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PROTESTO

Borges credita lesões a "calendário louco" e desabafa contra "programação péssima"

Atacante se recuperou de dor na coxa direita e defenderá o Cruzeiro diante do Inter

postado em 26/09/2013 16:13

Edesio Ferreira/EM/D.A Press

Com dor na coxa direita, Borges teve ameaçada a participação no jogo contra o Internacional, neste domingo, em Novo Hamburgo-RS. O camisa 9 já havia desfalcado o Cruzeiro há quatro rodadas por desgaste físico. Agora totalmente recuperado e confirmado diante do Colorado, ele aproveitou para desabafar contra o calendário do futebol brasileiro.

“Tem tudo para ser um grande jogo (contra o Internacional). Está todo mundo procurando se cuidar para não ter lesões. Muitos jogadores estão se manifestando e serei mais um a falar. É um absurdo o que estão fazendo com nós atletas, com esse calendário louco. Muitos jogadores ficaram fora por lesões, prejudicando suas equipes. Outros jogando no limite. Ontem mesmo teve o jogo entre Botafogo e Flamengo. Muitos não conseguem entender, mas os caras estão dando o máximo que podem em jogos que não têm como se recuperar”, afirmou.

“Graças a Deus, montamos grande elenco. É normal que isso aconteça, jogar um tempo e ficar fora de outro, ou até mesmo ficar fora de uma partida. Não por causa de uma lesão, mas para prevenir uma lesão. Realmente, como campeonato, esse está sendo um grande campeonato. Mas, pela programação, está sendo um campeonato péssimo”, acrescentou o atacante do Cruzeiro.

Por ter sido eliminado na Copa do Brasil, o time celeste não teve compromissos no meio desta semana. Porém, Borges destacou que o Cruzeiro terá agenda cheia na reta final do Brasileirão.

“A gente tem essa semana agora e, depois teremos sete com jogos quarta e domingo. Ainda tem times em condição pior, porque jogam na terça, na quinta e no domingo. Os jogadores de futebol hoje parecem que viraram máquina. É preciso rever isso. Daqui a pouco, o cara vai dormir em casa e jogará quarta de manhã e quarta à tarde. Isso precisa ser corrigido”, disse.

“No futebol europeu, em times grandes, o cara joga 60 partidas num ano. Aqui no Brasil, vamos acabar jogando 120. É preciso parar com isso, rever algumas coisas, porque temos grandes estádios, grandes investimentos e grandes clubes. Por causa do erro de uma programação, perdemos jogadores importantes”, complementou.

Na terça-feira, 75 jogadores iniciaram movimento por mudanças no calendário do futebol brasileiro. Inicialmente, cinco cruzeirenses aderiram: Fábio, Ceará, Dedé, Tinga e Júlio Baptista. Borges, no entanto, ressaltou que concorda com o que está sendo reivindicado.

“Estamos indignados com essa situação, porque é algo que não tem cabimento. O jogador de futebol precisa correr 10 quilômetros na quarta-feira, 10 quilômetros no domingo e mais 10 na quarta-feira. É muito pouco tempo para recuperação. O pessoal de fisiologia e comissão técnica têm se virado. Jogador de 20 anos tem lesão muscular e fica dois meses sem jogar. Não é uma questão de idade. Prova disso é que tem muitos jogadores jovens se machucando. Isso gera prejuízo para clubes e equipes. Às vezes, um clube que investe bastante, perde jogadores e fica fora da disputa de um título”, analisou.