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JOGOS HISTÓRICOS

Protagonistas relembram um dos maiores jogos da história do Mineirão

Ponta-esquerda Joãozinho foi determinante na vitória do Cruzeiro sobre o Internacional por 5 a 4, na Libertadores; Zagueiro chileno Figueroa realizou a pior partida da carreira

postado em 13/12/2012 08:00 / atualizado em 21/07/2015 19:26

Arquivo EM/D.A Press. Brasil

Em 7 de março de 1976, Cruzeiro e Internacional fizeram uma partida histórica no Mineirão. Era a estreia na Copa Libertadores daquele ano, e o clube celeste venceu por emocionantes 5 a 4, em dia inspirado do ponta-esquerda Joãozinho. “Essa, sem dúvida, foi uma das melhores atuações da minha carreira”, define o ex-camisa 10.

Em campo, além de dois grandes times, uma das maiores rivalidades da década de 1970. "Podemos dizer que era um clássico. Éramos os melhores times do Brasil e da América do Sul", observa o ex-zagueiro chileno Elias Figueroa. Antes da disputa continental, Cruzeiro e Inter fizeram a decisão do Campeonato Brasileiro de 1975, com vitória colorada por 1 a 0, no Beira-Rio, gol de Figueroa. “Estávamos com eles entalados na garganta, mas havia muito respeito de ambos os lados”, relembra Joãozinho.

Os 65.463 pagantes que compareceram ao Mineirão viram uma partida intensa, com muitas oportunidades de gol. Aos 15 minutos, o placar já indicava 2 a 1 para o Cruzeiro. Logo aos três, Palhinha abriu o placar e ampliou sete minutos depois. Aos 14, Lula diminuiu para o Colorado.

Arquivo EM/D.A Press. Brasil
“Esse jogo foi sensacional. Lembro-me de gol saindo de um lado, gol saindo de outro. Acredito que o equilíbrio foi dominante”, conta Joãozinho, que participou de quatro dos cinco gols do Cruzeiro.

O gol mais bonito da partida ocorreu aos 21 minutos da etapa inicial. Joãozinho roubou a bola, partiu para cima de Figueroa com uma pedalada, deixou o defensor na saudade e marcou um golaço. O zagueiro chileno, eleito o melhor jogador da América em três oportunidades, admite que essa foi a pior partida de sua vitoriosa carreira.

“Individualmente, foi muito infeliz para mim. Errei em vários lances capitais. Tudo que eu procurava fazer não dava certo”, conta Figeroa, que recorda com saudosismo dos jogos importantes disputados no Mineirão. “Lembro-me do estádio grandioso, vivia lotado” , resume.

Valdomiro e Zé Carlos, contra, empataram a partida para o Internacional. Aos 18 minutos, Joãozinho desempatou. “Aquele foi um dia inspirado do Joãozinho. Uma das melhores partidas que presenciei”, avalia Figueroa.

Para parar o craque celeste, o então técnico do Colorado, Rubens Minelli, sacou o lateral Cláudio, que já tinha recebido o cartão amarelo, e colocou Valdir. O cenário pelo lado direito da defesa gaúcha não se alterou.

Por outro lado, bem ofensivamente, o Inter voltaria a empatar com Ramon. Já no fim da partida, o lance que decidiu o jogo: Joãozinho entrou driblando e foi derrubado na área. Nelinho marcou o gol da vitória. “O Minelli cobrou o Valdir por causa do pênalti. O Valdir respondeu que estava confuso após levar tantos dribles do Joãozinho e não sabia bem ao certo se estava dentro ou fora da área”, conta Figueroa.

“A vitória sobre o Internacional nos deu ainda mais certeza de que poderíamos conquistar a Libertadores. Depois, na final pegamos outra pedreira, o River Plate, que era a base da Seleção Argentina da Copa do Mundo de 1978. Fizemos uma bela campanha e fomos campeões”, conta Joãozinho, o nome daquela inesquecível partida.

Cruzeiro 5 x 4 Internacional

Cruzeiro: Raul; Nelinho, Moraes, Darci, Vanderley, Zé Carlos, Eduardo, Roberto Batata (Isidoro), Jairzinho, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira

Internacional: Manga, Cláudio (Valdir), Figueroa, Hermínio, Vacaria, Falcão, Caçapava, Valdomiro, Escurinho, Flávio (Ramon) e Lula. Técnico: Rubens Minelli
 
Motivo:
Copa Libertadores
Estádio: Mineirão
Árbitro: Luis Pestarino (ARG)
Data: 07 de março de 1976
Público: 65.463

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