Com dor na coxa direita, Borges teve ameaçada a participação no jogo contra o Internacional, neste domingo, em Novo Hamburgo-RS. O camisa 9 já havia desfalcado o Cruzeiro há quatro rodadas por desgaste físico. Agora totalmente recuperado e confirmado diante do Colorado, ele aproveitou para desabafar contra o calendário do futebol brasileiro.
“Tem tudo para ser um grande jogo (contra o Internacional). Está todo mundo procurando se cuidar para não ter lesões. Muitos jogadores estão se manifestando e serei mais um a falar. É um absurdo o que estão fazendo com nós atletas, com esse calendário louco. Muitos jogadores ficaram fora por lesões, prejudicando suas equipes. Outros jogando no limite. Ontem mesmo teve o jogo entre Botafogo e Flamengo. Muitos não conseguem entender, mas os caras estão dando o máximo que podem em jogos que não têm como se recuperar”, afirmou.
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Por ter sido eliminado na Copa do Brasil, o time celeste não teve compromissos no meio desta semana. Porém, Borges destacou que o Cruzeiro terá agenda cheia na reta final do Brasileirão.
“A gente tem essa semana agora e, depois teremos sete com jogos quarta e domingo. Ainda tem times em condição pior, porque jogam na terça, na quinta e no domingo. Os jogadores de futebol hoje parecem que viraram máquina. É preciso rever isso. Daqui a pouco, o cara vai dormir em casa e jogará quarta de manhã e quarta à tarde. Isso precisa ser corrigido”, disse.
“No futebol europeu, em times grandes, o cara joga 60 partidas num ano. Aqui no Brasil, vamos acabar jogando 120. É preciso parar com isso, rever algumas coisas, porque temos grandes estádios, grandes investimentos e grandes clubes. Por causa do erro de uma programação, perdemos jogadores importantes”, complementou.
Na terça-feira, 75 jogadores iniciaram movimento por mudanças no calendário do futebol brasileiro. Inicialmente, cinco cruzeirenses aderiram: Fábio, Ceará, Dedé, Tinga e Júlio Baptista. Borges, no entanto, ressaltou que concorda com o que está sendo reivindicado.
“Estamos indignados com essa situação, porque é algo que não tem cabimento. O jogador de futebol precisa correr 10 quilômetros na quarta-feira, 10 quilômetros no domingo e mais 10 na quarta-feira. É muito pouco tempo para recuperação. O pessoal de fisiologia e comissão técnica têm se virado. Jogador de 20 anos tem lesão muscular e fica dois meses sem jogar. Não é uma questão de idade. Prova disso é que tem muitos jogadores jovens se machucando. Isso gera prejuízo para clubes e equipes. Às vezes, um clube que investe bastante, perde jogadores e fica fora da disputa de um título”, analisou.