros, Éder (Aleixo, auxiliar), Lucas (Gonçalves, auxiliar), o professor Cristiano (Nunes, preparador físico). Quando fomos assinar contrato, uma das condições (da diretoria) é que ele  ficasse. É um fenômeno o cara (se referindo a Cristiano Nunes). Enfim, toda a gente que trabalha no clube", afirmou.

Após a demissão de Turco, a diretoria do Atlético trabalhou rapidamente nos bastidores e acertou a volta de Cuca no dia seguinte. O treinador, que venceu o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro em 2021, está em sua terceira passagem pelo clube alvinegro. 

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